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domingo, março 13, 2011

Sabor(es)

Ontem jantar "em familia" com amigos do jogo d'afectos profundo. Bifanas picantes, com cerveja, vinho e whisky, destilados (os líquidos) na solidez das conversas que gravitam ao sabor dos temas livres de quem não tem grilhetas no pensamento profundo.

Sabor de um cigarro lento, do mel do mar azul numa tarde cinzenta, interligado com a areia sensual desfiada em mil grãos de suavidade. Na vida a palavra "sabor" ocupa o centro do que é vital e importante: O Amor.

O amor  do sabor de quem amamos (do Porto a Setúbal, de Goiás a Faro...). O  sabor dos sentimentos  que dançam na nossa cabeça. O prazer dos pés descalços no chão da vida e de seu caminho.

Um beijo, uma tesão existencial, um valente prato de lentilhas aromático com o sabor dos sabores saboreados...

Instintivo o Sabor...com a escrita: Livre e ao (na) corrente dos sentidos...

terça-feira, fevereiro 15, 2011

As Purgas (do tempo)

Ainda há poucos dias, ao falar telefonicamente com uma amiga, "discutíamos" as purgas que o tempo nos faz passar, o sangue que verte das feridas d'alma e a capacidade de auto regeneração que nos permite (aos inteligentes minimamente) seguir em frente de peito aberto às balas da vida.

Viver é uma arte tendencialmente refinada com a idade. A capacidade de nos afastarmos de jogos não recomendáveis, tricas e intrigas e a humildade para acreditarmos no brilho de nós mesmos, fazem milagres no que concerne ao escalar as montanhas rudes de objectivos suaves mas determinados.

Aos 36 anos, sou um jovem veterano inebriado com a arte dos prazeres simples: Um jantar simples com amigos complexos e especiais, taças de vinho a verter à velocidade da conversa e pensamento. A fluidez de tocar no corpo da mulher que eu amo. Enfim...a arte de purgar, voltar a acreditar e investir no futuro...

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Tentar (e ser feliz)

As pessoas perdem metade da vida a tentar perceber o que é o el dorado da felicidade suprema; seus caminhos filosóficos e teoréticos. Na luta do dia a dia, apercebemo-nos que uma batalha profissional ganha, um sorriso de afectos de um amigo ou o calor da mulher que amamos, pode fazer milagres.

Acho que já percebi a "cena" do ser feliz: Lutar até à exaustão, fazer instintivamente o que nos parece correcto sem magoar o próximo, sermos honestos com o nosso "eu" interior e, essencialmente, sabermos crescer e evoluir.

2010 acabou em alta para mim, pessoal e profissionalmente, transmitindo-me importantes lições para o futuro que está já ao virar da esquina da vida colectiva e universal (universo de partilhas redundante).

Escrevo estas linhas soltas à deriva na minha objectividade: Dedico-as ao universo que me dá as forças e me faz beber a água da seiva-mel do acreditar no mundo e no direito de ser(mos) feliz(es).

Para ti Malu...por acreditares...por acreditarmos...por lutarmos...

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Nós (por cá)

Qual formiga colectiva, seguimos diariamente rumo às nossas rotinas rotineiras, rotinadas na calibragem obrigatória do dia a dia.

Assumimos papeis formais nas estruturas organizacionais que nos pagam a lógica da corrente financeira necessária aos custos inerentes das nossas necessidades (não) proporcionais - amiúde - aos tempos de ginástica  económica obrigatória.

Por vezes esquecemo-nos que uma das reais motivações para o suplantar de barreiras - pessoais e profissionais - na banalidade corriqueira da rotina é  a força de acreditarmos com paixão no que fazemos. 

Ao fim ao  cabo (re)descobrir a "idade dos porquês"  constantemente e nunca esquecermos "quem somos" e "porque caminhamos"...

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Forever

Costuma a sapiência popular ditar que "nada dura para sempre". Frase sábia do senso comum que nos transporta para mais uma pérola "não há mal que sempre dure" (ou algo do género). Na sabedoria cigana a vida está escrita na palma da mão; mas no meu intimo sei e sinto que somos nós que conduzimos o "carro pela montanha acima" e (re) fazemos o nosso destino.

Noite de terça feira em tons (quase) perfeitos: Jantar entre amigos no aniversário da grande amiga Nany Resende, seguido de festa destilada ao som retro no Club Bela Cruz. Afinal a minha 4ª assessoria global na...4ª edição da Forever Young.

Sensações boas com o reencontro com amigos de longa data como o Jacob Amorim, Nelson, Marokas e Alda. Sempre bom  revêr os D'outeiros (Roberto e Fernando), "aturar" os devaneios bem humorados do Miguel Mesquita ou a boa disposição discreta da Lucia.

Muito bom revêr a Ilda, bem como conhecer o António e a Cláudia (2 boas e positivas supresas). Noite de alegria e boas vibrações, de pulsões de pensamento e estados d'alma vibrantes. Noite de pensar que a vida pode não ser um longo mar de felicidade "Forever", mas vale a pena tentar...vale a pena tentar...

domingo, outubro 31, 2010

El Muerto(s)

Véspera do dia das bruxas comercial; há muito institucionalizado como fonte maior de receitas da(s) noite(s) um pouco por todo o mundo. Véspera da véspera do dia religioso da hipocrisia de relembrar os mortos por nós acomodados na nossa gaveta mental de vergonhas.

Para mim, dias de descontracção pura ao lembrar-me dos "meus" muertos: Da familia de afectos, dos amigos que desapareceram de doença súbita, de overdose esperada, de suicídio arquitectado; de acidentes e tombos que a puta-vida nos prega.

El Muertos: Viva a Vida...lembrar os "meus" mortos, para celebrar as razões que me fazem desejar a vida cada vez mais...cada vez mais...

sexta-feira, julho 30, 2010

Folhas Caidas

Derramo estas linhas com um nervosismo não habitual em mim, calejado em milhares de linhas, em milhões de palavras várias. Os presentimentos (sonhos) estranhos dos últimos dias ganharam corpo infelizmente visivel com laivos de dor alheia, mas que atinge pessoas próximas do meu coração de afectos.

A morte nunca escolhe caminho recto e direito, não escolhe altura própria nem devida. Simplesmente surge com a lentidão irritante de uma folha a cair numa tarde outonal de verão quente. Corrói e salta para o asfalto seco, estilhaçando todos em volta.

Hoje irá se falar na teia mediática da luta inglória mas corajosa de António Feio, que sucumbiu aos 55 anos a um cancro no pâncreas após um ano e meio de combate. Mas hoje também uma menina-mulher vai enterrar seu pai, no anonimato dessa teia do mediático. Uma menina-mulher vai chorar para dentro ou para fora, vai ser amparada pelos muitos que a amam.

Uma menina-mulher vai simplesmente se abraçar à sua mãe guerreira de carne e à sua outra mãe de espirito e amizade sólida que sobrevive a todos os rochedos que a vida derrama na tempestade que não escolhe idades. Faço uma pausa, acendo um chá no corpo quente e fervo no meu ser. Espero um pouco para secar as lágrimas que não derramei hoje à tarde, em troca simples de palavras sempre poucas nestas alturas em que o drama quase nos paralisa.

É uma dor alheia mas que dói, por doer a alguns por quem o meu coração sente. Não conheci o pai da menina-mulher pessoalmente. Apenas um homem, um pai que amava a filha. Neste momento é mesmo o importante da trama do drama: Um pai que amava a filha, uma filha que amava o pai.

O dia desperta lá fora na seiva da vida que se liga à morte. O eterno jogo de ciclos que quebram, começam, recomeçam. Em qualquer sitio do mundo um bebé nasce ou um homem morre. Com a fragilidade  das folhas caidas...

Este texto será certamente lido por muita gente, mas dedico-o essencialmente a Ti e à Tua Mãe...

sexta-feira, julho 23, 2010

Verão Azul

Confesso-vos, que eu - algarvio convicto - tenho a maior das dificuldades mentais de aceitar o verão desajustado que povoa nesta altura a minha Invicta de adopção. Entre ondas de calor galopante, ventos frios e noites em que é necessário puxar o lençol para tapar as partes "pudibundas"; lembro-me com ansiedade da contagem decrescente rumo às minhas vacaciones no meu Algarve de acolhimento umbilical.

Na retina, surgem as imagens que se multiplicam: A velha enrugada do costume a vender no areal branco bolas de berlim gordurosas e açucaradas, o café fumegante bebido em qualquer esplanada perto da praia; ou a imagem sensual/cómica dos corpos femininos reluzentes ao sol, mostrando ora as curvas sensuais, ora a celulite maldita acumulada durante mais um ano.

Já me imagino a pegar na toalha, esticar-me ao sol como camarão a fritar com margarina derretida na crosta e a ler qualquer livro de ocasião. O vento suave do final de tarde a indicar-me caminho para  um mergulho tranquilo; antes de (mais) uma noite com amigos destilada e umas cervejas geladas em qualquer ponto de encontro à beira mar.

Brasil? Palma de Maiorca? Côte D'Azur? Ok...respeito...mas Algarve for me...

terça-feira, julho 20, 2010

De Madrugada

Rasgo os pensamentos no meio de um chá morno e de um cigarro que teima em acender. Cansado, arrasto-me até à varanda após uma noite fodidamente laboral que ditou tempo extra, acrescentado ao dia normal de trabalho. Contemplo a lua, descalço os meus pré-conceitos, sabendo que não irei conseguir estruturar um texto lógico e fluido.

Calmamente, aceito as regras do jogo e vagueio nómada em frases quebradas e sem nexo conclusivo do "como" um texto deve ser derramado: Com fluidez, principio, meio e fim. A idéia de, a esta hora tardia, colocar uma moral no texto ao meu jeito e modo arrepia-me, quase tanto como o cansaço que sinto.

Formato o ar estranhamente denso parecendo anunciar algo (ainda) não tangível. Arrasto os ossos até ao leito de descanso para dormitar algumas (poucas) horas e acordar com a auto motivação que molda os desafios por (re)conquistar. A vida é mesmo esta puta tramada e aliciante: O aço a moldar-se ao sabor da espada diária...ou será ao contrário?!

domingo, julho 18, 2010

Back to Back

Decididamente, conforme a idade flui, adquirimos uma capacidade para enfrentar problemas  e barreiras de caminho muito similares ao nosso clã patriarcal. A maturidade que a idade arrasta, é acompanhada por mecanismos de defesa que "compramos" nos caminhos e ruelas da vida, mas que "bebemos" da seiva base da experiência daqueles - outrora -  duramente criticados por nós.

Ao fim ao cabo, a vida é um mecanismo de processos não tão rico e vasto como podemos pensar; tão somente o constatar que afinal o "rei vai nu" e existem padrões de defesa e de ataque com sensações de déjà vu subliminar; corporizado nas nossas lutas, anseios, vitórias e derrotas do dia a dia.

Somos o que somos, pelas nossas partilhas com os outros e pelos circulos simbióticos que se repetem nos padrões, mas com cores próprias da identidade de cada um. Somos o que amamos, somos o que sofremos, somos o que conquistamos e perdemos; afinal a vida é um mar de influências em que, momentaneamente, conseguimos pintar a nossa identidade individual.

Mas continuo com a minha teoria "banal": Esta viagem não é mais de que um regresso às origens que constituem cada um de nós...um "Back to Back"...


quarta-feira, julho 07, 2010

3000 (+1)

Quando há mais de 3 anos decidi colocar nas teias cibernáuticas um blogue on line, estava longe de imaginar o caminho que se avizinhava pela frente. Em plena febre da moda blogger, senti a necessidade de partilhar o que sou, o que faço; e derramar a minha visão subjectiva do mundo, enquanto pequeno actor da teia global.

Como em todos os actos de amor, este "filho" teve dores de parto, de crescimento, crises existenciais. Com alegrias e tristezas no caminho a minha escrita revelou - revela - sem máscaras o que eu sou, minha forma de encarar o mundo; meus anseios e desejos. Minhas frustrações e medos.

Escrevo estas linhas à pressa sem a pompa de 3001 artigos colocados on-line de mim  para vós, fiéis destinatários de minhas linhas, imagens e videos. Supreendido mas feliz com as mais de 35 mil visitas de 102 paises da esfera planetária e de um crescimento estruturado que coloca este espaço entre os mais vistos da blogosfera nacional (e não só...). 

Acendo o primeiro cigarro do dia, pego na sacola de ombro e começo a  derramar os objectos de trabalho para mais uma jornada de luta. Na mente já penso nos próximos 3000...e 1....e sorrio...

segunda-feira, julho 05, 2010

Nota Final

Dia in relax mode mas com os ojos apontados na semana que se avizinha. Lista de tarefas derramadas na agenda habitual; alguns updates de e-mails para colocar a máquina a andar oleada e projectar os novos desafios que se avizinham.

A noite surge com a calma sólida de um cigarro em plena varanda e um "cheirinho"  de amêndoa amarga aromática, e bem destilada na velocidade dos pensamentos que fluem tranquilamente. 

Tempo das últimas notas do dia, afinal amanhã é mais um jour em que temos que combater o mundo e ganharmos a batalha interior de nós próprios. Sem sentido?! Perdoem-me...o sono já chama (e clama...)...

domingo, junho 27, 2010

Caipiras & Caipirinhas

Noite de sexta destilada ao som das ondas e do mar em plena foz portuense. Companhia de amigos e conversa amena e derivante (inglês e português) ao som do sabor de capirinhas apelativas e doces. Numa mesa próxima, um grupo de brasileiros arranha o mau humor pela não vitória do escrete sobre o pequeno Portugal de abrigo ( certamente laboral).

As ondas vagueiam como a conversa em que o tema central passa pelo fighting spirit que temos que ir buscar às entranhas da existência do dia a dia para superarmos as dificuldades exteriores que o mundo cão (por vezes) nos brinda, bem como a procura constante do auto melhoramento enquanto seres imperfeitos e muitas vezes dotados das nossas verdades absolutas e imutáveis.

O vento ganha a batalha, aliado ao frio, e dá o sinal de retirada estratégica para o nosso grupo. Tempo de ouvir os últimos suspiros falados do grupo "caipira" que continua a defender o seu escrete e a falta de sorte como pedra basilar para o empate com os pequenos tugas do "cu" da Europa civilizada.

Acendo um cigarro tranquilo e penso que afinal tugas ou "caipiras", temos a porra da mania de tapar (muitas vezes) o "sol com a peneira" em vez de assumirmos com realismo e honestidade as verdadeiras razões das coisas.

sexta-feira, junho 18, 2010

Livros VS Moedas

Dia de descer à baixa para aproveitar o sol derramado para esticar os pensamentos numa esplanada anónima e fluir a fala falada do pensamento com os  "turistas acidentais" de minha eleição: Meu Pai e Mãe. Paixões divididas entre a Feira do Livro em pleno epicentro do Porto (escolha by D.Virginia) e a romaria a algumas lojas de numismática para alguns pequenos negócios de ocasião (choise by M. Policarpo).

Consenso comum na visita às Igrejas da Trindade e São Francisco, seguindo a "dança" para o consumismo suave na rua de Cedofeita. Entardecer com jantar bem acalorado nas conversas e condimentado por um Reguengos divinal com cerejas em vermelho vivo a servirem de sobremesa colorida.

Tudo soft, porque o jantar da véspera com amigos foi servido com Cabriz de reserva de 2006 até horas tardias em que o som das palavras se misturou com a boa disposição contagiante da sinceridade que circula quando estamos no meio dos "nossos".

quarta-feira, junho 02, 2010

Back To School

Tempo de reciclagens constantes, factor nominal obrigatório neste competitivo (e injusto por vezes) mundo laboral. Confesso-vos que já há algum tempo que sentia a necessidade de reactivar as células cinzentas no seu global e voltar às lides da faina estudantil. 

A partir de 16 Junho tenho encontro marcado com a  lógica eterna do conceito de "ser estudante" no Instituto de Artes e Ciências bem no centro do Porto. Vai "doer" mas "saber bem" para c...

segunda-feira, maio 24, 2010

Palavras & Pensamentos (soltos)

A madrugada avança e o sono tarda em chegar. Descalço, pé ante pé, pego na escuridão um cigarro e envolvo-o em pensamentos fragmentados. Na varanda ampla o silêncio da noite é cortado por um gato vadio que cruza rapidamente os muros do meu jardim. As rosas amarelas desabrocham fortes, embuídas no positivismo que o verão arrasta. Sento-me na pedra fria e uno a simbiose do que alastra na minha memória.

As capas duras e os silêncios que mantenho no meu dia a dia; são cortadas aqui neste momento de isolamento em que tudo é sincero na corporização do que somos, do que pensamos, como agimos; quem amamos e odiamos. Aqui, neste lugar de prisões e brisas sem correntes, dispo-me em mim mesmo e faço o mea culpa dos silêncios - dos meus e dos outros - que me custam, mas que nesta fase - em algumas situações - são necessárias. 

Nunca gostei de ter capas, erguer muralhas ou escudos; nunca gostei de deixar de bradar ao vento e lutar de peito aberto, mas por vezes sentimos a necessidade de defendermos a nossa alma com o silêncio. Afinal um silêncio que fala no momento em que na memória surgem os rostos, sentimentos e cheiros daqueles que nos estão no coraçao e na raiz funda que nos (re)funde e nos faz continuar a acreditar.

Afinal, o silêncio não representa mais do que o mais sentido dos gritos...nunca desistir mas sim lutar de uma forma diferente...a vida vai-se encarregar do resto...com um empurrãozinho nosso...é que a porra da carruagem não anda sozinha nem com a mais intensa das telepatias...

terça-feira, março 23, 2010

Tripas à Moda do Porto (II)

Cedo ao passo alargado  fruto proibido do dia a dia desgastante, sempre com o cérebro a explodir na rapidez do pensamento "o que vou fazer a seguir". Vou ao sitio do costume comprar os maços diários de vicio em forma de cigarro maldito e fixo o meu olhar cansado mas atento, numa mesa particular. Cedo à tentação de um café e desloco a visão para as chamadas de capa dos jornais diários. Desvio novamente o olhar aceso nas asas de um cigarro na mesa que me prendeu a atenção: Ele com ar de bronco típico, e pulseira reluzente de chulo de 3ª categoria; Ela com o tom achocolatado de pele que remete para um Brasil profundo em tons sensuais. 

Pelo sotaque na fagulha da discussão que eclode, talvez seja de Salvador ou da bela Bahia. Solta fogo com os seus olhos negros e com a linguagem cavernosa já mesclada na ode de calão de Português de Portugal. Ele vocifera palavras intragáveis, que supostamente tem a ver com um cliente insatisfeito. Não há consenso no meio do explodir da tensão que sobe de tom. Nas mesas limítrofes todos fingem não reparar, embaraçados, mas seguros na capa hipócrita que nos caracteriza como povo de brandos costumes. Desisto de tentar intuir os "Comos e Porquês" causadores dos azedumes. Passo por eles com olhar de desdém indiferente para o alegado chulo, seguindo discretamente os traços do rosto da beleza dela. 

Por um momento os nossos olhares se cruzam e rapidamente se desviam. Por detrás de um rosto, de uma voz e de um cheiro, existe sempre uma história que fica oculta e por revelar. Sigo apressado concentrando-me já nos arrepios do dia a dia de luta árdua.

sábado, março 20, 2010

Copos & Amizades

Noite de sexta aproveitada para botar a conversa em dia com o Tozé em jantar de bifanas picantes e tudo aquilo que faz mal ao corpo e bem à alma. Um vinho tinto bem escolhido, sorvido entre dois dedos de conversa até à chegada da turba de meia dúzia de amigos para prolongar a conversa até horários tabu, com cafés quentes e whisky exemplar em doses certas. No meio da loucura do dia a dia, das desilusões causadas pelas doces ilusões que criamos; nada melhor que a companhia daqueles que nos estão próximos para exorcismos de alma e catarses existenciais que nos permitam enfrentar as batalhas que se avizinham com esperança nos olhos e ânimo no corpo mental.

terça-feira, março 09, 2010

Aquele Abraço

Lembrei-me da minha malta que labuta lá pró meu sul de origem, no Algarve que às vezes me parece longínquo, tal como se medisse a distância do Porto a Faro, como da China ao Brasil. Zéeei, Cuba, Luis, Jorge, Denny e Cª. Aqui fica "Aquele Abraço".

segunda-feira, março 08, 2010

Trocadilhos



Agito o teclado sem ideias claras acerca do que vou derramar textualmente. Acendo mais um cigarro; desta vez calmo e sem a sofreguidão de outros tempos. Sem inspiração, retalho palavras em frases curtas, ocupando espaço na tela para escalonar o texto equivalente a um post "diplomaticamente correcto". Rapidamente desisto do "politicamente correcto" (apercebo-me que atrás coloquei "diplomaticamente" mas não apago...) e parto para outros caminhos de densidade de alma e conteúdo.


Imagino na minha mente as memórias recentes, coso-as firmemente e procuro centrar-me no plano de trabalho da semana que está prestes a ser parida, sem dó nem piedade, somente com o gemido das manhãs que nascem fortes e estridentes, qual som de nós bebés a vir ao mundo com a fúria incontida e revolta plena de quem apenas quer seguir passo firme na vida.

Continuo sem conteúdo - sumo - para o post, sem carne para meter junto à ossada base de qualquer texto. Caio novamente nas frases curtas e trocadilhos sem muito nexo. Anicho-me na cama com o portátil no colo, afagado por 2 mãos que percorrem o teclado à espera que a inspiração surja forte e rodeada de magia. Penso em muitos fragmentos de tempo e espaço corporizados em rostos, cheiros e gestos. 

Rodopio e momentaneamente perco a batalha; amanhã novo dia e nova semana. As monotonias habituais e as supresas pelas quais ansiamos para cortar o tridente das rotinas das batalhas mundanas. Continuo a acreditar no AMOR, na firmeza das convicções e no tesão existencial que nos leva a todos, mais cedo ou mais tarde, a escolher caminhos sem o medo furioso que nos impede amiúde de agarrarmos a vida pelos cornos. Muitas vezes não existimos, apenas vegetamos na amálgama funda que constituem os nossos passos perdidos. Acaricio as almofadas e volto-me suavemente na cama. O amanhã espera-me já em sonhos.