A frase parece estranha e paradoxal confesso...mas o tempo tem me feito matutar sistematicamente de forma funcionalmente cíclica sobre o seu conteúdo. Definimos muitas vezes a coragem como um acto especial de suplantar barreiras e algo só ao alcance de alguns predestinados ao longo da história universalista...nada de mais enganoso e errado...a coragem não é unicamente pintada a cores reluzentes nos livros mitológicos de história ilustrada aos quadradinhos, nas grandes batalhas em que se destacam os generais ou nos tronos em que se sucedem os imperadores ou reis. É essencialmente o acto do soldado anónimo na trincheira na véspera da batalha com seus medos fundamentados; ou o acto do sem terra brasileiro que olha para a face de seus filhos desnutridos com a alma agonizando, ou ainda o acto de uma mãe que vê o seu filho partir rumo a um qualquer sonho dourado e quiçá quimérico e sente o medo que advém da perda e do amor forte e pleno. A coragem é assumir que todos nós - formigas da trama universal- temos medo, receios e fantasmas que nos assombram. O acto de coragem advém do medo fundamentado da expectativa do amanhã que já é sentido como o hoje com todas as suas angústias e dúvidas....
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