segunda-feira, janeiro 07, 2008

RASGOS DE MEMÓRIA (I)


Após 1o dias de mini-férias retemperadoras, eis que regresso do meu Algarve de eleição para o meu Porto d'abrigo. Nas horas de viagem entediante, o meu pensamento divaga ora fazendo balanços estupidificantes do ano que já morreu, ora fazendo exercisios baratos de futurologia para o recém nascido 2008. Olho para os rostos que me cercam no expresso do oriente - versão popular com ida para a invicta - e encontro em todos o mesmo olhar que rasga a alma e que nos faz por vezes questionar o Porquê de mais um ano feroz de lutas e agruras, enquanto os ricos ficam tendencialmente mais poderosos, e os pobres mais pobres. Os patamares de classe média neste pais há muito que deixaram de existir. Agora ou somos 5% dos ricos ou 95% dos pobres. Suspiro e penso que eternamente ficarei na segunda categoria; piedosamente o meu cérebro transmite-me mensagens de conforto e de segurança de betão.

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