sábado, janeiro 27, 2007

O frio da morte (II)


O Brasil profundo dos gangs organizados e dos esquadrões de morte, continua em alta imparável. Sete cadáveres de jovens adolescentes foram encontrados perto de uma conhecida favela do Rio de Janeiro decepados e em estado quase ireconhecível. Tudo indica - pela enésima vez - que o tráfico de droga está na origem de mais um melodrama com final sempre anunciado.
Um dos paises mais ricos a nível natural do mundo continua a se degladiar internamente, fomentando um fosso, a todos os níveis alucinante, entre o rico e o poderoso, entre o pobre e o rico. O "favelado", conceito ramificado numa nova geração musical de voz de protesto activa, surge como resposta aos desníveis cada vez mais profundos de um pais que tarda a acordar para cumprir o seu destino como potência regional/mundial. Afinal tantas vezes traimos o nosso destino individual, neste caso a tragédia é colectiva sem final à vista...

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu querido Farense... daqui diretamente do Brasil, mais especificamente da minha Cidade Maravilhosa, sim, o Rio de Janeiro. Tarde meu comentário, faz tempo que você postou.... mas nunca tarde demais...
Fico impressionada, e me impressionava muito quando morei aí em terras lusitanas, a gama de informações que vocês recebem além mar, informações que nem sempre passam por aqui. E aí me vem na cabeça... não passam porquê? Será que nos acostumamos a esses tragicos incidentes que hoje já não são mais importantes para a nossa notícia?
Meu medo é que passem lá fora uma coisa que não existe! Mas existe sim, presente todos os dias!!! Todos os dias morrem milhares de jovens vítimas do tráfico. Só que aí me deparo com um outro problema, seria mesmo esses jovens as vítimas?
Porque o que vejo aqui são inúmeros jovens que se perdem nesse meio. Seria eles produtos do meio? Mas se nesse meio tantos outros jovens se sobressaem pelos seus dotes musicais, dança, ou conseguem com muito suor de trabalho ter uma vida melhor em tantas outras carreiras!
E por tras disso tantos outros jovens de classe média alta, de classe alta que também entram nesse meio. E aí então pergunto novamente... produto do meio?
Não sei, acredito que não...
Porque uns conseguem e tem garra e tantos outros caem na vida mais fácil e se entregam ao crime?
Acredito que o nosso problema está na falta de segurança pública, na falta de uma gestão política mais social, na falta de políticos mais bem dispostos, na falta de educação.
Mas seria só isso?
Aí é que eu acho que não, nos falta muito mais, nos falta caráter, nos falta a mão afagada de um pai e de uma mãe, um beijo de boa noite, um sorriso, um aperto de mão, um abraço desconhecido, nos faltam lágrimas de felicidade.
Porque eu acredito que o erro e a maldade do ser humano está na sua essência, na base da sua vida, no afeto e no amor.
Nos falta acreditarmos que cada um de nós somos capazes de, por cada atitude pequenina, contribuir para um mundo melhor!
Você deu bom dia ao motorista do ônibus/ autocarro? Sorriu pra uma senhora na rua só por sorrir?
Há muito mais faltando... Infelismente não só aqui, mas em todos os lugares! Aqui se reflete nesse crimes do trafico, nos EUA nos homicídios coletivos nas escolas por amigos, nos homens bombas, em tantas guerras, em tantos conflitos...
Guerras e conflitos que estão dentro de cada um de nós, muito mais do que lá fora!
É uma bola de neve, mas enquanto muitos procuram de quem é a culpa eu lhe respondo... a culpa é minha, é sua, é de todos nós.
O tráfico é a origem? Não... a origem está dentro dos corações!