Como Benfiquista ferrenho retenho a imagem do puto David Luis após o apito final que ditou o ceptro Benfiquista: Olhos fechados de joelhos rezando convictamente, talvez lembrando-se da fome que passou quando deixou a sua pequena cidade natal e miséria acumulada para trás, para seguir o seu sonho de "minino". Alguns apelidarão de pirosa essa manifestação de fé convicta e sincera; eu tenho outra opinião...
E como é de fé que falo, retenho também a imagem de Júlio Isidro a chorar convulsivamente aquando do fecho simbólico dos velhos estúdios do Lumiar no dia do 50º aniversário da RTP. Muitos pensarão que o "pencudo" mais famoso de Portugal jogava com o share das audiências; eu pensei - penso - o contrário: Um bom profissional a pura e simplesmente se emocionar com um fim de um ciclo.
Falando em quebra de ciclos; recordo-me da emoção incontida que senti quando defendi a minha tese de final de curso - percurso - e me abracei aquela meia dúzia de amigos do coração com fogo na alma, misto de dever cumprido e nostalgia de 5 anos marcantes e mágicos.
Como estou em pensamento sequencial para chegar a mais uma conclusão em aberto e e em tons filosóficos e pirosos, lembro-me nas brumas da memória esquecida de todas as lutas que travei e ainda travo, das injustiças que tive que engolir do caminho para o tempo - muitas vezes - me dar razão na forma justa que o tempo em si mesmo tem para recalibrar tudo de forma hermética.
Ás vezes temos o medo de sermos felizes e de agarrarmos esssa felicidade pelos cornos. Qualquer "pega" de caras, com olho no olho, traz dores de parto. Mas isso meus amigos...chama-se a necessidade óbvia de sermos completos fora de nós mesmos...mais tarde ou mais cedo todos nós sentimos esse apelo e por mais que nos doa, por mais mentiras e justificações - máscaras - que coloquemos a nós mesmos; resta-nos o dever absoluto de tentarmos percorrer o caminho para a felicidade.
Como numa pega a um touro: De frente, olhos nos olhos, a arder de medo e sabendo de antemão que iremos levar mais uma valente "cornada" até fecharmos os ciclos simbióticos do passado e agarrarmos o futuro que nos chama. parece simples mas não é...preciso sim acreditar até à exaustão...