segunda-feira, setembro 05, 2011

Par...

"Meio Cheio - Meio Vazio"

Final de tarde a fugir para o negro da noite. Observo o copo de vinho "meio cheio - meio vazio" e sorrio ao me recordar do meu "fetiche" de guardar religiosamente (dezenas) de rolhas de todas as garrafas abertas no meu confortável apartamento.

Cada rolha, representa um evento especial: Convívios entre amigos, jantares a 2 ou a antecedência de noites de paixão; sinónimos que afinal todos os objectos tem dentro de si uma história, um aroma, e um estilhaço de memória do que já foi.

Vagarosamente, encho o copo lânguido e retiro a rolha para os arquivos. Mais uma história, mais um pensamento, mais uma batalha a travar. Como na estrada da vida: "Meio Cheio - Meio Vazio". 

domingo, setembro 04, 2011

Desafios

Com o aproximar de 15 de Setembro, reformato documentos, preparo novos conceitos, desdobro-me em telefonemas aos "aliados do costume", e perco horas a "beber" da leitura alheia para sedimentar formatos para o novo projecto que me irá, certamente, preencher os próximos tempos na órbita profissional.

Ontem, após chá preto e reunião produtiva no Café Estoria (no Hotel Inter Continental no Centro do Porto), a convicção instintiva que a melhor opção foi tomada nesta fase de meu trajecto profissional. A segurança de muito trabalho para produzir de "raiz" e o desafio aliciante de equilibrar pesos com as diferentes avenças comunicacionais que possuo em mãos.

Como um pedreiro ou simples picheleiro, a aritmética dum profissional da comunicação passa pela inovação, criatividade, sedimentação de conceitos adquiridos em outros projectos e a tentativa - humilde mas não "pedante" - da confiança na ética e conteúdo técnico do nosso trabalho.

Confusos de me comparar a um pedreiro ou picheleiro?!Bem...quem me conhece sabe obviamente que não renego donde vim e, sobretudo, tenho a capacidade de procurar aprender com todos aqueles que interajo no mundo real. 

Um assessor "vive" também da imagem que constrói mas, no cerne da questão, do trabalho prático que produz: Com todos os amores e ódios (invejas) acumulados...

Pop-Art (by Bellini)


Feira de Custóias

Sábado à tarde tirado para, entre amigos, vagabundear pela popular feira de Custóias e sentir o cheiro a fritos, ouvir os pregões de venda e "sentir" o vasto diverso da multidão que dá colorido e conteúdo a uma das feiras mais populares da zona norte.

Adoro ouvir a "ladainha" dos ciganos a venderem o seu "peixe", e gosto de regatear e travar conhecimento com pessoas que nunca vi na vida: Entrar no seu mundo, vivenciar suas histórias e tentar sobreviver na arte - tentativa -  de (re)baixamento de preços de artigos vários.

Rapidamente fujo para a banca dos relógios de contrafacção (ou roubados), detendo-me num Armani (quase) perfeito na sua simplicidade de formato e linhas modernas e herméticas. Travo conhecimento com a cigana de serviço: 50 e tal anos, rosto bronzeado pelo sol forte e cicatriz profunda na face esquerda.

Começámos a licitação nos 35 euros, acabando o acordo, em 25 longos minutos, por 10 euros. Sorrateiramente, aceitando a verba acordada, chama-me "belo mas esquisito"; sorrio e arrepio caminho para a densidade da feira. Esperam-me mais vozes, cheiros e cores para percorrer. Tal como na vida: Caminhos por galgar.

sexta-feira, setembro 02, 2011

Corte & Cortes

Confesso-vos: Estou quase a desistir de ler jornais e ver noticiários. Todos os dias as letras derramadas e as imagens em desfile televisivo falam da crise - puta real em forma de bête noir - e na sua influência "cientifica" - (tudo bem "explicadinho" claro está) na vida de todos nós.

Desde a teoria de como no Natal não iremos comer bacalhau mas sim atum, passando pelos preços (proibitivos) dos manuais escolares ou pelo aumento do desemprego para 2012. Sinceramente, se não fosse careca, ficaria diariamente com os cabelos em pé perante os cenários (reais) apresentados.

Todos nós sabemos, sentimos e respiramos a porra desta crise maldita e voraz, que dia após dia nos obriga (aos conscientes) a tentar reduzir custos e encontrar malabarismos para pudermos cumprir com as nossas obrigações (sejam elas quais forem) e mantermos  um nível de vida digno e com alguma qualidade.

Sempre apreciei as coisas simples (não confundir com banais...), mas nesta fase ainda mais reforço o gosto dum  copo de vinho entre amigos no final do dia em Santa Catarina, um café derramado sob a praia no sol de Matosinhos ou jantares com palavras ( e de preferência bom vinho tinto alentejano daqueles da promoção Pingo Doce...) destiladas até que o sono venha e as garrafas pinguem apenas miragens do liquido tragado pelas goelas sedentas de esperança para afugentar o fantasma da crise e reconstruir as teias do positivismo que devem pulvilhar a vida.

quinta-feira, setembro 01, 2011

Loli(pops)


Bronca na Selecção

A recente polémica que levou ao abandono abrupto do conceituado Ricardo Carvalho da concentração da selecção tuga antes do confronto com o Chipre merece-me algumas (poucas) notas soltas.

Ontem ao estar na fila interminável do Pingo Doce, observei uma empregada de caixa a ser ironicamente (violentamente) agredida de forma verbal por um idiota que barafustava sobre o preço exorbitante dos pepinos; destilando fel sobre a pobre funcionária, como se dela viesse a lógica/directriz da marcação do preço proibitivo dos legumes mencionados.

A "coitada" (leia-se heroína) bem deve ter tido uma férrea vontade de abandonar o seu posto de trabalho ou responder à letra à besta que vociferava teorias várias sobre a lógica economicista do pepino. No entanto o valor de preservar o seu posto de trabalho, a sua ética e profissionalismo falaram, certamente, mais alto.

Tudo "isto" (afinal não foram tão poucas palavras...) para puxar as orelhas ao Ricardo Carvalho: Abandonou o seu posto de "trabalho", pela simples birra de não ser titular no confronto em solo Cipriota. 

Haja pachorra para entender as vedetas que ganham milhares de euros por mês; louvem-se as empregadas pacientes do Pingo Doce e critiquem-se os idiotas que julgam perceber de pepinos...

Céu d'Agosto

Final do dia com o céu a tomar cor e rumo invulgar. Pinceladas rosa como cenário teatral, nuvens carregadas de chuva a fazer amor com um arco íris sugestivo. Ao fundo - no fundo dos fundos - duas gaivotas voam em círculos perfeitos, ensaiando um voo picado sobre coisa nenhuma.

O sol ainda surge escondido, transmitindo  força de luz camuflada a um cenário surrealista mas belo na essência que "algo" existe lá fora além deste bailado mortal de corpos, desejos e invejas fúteis que nos percorrem nos dias terrenos da nossa existência mortal.

Contenho o desejo dum cigarro pecaminoso e calço as sapatilhas para arrepiar estrada e correr um pouco tendo o céu como guia e suporte dos meus pensamentos. Instintivamente, levanto novamente o olhar para o firmamento  e faço uma pausa antes da grande corrida. Um céu assim só pode intuir e adivinhar que algo de bom vem a caminho. De todos nós.


Diário dum Saltimbanco

Ouço Dido a cantar "Here With Me" e detenho-me no refrão "I Am What I Am". Recordo-me dos 18 anos em Faro no Algarve; qual saltimbanco de circo "emigrei"(com "i) para 5 anos em Matosinhos para viver um tempo único na faculdade onde cruzei experiências e passei mais tempo em camas alheias, serões em bares e discotecas do que propriamente em salas de aulas.

Não me arrependo. Bebi da escola da vida e cresci como pessoa; na retina deste texto mal pontuado, relembro-me das tardes passadas no bar da faculdade a ouvir acordes de guitarra e a discutir filosoficamente com os professores aos quais, de forma provocadora, faltava às aulas ou saia de "fininho" no intervalo das aulas massacrantes de 3 horas.

Lembro-me das batalhas associativas para a AA UFP em que combati com orgulho por causas que me pareceram justas e em que aprendi um pouco o valor do sacrifício e da força e fé para mover montanhas. Devo muito a todos aqueles que tocaram a minha vida nesse período.

Ainda não defini um lugar a que possa chamar "casa", mas, confesso, gosto do meu trajecto de saltimbanco itenerante: 18 anos em Faro, 5 em Matosinhos e (por agora) 11 no Porto. A vida tem a maravilha abençoada que, independentemente dos cenários, a partilha de experiências e recordações permitem-nos avançar rumo a novos desafios.

Dia 15 Setembro iniciarei um dos maiores desafios da minha carreira, e irei pensar em todos aqueles que passando na minha vida, contribuíram activamente para eu ser a pessoa que sou hoje. 

Em suma: Um nómada em crescimento, com o desafio do novo amanhecer a aparecer já ali...ao virar de qualquer esquina, seja em Faro, Matosinhos, Porto ou no canto mais improvável que a imaginação (desejo) possa materializar...


quarta-feira, agosto 31, 2011

Paraiso ou Liberdade?


Nós e os Ricos

Imaginem um aquário repleto de peixes garridos de várias cores. Dentro do aquário existe uma linha invisível que divide os peixes maiores (melhor alimentados) e mais garridos, dos  peixes menores e com cor mais pálida. Todos tentam sobreviver dentro do aquário, sendo que a força dos mais poderosos e fortes prevalece.

Arremetidos duma súbita generosidade, os peixes maiores cedem um pouco do seu espaço aos menores, deixando-os ultrapassar (aparentemente) a linha invisível que divide o aquário global. Em síntese: O peixe grande não deixa de ser grande e o pequeno não deixa ser pequeno. A diferença reside no facto psicológico de que os grandes dão um ar de generosidade estóica e os pequenos deixam-se seduzir.

Tudo "isto" a propósito da discussão da taxação mais elevada acerca dos rendimentos dos mais ricos e poderosos. Tanto em Portugal, como no mundo, uma tentativa de acalmar as massas contestatárias enquanto nos limpam a nós, peixes pequenos, as escamas e nos tiram o brilho e (pouca) força existente. 

Enquanto a manobra de diversão ocorre, vamos todos cantando e rindo como se o mundo fosse uma quimera dourada e o equilíbrio tivesse sido reposto. Tal como num aquário com sua linha invisível.

"Chuta-Chuta"

Recordo a alcunha que o jogador Bruno César do Benfica possui ("Chuta-Chuta") e não posso deixar de sorrir. O talentoso médio brasileiro (autor dum super golo contra o nacional da madeira) granjeou o apelido designado pela "fome" de tentar inúmeras vezes o golo; sendo amiúde acusado de egoísmo e excesso de...tentativas.

Faço a analogia com a vida real: Chutamos muito e erramos ainda mais: Bolas à trave e ao lado são "pão nosso de cada dia"; no entanto o que seria do sal da vida senão a pimenta voraz da arte de acreditar que o destino se constrói pela teimosia de tentarmos sempre e sempre...mesmo que muitas vezes a bola saia ao lado ou beije suavemente a trave...

terça-feira, agosto 30, 2011

Sexy Plain...


Sangue & Liberdade

Continuo a seguir com particular interesse a revolução popular ocorrida (em decurso...) na flagelada Libia, eterno mosaico de tribos e correntes islâmicas diversas no conteúdo ora radical, ora moderado com "cheiro" ocidentalizado.

O "fogo árabe" que no último ano varreu o planeta, apanhou (quase) todos desprevenidos, resvalando para a arrogância colonialista que as grandes potências mundiais emanam no alto da sua pretensa superioridade moral e intelectual. 

Como os movimentos dos sem terra brasileiros e mexicanos; como os movimentos independentistas africanos da década de 60; o mundo árabe do cidadão comum e revoltado contra o "estado das coisas" pegou fogo e ateou nas massas colectivas o desejo da liberdade e o quebrar das grilhetas da servidão.

Kadafi, Saddam Hussein, Mobarak (e mais tarde ou mais cedo Saddat) representam o velho mundo que ninguém quer: A repressão, ditadura sob a capa de fanatismo religioso. Mas Zapatero, Merkl, Obama ou Sarkozy, representam novos ventos e rumos? Ou apenas uma fina máscara disfarçada de democracia para ser diariamente  servida nos media globais?!


segunda-feira, agosto 29, 2011

Verdade & Mentira (digital) II

Criamos, por vezes, na teia dos nossos perfis "facebokianos" por exemplo, realidades próprias. Reinventamos o que somos de forma não inocente para transmitirmos aos outros uma lógica ora de poder, ora de sucesso pessoal, amoroso ou profissional.

Ao fim ao cabo, tornamo-nos prisioneiros das (i)realidades que criamos e que incutimos nos destinatários de tudo o que publicamos. Sucedem-se regularmente episódios rocambolescos para quem usa massivamente as diferentes redes sociais: A ex que se vinga com perfis falsos, o ex que ameaça violentamente os possíveis "caçadores"; a troca de "galhardetes" entre amigos desavindos entre todo um leque vário de situações.

Li algures que cerca de 30% dos divórcios no Reino Unido são causados pelo uso do facebook. Confesso-vos fiquei atónito...no entanto acredito nos números e factos, perante a evidência diária do que me deparo na Social Networking cá do burgo. Brevemente partilharei com vocês algumas histórias e continuarei a destilar texto sobre um tema que me parece e pertinente e interessante na sua génese: As Verdades e as Mentiras do Digital...

Tripoli


Verdade & Mentira (digital) I

Com o passar dos últimos anos, tendencialmente, as plataformas digitais e suas diferentes nuances ocupam espaços crescentes ora para divulgação de produtos e serviços corporated, ora para o explanar da extensão da vida pessoal de todos nós.

A tendência subliminar que é somente "pessoa completa"quem  possui "morada" no universo internet ganha consciência na mente das massas (todos nós no individual, diluidos na consciência colectiva). Qual a surpresa quando perguntamos ao amigo/a "x": Não tens facebook?!

Passámos gradualmente duma tipologia de informação condicionada para um alargar massivo do leque de opções. Depois, veio o boom da internet e seus diferentes estágios de evoluções. Estamos agora na etapa em que todos nós somos fontes e produtores de informação variada, nem sempre fidedigna, nem sempre benigna e positiva na ética e moral inerente.



domingo, agosto 28, 2011

A Primeira Vez...

Lembro-me do ontem há 20 anos, como se fosse o hoje do presente. O sabor da primeira vez em que a carne se cruzou com a carne e (re)descobriu-me novos caminhos. Recordo-me que era dia 18 dum mês qualquer perdido no verão Algarvio, e o cenário teve areia e mar como fundo.

Sorrio ao relembrar a minha atrapalhação e nervosismo de puto a querer dar o passo definitivo rumo à vida adulta. Foi bom e especial mas sem fogo de artificio ou estrelas cadentes reluzentes que sonhava na minha cabeça de adolescente. Foi melhor na segunda e terceira vez...Como em tudo na vida a prática é o melhor dos caminhos sensitivos, rumo à (im)perfeição sempre inacabada.

Durante semanas aquele sorriso estupidificante nos lábios e o olhar de pretensa "superioridade moral" perante os meus amigos. Longe estava de saber que afinal a vida é feita de muitos rituais de passagem, inerentes a idades e - essencialmente - a estágios permanentes de maturação psicológica....

Nunca esqueci aquele dia e ano em que o meu primeiro ritual de passagem ocorreu...e quem esquece?!

sábado, agosto 27, 2011

Pés - Leopardo


Alice

Recordo o encontro de ontem com a "minha" doce Alice, no final de tarde frio em Santa Catarina. A cumplicidade de sempre com uma menina de 8 anos em que os problemas da paralisia cerebral parecem passar ao lado; resvalando num rosto aberto que transmite a paz que nos falta - por vezes - no dia a dia violento e competitivo.

Palavras soltas com os país Ezequiel e Célia, e o sentimento colectivo de injustiças e promessas por cumprir. Mundo cão, tranvestido de animais vestidos de pessoas que alimentam esperança e destroem (momentaneamente) sonhos e quimeras desejáveis.

A Alice cativou-me desde a primeira hora em que a conheci. Num dia solarengo de "corre-corre" para Lisboa em direcção aos estúdios da SIC, em que a frontalidade do seu olhar de criança me transmitiu um sentimento de amor universal.

Agora, mais do que nunca, a Alice para mim é uma causa, uma bandeira, uma forma de me colocar em paz comigo mesmo e com o mundo. Afinal o que vem dentro de mim verte forte, e pelo sorriso desta Criança-Guerreira, apetece-me hoje e sempre dar o melhor de mim...

3

Férias mortas e (quase) acabadas e o mês de Setembro a destilar em escolha de opções profissionais várias. Final de semana escolhido para retiro sabático e selecção entre três convites que me chegaram às mãos e que  estou a analisar "ao pintelho".

Vinho tinto alentejano para amadurecer as ideias com telemóveis em off silencioso para poder avaliar os "prós e contras" de cada proposta apresentada.

Pés descalços na parede, portátil no chão frio da varanda, com o vento de verão, ainda quente, a sacudir o corpo e a colar - juntar - os pensamentos como que a impelir os neurónios na escolha derradeira...

sábado, agosto 20, 2011

Notas d'Verão

Verão a destilar de forma agradável e lânguida, com sol praia e areia deslizante por baixo dos pés já negros do bronze Algarvio. Leituras várias a olhar para as ondas, jantares divididos entre família e amigos, com a alegria sincera de quem nos ama pelo que nós somos.

A vida é um jogo de reconstrução constante em que as batalhas, por vezes (muitas vezes), são duras e longas. Somente os fortes prevalecem na força mental do acreditar (sempre) do que somos e do que valemos. Na parte das considerações metafisicas do "real significado da vida"; estas férias tem sido um bom ponto para uma nova partida aliciante.

Daqui a 3 dias a (re)descoberta do Porto, com uma passagem rápida por Viena. Depois o mergulho nos novos desafios e o rever do ciclo vasto de amigos. 

Minha vida: O eterno retorno entre vários pontos, com múltiplas paragens e estações. Afinal a eterna satisfação/insatisfação da viagem que progride...

sábado, agosto 06, 2011

O Circo (e os anões...)

Tarde bem passada entre ex colegas do projecto da Sonho d'Afectos para convívio salutar e resoluções importantes de quem luta pelos seus direitos básicos.

Lembrei-me, de forma subliminar mas consciente, quando era "puto" e ia ao circo ver os palhaços e anões e me maravilhava perante o espectáculo de cores garridas e na ilusão ditada pela verdura da tenra idade.

Com o avançar do relógio biológico, perdemos a ingenuidade acerca dos palhaços e anões e habituamo-nos a lidar com a verdade (nua e crua) de que nem os palhaços são tão coloridos nas tonalidades, nem os anões tem a graça e encanto que pensamos na génese da nossa ingenuidade infantil.

Todas estas metáforas, para dedicar estas linhas adornadas (nem todos irão perceber o português aqui derramado...mas enfim...) a todos aqueles que durante mais dum ano me acompanharam na Sonho D'afectos. 

Agora os desafios profissionais apontam-nos, individualmente e colectivamente, para outras paragens  e formas de viver mais condizentes com a nossa ética e valor (pessoal e profissional).

Numa perspectiva bíblica e católica, tudo tem vingança (leia-se justiça) justa e retribuição proporcional ao mal semeado e efectivado. Hoje, ao falar e conviver com um grupo de gente boa e ética, intui o futuro e visionei que nem os anões nem os palhaços tem a inteligência e a impunidade que a meu imaginário infantil formatava.

Ao fim ao cabo a verdade é realidade incontornável e a vida ensina-nos que a verdade escorre como o azeite e deriva à tona, mesmo contra as calúnias pessoais e profissionais de quem nos tenta deitar abaixo de forma torpe.

Post Scriptum: Altura de ir a banhos, de abraçar aqueles que eu amo e me amam e voltar em meados de Agosto para novas batalhas e desafios aliciantes. 


...Reafirmo...estas  linhas dedico-as a quem me acompanhou profissionalmente de forma digna e séria no último ano e meio: Aos bons profissionais com os quais tive orgulho de privar, às boas pessoas com as quais criei amizade e vínculos positivos. 
Dos "outros"...não reza a minha história nem a minha escrita...

quarta-feira, agosto 03, 2011

Siria

Com o crescente levantamento popular ocorrido que nem rastilho (rápido) de pólvora em diversos países islâmicos, eis que as atenções se voltam para a Siria.

Milhares de cidadãos nas ruas gritando liberdade a serem literalmente chacinados por forças leais a um antigo regime parado no tempo e enriquecido pelos milhares de petrodólares que o ocidente generosamente paga pelo ouro negro do petróleo ansiado.

Curioso a imagem que nos venderam durante anos, sob a qual os islâmicos seriam apenas massas fanatizadas a nível religioso sem massa critica para se rebelarem contra regimes totalitários e ditatoriais. 

Os movimentos iniciados no Egipto e Líbia provam o contrário, e a força com que em solo Sirio morrem centenas diariamente, prova que afinal nós ocidentais julgamos de forma arbitrária uma realidade que somente conhecemos pelo "vending" dos media e das potências poderosas deste velho-novo mundo.

terça-feira, agosto 02, 2011

Sexy & Wet

São Roberto

Com as novas do defeso futebolístico ainda em aberto ( a janela de transferências de Agosto ainda muito em  slow motion); eis que leio (e releio...) a noticia que o mal amado keeper do SL Benfica Roberto está de partida para Saragoça num negócio onde os diabos vermelhos recuperam o (mau) investimento de cerca de 8 milhões de euros efectuado há um ano atrás.

Sensação de alivio para mim e para milhões de benfiquistas sofredores, ao ver o frangueiro Roberto partir para a sua Espanha de eleição e espalhar o terror das mãos furadas e falsos golpes de vista para outras paragens.

Afinal ainda existem milagres neste mundo conturbado; sinal que o farol da esperança está novamente acesso num estádio perto de si...

O Estado da Nação

Pais curioso este Portugal à beira mar plantado. Dependentes da troika do FMI, prisioneiros dos ventos e brisas que escorrem da conjuntura internacional. Nação de contrastes na depressão dum fado traçado, de jobs for the boys (repararam que não foram revelados os ordenados certamente milionários dos novos administradores da Caixa Geral de Depósitos?!).

Acho que, tendencialmente, vivemos num pais de faz de conta onde a insanidade do consumismo continua a marcar pontos, modas e tendências de formas de viver como se não existisse amanhã.

A lógica miserável (de mentalidades) de gastarmos mais do que podemos, de não abdicarmos de nada (abençoado cartão de crédito para muitos...) e continuarmos a enterrar a cabeça na areia. Afinal para quê tentarmos remar contra a maré, quando o mundo parece acabar já ali ao virar da rua?!

O governo e a oposição  fazem acordos e desacordos de ocasião: Forma de aliança sacra para defender o "polvo" duma classe politica requintada e requentada em panelas cinzentas e gastas na forma e (não) conteúdo.

Nós, mexilhão pequeno e colectivo, percorremos os caminhos da confusão, mexendo-nos como marionetas num jogo em que não controlamos nada de nada. Somos peões globais num mundo em que os interesses corporativos e a politica hedonista do "eu" individual marca pontos todos os dias.

Resta-nos o futebol ao Domingo, o fado triste da Amália e a crença que nossa senhora de Fátima irá aparecer novamente na cova de Santa Iria para nos resolver milagrosamente os problemas...e que tal se, para variar, fizéssemos algo para mudar realmente  o estado das coisas?!




segunda-feira, agosto 01, 2011

Cheiro de Verão...

Na Cagadeira

O titulo do post não é nada pomposo (talvez...higiénico...) mas reflecte o inicio dum dia que amanheceu bem cedo. "Corrida" para a casa de banho, fazendo as necessidades madrugadoras com a agenda na mão para planear a última semana antes de uma pausa para férias.

As saudades do meu Algarve de nascimento apertam e a necessidade de rever rostos, sentir abraços, cheirar odores familiares e afins, remetem para a inevitabilidade de uma pausa (quase) tão necessária como o acto de respirar.

Alinho apontamentos e rabiscos com a minha letra profundamente inestética: Hábito de sempre para não esquecer "pontas soltas" e ir de encontro aos novos projectos que irão abrir com o mês de Setembro.  Faço uma pausa para lavar os dentes e deitar água fria no rosto, com o calor da manhã nublada já a marcar pontos.

Ao fim ao cabo a "cagadeira" (vulgo wc/casa de banho) é o primeiro ponto de trabalho e de livre pensamento no rasgar do novo dia. Pena puxar o autoclismo e a "lavagem" de problemas e barreiras não desaparecer...galgo pelas ruas ainda despidas de gente e arrepio caminho para o primeiro café da jornada que dá pelo nome de vida...a esperança está já ali ao virar da esquina...sempre...

sexta-feira, julho 29, 2011

Acordar Tarde

tocas as flores murchas que alguém te ofereceu
quando o rio parou de correr e a noite
foi tão luminosa quanto a mota que falhou
a curva - e o serviço postal não funcionou
no dia seguinte


procuras ávido aquilo que o mar não devorou
e passas a língua na cola dos selos lambidos
por assassinos - e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais - nada a fazer


irás sozinho vida dentro
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso simulando
a casa
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia

Al Berto, Horto de Incêndio   

Tudo Bons Rapazes

Nos últimos dias a fauna de comentadores políticos cá do burgo tem destacado o facto de Pedro Passos Coelho e António José Seguro serem amigos pessoais.

Causa-me sincero desconforto a mentalidade dum país em que a amizade parece ser crime ferido de morte, quando se trata de 2 pessoas de quadrantes partidários (aparentemente) opostos. 

Falo do meu exemplo pessoal: Um dos meus melhores amigos situa-se nas antípodas da minha esfera partidária, desportiva e até do liberalismo (saudável quanto a mim) com o qual  procuro pautar na minha vida.

Nada "disso" impede uma amizade que já dura há cerca de 30 anos. Nada "disso" impedirá certamente de Passos Coelho e António Seguro de cumprirem o seu dever politico sem se atropelarem nos corredores do poder do parlamento tuga, e preservarem o conceito pessoal de amizade mútua.

Sinceramente, tenho o instinto que no meio da lama da classe politica da lusitânia, os 2 nomes mencionados até são mesmo bons rapazes...(sem ironias)

quarta-feira, julho 27, 2011

Defeso

Com o cheiro da relva já a queimar as narinas dos fans do desporto rei; eis que a primeira anotação do soccer indígena remete-nos para 3 realidades distintas relativamente a "Dragões", "Águias" e "Leões".

Para os lados da invicta portuense a aposta numa estrutura de continuidade na qualidade sempre unanimemente  (re)conhecida, demonstra que a equipa com mais sucesso dos últimos 20 anos em Portugal segue o caminho tranquilo que permite a condução da "nau" quase em piloto automático.

Lufada de ar fresco para os lados da Lisboa de Alvalade, onde o Sporting aposta num jovem treinador tuga com provas dadas e com uma lista de dispensas/contratações onde, finalmente, se vê a lógica dum percurso coerente.

Para os lados das hostes benfiquistas o último calvário de Jesus. Altura de provar se possui afinal o toque messiânico da primeira época na luz, ou o tom satânico e negativo da última temporada de pesadelo vermelho.

A corrida este ano avizinha-se a três...bem...o Braga do mídas Salvador (António) pode constituir, novamente, uma alegre dor de cabeça para os denominados "3 grandes". A ver vamos...

Posing Act

A Queda Americana

Com o agudizar da crise bárbara no plano global, eis que o gigante americano também é apanhado na teia do incumprimento colectivo que povoa a (dura) realidade económica global.

Obama bem tenta acordos de última hora, mas parece cada vez mais óbvio que até o Uncle Sam não escapa ao furacão mundial, pagando a factura de 9 anos de guerra em solo afegão e iraquiano em que meios, dólares e vidas foram lançados no "assador".

Apanhados numa crise em que se julgavam acima do resto do mundo, Obama e Boehner degladiam-se à vista da opinião pública. Afinal apenas e tão somente a queda Americana...

David vs Golias

Recordando o episódio bíblico da vitória de David perante Golias, penso nas lutas diárias que todos nós temos que atravessar nesta altura de adversidades constantes, batalhas hercúleas e desafios múltiplos.

Há pouco tempo escrevi neste blogue "Para além da dor". Hoje digito palavras soltas com a convicção que a maioria de nós, vive diariamente com o desafio aterrador de enfrentar muros e pedras nestes tempos em que temos que assumir o papel do vencedor David ante o todo poderoso Golias (afinal a vitória da fé e da crença ante a arrogância).

E quem constitui o "Golias" moderno: O sistema que oprime o cidadão, o patrão que maltrata os empregados; os novos ricos envoltos na sua mediocridade mental na qual o dinheiro tudo compra, os falsos amigos e falsos profetas que pregam moral e na prática fazem o oposto.

Católicos ou não, provavelmente irão concordar com a metáfora escolhida: Hoje, tal como amanhã, a batalha central passa por David vs Golias...

segunda-feira, julho 25, 2011

Sem Cabeça

Made in Norway

Os recentes (trágicos) eventos ocorridos na fria e desenvolvida Noruega, remetem-nos para a problemática de que afinal o terrorismo armado e sanguinário não tem somente como origem o islão fanático (existe também, claro está, o bom islão).

76 mortos confirmados à mão dum jovem (monstro) de 32 anos: Frio, metódico e cerebral. Afinal a desenvolvida Europa e seus povos são também capazes dos mais horríveis dos actos sanguinários; sem nexo nem coerência lógica.

A problemática do terrorismo global não se esgota somente em tons de pele ou religiosos. O problema é bem mais vasto...que os todos poderosos não enterrem a cabeça na areia e que procurem soluções: Afinal a Europa - modelo teorético de paz e livre pensamento - também tem os seus esqueletos no armário...

quinta-feira, julho 21, 2011

Luta(s)

A vida é mesmo um horizonte alargado de (boas e más) surpresas. Nos últimos dias tem surgido algumas propostas inesperadas de assessorias a uma escala não nacional. Um telefonema da Áustria despoletou o "bichinho" para um desafio aliciante que espero conseguir agarrar.

Aqui na tugolândia mais uma avença comunicacional fechada para os lados da Maia que será amanhã revelada. Posso-vos adiantar que se situa na área da restauração, e constitui um dos pontos de referência da arte de bem comer (e beber) para os lados da cidade que "dorme" bem ao lado do Porto.

Alguns telefonemas, hoje, dos bons amigos de sempre, despertaram-me sorrisos e boa vibração renovando-me a força e o vigor para os novos desafios que se avizinham.

Basicamente continuo a ser aquele puto que há 18 anos veio do Algarve para o Porto para tentar algo de melhor para a sua vida: Sem pisar nem trepar em cima de ninguém.

Causa-me confusão;  comentários menos próprios de "alguns" que interpretam a área em que movimento profissionalmente ( e o que eu faço e "como" faço), como se eu fosse algum "pavão narcisista".

Felizmente, dou-vos um exemplo prático, tanto dou uma entrevista na televisão como passado 30 minutos estou em família a comer sardinhas com a mão e a dar peidos de alegria após a primeira (boa) garrafa de vinho alentejano.

A vida pode não ser simples, mas que nós temos uma tendência do c...para complicar ainda mais tudo...

quarta-feira, julho 20, 2011

Férias (ou não)

Uma necessidade louca, ditada por corpo e mente, para parar um pouco e "ir a banhos" para o Algarve de sempre. Correndo contra o relógio, preparo alguns projectos que irão ditar o meu trajecto profissional nos próximos (largos) meses.

Ainda o dilema de não saber se irei saborear o areal Algarvio, a cervejola à beira da praia e as noites quentes temperadas por sangria branca e conversas entre os amigos de sempre.

Cansado e correndo contra o relógio: Daqui a alguns dias dou-vos conta do veredicto...

"Diz que se Diz"

Os últimos tempos tem sido férteis na cultura terrena do "Diz que se Diz". Tenho constatado na pele e no osso o que o meu professor de estilística e retórica na faculdade (alo Ricardo Jorge Pinto!) dizia: Toda a informação é deturpada desde o canal emissor primário até ao destinatário final (algo do género).

A cultura da mediocridade do dia a dia em que a lógica do "comer antes de ser comido" prevalece, remete para o campo onde alguns se vendem por um prato de lentilhas pobres; prestando vassalagem a pretensos poderosos e dando fama à cultura do boato, delação oca e inverdades pessoais.

Tenho sentido um pouco de tudo "isso" na pele. Nada de novo no meio em que me movimento. Nada de novo na desilusão (ilusão) com algumas pessoas que nos relacionamos. Nada de novo na minha lógica de calma e tranquilidade em que me prefiro fingir de "parvo" e "correr por fora".

Afinal a verdade é como o azeite (vem sempre à tona) e a confiança que deposito em mim mesmo e na ética que procuro transmitir  na minha vida pessoal e profissional, inevitavelmente, virá ao de cima.

Apenas um desabafo...com toda a minha confiança de sempre...

segunda-feira, julho 18, 2011

Brisa d'Verão

Portugal 2012

Num ano de "caganeira mental" colectiva, imagino já o 2012 no horizonte. Mudam os rostos do poder político, mas ficam as mesmas declarações idiotas dos ideólogos cá do burgo. Promessas vazias, pedindo (mais) sacrifício ao povo já despido de dinheiro e esperança.

Fala-se muito que temos um código genético com o fatalismo impregnado na alma. No entanto, com o cenário negro exposto e servido à nossa mesa nos últimos 10 anos, que réstia existe senão a da esperança que esta merda vai melhorar e que melhores dias virão?!

Em Qualque Lugar

Acaricio o rosto, destapando as gotas de chuva (fora de época) que me cobre a face. Arrebito caminho no Porto para café entre amigos para reencontro de muitos que há muito não vejo.

Imagino-me por momentos no meu Faro de nascimento entre amigos e família. Transporto-me para o alentejo para respirar o ar puro da gente boa: Minhas origens do lado de minha mãe.

Viajo para a marina de Vilamoura para beber um café de final de tarde e contemplar o mar e os barcos dos ricos todos poderosos: Ao longe - perto - o português típico (pobre, inchado e arrogante na sua pequenez) passeia tirando fotografias vaidosas e sem conteúdo.

Acordo num areal em Albufeira, cheirando as ondas da espuma do mar profundo e azul. Vou ao sitio do costume jantar frango aromático e beber sangria branca: Imersa na profundidade dos pensamentos que me percorrem.

Subitamente desperto e descubro que hoje queria estar em qualquer lugar, menos onde estou...

Vida: A eterna viagem...o eterno retorno ao ponto de origem...

segunda-feira, julho 11, 2011

Newsletter nº1|Essência Terapias|Leitura On-Line

Essencia Terapias nº1

Para Além da Dor

Existem alturas da vida em que a nossa capacidade de auto superação é colocada constantemente à prova de forma dura e crua.

Neste período de crise parida e esventrada, o sangue suor e lágrimas atingem outra expressão que nos levam a ir bem ao fundo da nossa reserva mental de força, coragem e fé absoluta.

Na entrevista que dei sexta feira à minha amiga Sandra Sá no Porto Canal também falei de honra, ética e verdade. Falei das "minhas" workshops in Dragão mas pensei forte, no meu interior de alma e de sangue, o quão difíceis tem sido estes últimos 2 meses.

Como mencionei hoje à minha "irmã" d'alma Fátima, a capacidade de ir "para além da dor", revela-nos que o caminho a seguir tem, inevitavelmente, a ver com mel, bosques verdes e mar azul. Traduzido por miúdos: A capacidade de vermos para além do que a visão física alcança; acreditarmos não somente em nós mas também em todos aqueles que fazem parte do nosso coração d'afectos.

Às vezes perdemo-nos na escuridão imensa e tardamos a encontrar o caminho de luz e sol forte, mas no fim de cada batalha vem certamente a recompensa pela nossa postura de ética e de verdade.

Chamem-me lirista...mas continuo a acreditar nessa forma de viver...mesmo que para tal objectivo seja, por vezes, ir para além da dor...

Workshops in Dragão|23 Julho|15h

quinta-feira, julho 07, 2011

Fome

Poesia made in Brasil

NO BANQUETE

Do alto dos seus bordados, o general falou:
– Meio século, senhores, a serviço da Pátria.
Falaram depois o doutor e o magnata.
Outros mais falaram no banquete da vida nacional.
Só o roceiro miúdo não falou nada.
Porque não sabia nada,
Porque estava ausente,
perrengado,
indiferente,
curvado sobre o cabo da enxada,
com o Brasil às costas.

Um poema do autor Goianense Leo Lynce