O Papa Bento XVI celebrou neste domingo pela primeira vez em público missa em que ficou alguns momentos de costas para os fiéis, com o olhar voltado para a cruz, à maneira da liturgia antiga reabilitada por ele há seis meses. Foi durante cerimônia de baptismo de 13 bebés de funcionários do Vaticano na Capela Sistina, quando foi usado o altar sob a representação dramática do Juízo Final, de Michelangelo. O restante da celebração seguiu o ritual comum, introduzido por Paulo VI após o Concílio Vaticano II, com a missa pronunciada em italiano, não em latim. Em julho do ano passado, o Papa Bento XVI divulgou um decreto em que autorizou novamente a celebração das missas em latim, para alegria dos tradicionalistas, considerando que existe apenas um "rito" da Igreja Católica, com uma forma "ordinária", a liturgia atual, e uma forma "extraordinária", a antiga. A diferença mais conhecida se refere ao uso do latim na missa antiga, denominada "tridentina" ou de "São Pio V", e das línguas vernáculas da missa atual, conhecida como "de Paulo VI". A questão pertinente que se coloca é, obviamente, o regresso ao tempo distante em que a fé era a propriedade das elites e na qual as massas disformes tinham apenas e tão somente um papel decorativoe passivo. (maus) ventos de mudança.
