terça-feira, dezembro 13, 2011
"Feathers Fall"
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5 minutos (a menos)
Acordo 5 minutos adiantado. Rapidamente recupero e atraso-me 5 minutos a mais na cama quente que nem fornalha do inferno dos justos. Assino rapidamente a minha sentença do dia: Correr sem recuperar os minutos perdidos.
Por 5 minutos não me cruzo com o carteiro na primeira entrega do dia; pelo mesmo período de atraso "apanho" a primeira fornada apetitosa de pão crepitante no café de sempre. Zarpo, acumulando atrasos, e lanço-me furiosamente na entrada do metro onde cada alma representa o mesmo purgatório de minutos por (re)contar.
Desço-me no sitio do costume. Chove miudinho e a ida rápida à Igreja da Trindade é ritual muito meu e já indispensável. Mais do que nunca um crente em reconstrução constante. Vale o que vale mas sinto (me) assim.
Sinto muito, mas mais minutos acumuláveis no atraso padrão dos "5 minutos". Um café rápido numa tasca de ocasião e o primeiro cigarro do dia fumado rapidamente a ritmo elevado. Chamo o elevador e a eternidade prende-se na espera: Mil pensamentos sem ordem aparente.
Pouso a mochila na secretária e despejo os portáteis - antes o primeiro "bom dia" bem humorado aos colegas de "faina". Mais um dia em que a lógica aponta para tentar vencer, fazer melhor e transcender-me. Mas a porra dos 5 minutos...já não os apanho...
domingo, dezembro 11, 2011
Um Copo de Vinho
Exercicio recorrente: Quando me quero concentrar para escrever um pouco, nada melhor que um bom (meio) copo de vinho para começar a aguçar as ideias e derrama-las ora para o papel, ora para a tela cibernética do portátil.
Lembro-me do cheiro a medronho doce carregado, da acidez do bagaço corrente e das doses de vinho tinto de garrafão que observava no tasco da "ti rita" quando puto o meu pai me ia levar à escola ou a minha mãe me carregava à minha avo de criação. Por entre o vidro fino, observava os rostos e sentia os cheiros da cidade - rostos - a tomar vida.
Nunca percebi o real sentido do ritual até que, passados muitos anos, quando era relações públicas de vários estabelecimentos nocturnos na ribeira portuense, me deparei com clientes como as stripers...sim stripers...que após a hora de expediente deambulavam ora para relaxar após uma noite de trabalho, ora para "caçar" um cliente (mais...intimo) para repor a (má) facturação da jornada de trabalho.
Aos poucos entrei nas vidas (muitas vezes dramas) destas mulheres. Sempre com o tema recorrente das drogas e álcool como escapatória para mais um dia de crua realidade, ora como factor de desinibição para mais uma table dance, para mais um strip sugestivo.
Intui então a carga emocional e física "Dum Copo de Vinho"...
terça-feira, dezembro 06, 2011
domingo, dezembro 04, 2011
"Democracia Corintiana"
Uma amiga de longa data informa-me directamente de Curitiba que o "Dr Sócrates" morreu. Jogador de excelência do futebol brasileiro, médico diplomado e dotado de inteligência acima do comum, Sócrates deixa um legado e um lição de democracia em tempo da ditadura dos generais no Brasil.
Além dos golos e fintas estonteantes, Sócrates instituiu no Corintians (seu clube de sempre) a "Democracia Corintiana" na qual um homem correspondia a um voto.
Ironia suprema, nos tempos da ditadura o futebol unificar e permitir que - internamente - um dos maiores clubes do brasil elegesse o capitão de equipa, discutisse salários e até elegesse o treinador (!) e presidente (!) fomentando um fluxo democrático no meio da ditadura institucionalizada.
Sucumbiu hoje ao alcolismo (problema assumido desde sempre), não diluindo o homem que foi e o que representou na sociedade brasileira.
Vaya con Dios Sócrates!!!
Mediocridade(s)
Dia de relax após final de semana "social" entre amigos. Telefonemas para ajustar alguns trajectos - rotas - profissionais, misturados com chamadas pessoais para o mel da sempre no campo pessoal.
Lembrei-me do falecido professor Amílcar Quaresma que me incutiu o "bichinho" do jornalismo e comunicação. Ao oferecer-me o Guia Alfabético da Comunicação de Massas (de Jean Cazeneuve) vociferou-me de forma carinhosa: "Com defeitos e virtudes, nunca sejas mais um na multidão".
Tenho tentado seguir essa norma de vida no campo profissional e pessoal. Relembro com intensidade essas palavras dum homem bom e sábio que toda a vida se dedicou ao ensino e aos mais jovens; e que me ensinou que as palavras - ditas e escritas - são tão válidas como os actos e vivências.
Após meses longos de luta árdua, contemplo a ironia que, após ditos e desditos, calúnias e ataques à minha vida pessoal e profissional, ainda "estou cá".
Ao olhar para o caminho que se avizinha, ao "sentir" o projecto da Sopro de Carinho (e suas crianças); além da confiança de todos aqueles que me depositam valor através de avenças e projectos vários; verifico que o que o "prof" Quaresma me procurava transmitir é que, independentemente, do que os outros pensam de nós (sinceramente ou não...), a "prova dos 9" não é mais o que a nossa consciência ética nos dita.
Essencialmente contra anões e autístas de postura e atitude...ao fim ao cabo sou um homem (eternamente) incompleto mas feliz pelo que tenho, pelo que sou, pelo que luto...
quarta-feira, novembro 30, 2011
"À Flor da Pele"
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Portugal
EM575-1, 2205 Abrantes, Portugal
Balanço(s)
Os finais de ano remetem-nos (a quase todos) para a "caganeira mental" que corresponde à diarreia dos eternos balanços sem conclusão aparentemente matemática e cientifica. Eu não fujo à regra geral.
Dezembro a nascer no calendário e aquela "história" de todos sermos amiguinhos, de ajudarmos o próximo, quiçá darmos a outra face (para ficar tão negra dos bofetões equivalentes à outra face do rosto já golpeada...).
O nascimento desta época de paz e amor natalício, deve-nos fazer pensar na hipocrisia que povoa todos nós: Esforçando-nos cinicamente para correspondermos, em quilos de generosidade, ao que não fizemos ao longo do ano sobrante e farto.
Neste 2011 o balanço é claro para mim. Ano de mais aprendizagens, ora doces, ora pulvilhadas de autênticas tramas do enredo de qualquer filme de Pedro Almodóvar. Em suma: A vida no seu rumo intrigante mas sempre sequioso por mais e mais...
sexta-feira, novembro 25, 2011
Fura Greves
Greve em terras lusitanas; sinónimo dos tempos difíceis em que ralhamos por pão na boca seca de tanta crise e dificuldade no dia a dia do planeta global.
Furei a greve pelo aliar de vários factores. Tenho uma entidade patronal justa, preciso de trabalhar e intui que "valores mais altos se levantam" do que o simples facto de protestar sem que esse protesto legitimo se traduza em melhorias práticas na vida colectiva aqui dos indígenas (onde me incluo) da pátria esburacada.
Cada vez mais, possuindo o meu ADN os genes de esquerda liberal/moderada, odeio a classe politica que, da esquerda à direita, não se resume- reduz - a mais do que tão somente a um bando de bazófias dialécticos que nos afundam o mais que podem.
Estamos no pais do Duarte (Lima), do Isaltino (Morais...sem moral...). Na segunda pátria de Jardim (Alberto), Vara (Armando) e companhia. Estamos afinal no pais em que os políticos são pálidos, baços, corruptos e bocejantes.
Furei a Greve não por patriotismo ou por estar contra a génese (sentimento) do protesto. Furei a greve por na prática sentir que na encruzilhada em que estamos; a melhor solução é lutar na prática do dia a dia (quem ainda tem essa hipótese).
Furei a greve porque as centrais sindicais não são mais do que bandos organizados que vivem da boa fé e desespero dos trabalhadores, sendo assim iguais aos que criticam.
Furei a greve porque não gosto do Cavaco Silva, do Passos Coelho, Louçã, Portas ou José Seguro, e não me deixo transformar em ovelha no rebanho manso.
A minha solidariedade para todos aqueles que dolorosamente sofrem pelo desemprego e fome, pela injustiça deste mundo cão e feito de egoísmos em que a economia dorme com a politica fornicando-nos a todos.
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domingo, novembro 20, 2011
Victor Fica Victor Sai
Porto atropelado em Coimbra, com laivos de humilhação. Sem norte. Desnorte em todo o terreno com toque de naufrágio anunciado desde a saída inesperada de Vilas Boas.
Pinto da Costa, o melhor (aliás maior...) dirigente desportivo em Portugal nos últimos 30 anos, continua a ousar e a cair no terrível defeito de pensar que é Midas Infalível que consegue transformar latão em ouro. Nem Victor (Pereira) é de lata (exagero meu na hipérbole...) nem o ouro messiânico anunciado por "PC".
Sem táctica, sem chama, sem rigor. Essencialmente sem aquela imagem "à Porto" que tem constituído a trade mark da marca trituradora que a máquina organizativa portista conseguiu olear nas últimas décadas.
Victor Fica? Victor Sai?Sai...restando apenas a pergunta: Quando?!
Duarte e Cª
Duarte de "saco" e filho a sair com caução orçada em 500 mil euros: Eis a noticia que marcou a semana na tugolância.
Respeitando aquela "treta" de "inocente até prova de contrário" (existem fraudes financeiras e assassinatos mais óbvios que outros...), procuro conter as palavras venenosas e (tento) ser politicamente correcto na análise subjectivista e (im)parcial.
Tento resistir mas não me contenho: Que as penas penais sejam duras e que a justiça implacável, que deve varrer os culpados, actue e prevaleça. Até um ceguinho vê e sente onde moram os culpados quer no escândalo BPN, quer na trágica morte de Rosalinda em solo brasileiro.
terça-feira, novembro 15, 2011
De Volta (à escrita)
Os dedos, nervosos e tensos, escorregam pelas keys do teclado gasto na guerra do dia a dia. Qual virgem em intenso jogo de preliminares, tento que as palavras desçam da memória - densa - para a magia das sílabas monocórdicas que explodem na vontade vertiginosa de novas escritas.
Jogo de silêncios estridentes, de sons mudos e subliminares, tento apanhar o ritmo das letras e do vício que me povoa desde puto: Escrever, re(escrever); formatar, re(formatar).
A vida como a escrita. Pausas. Começos e recomeços.
domingo, outubro 30, 2011
Escrita Solta
Pousado na parede, contemplo o último quadro presenteado pela minha madrinha. Revejo-me no fundo azul bebe, e entranho as formas perfeitas de flores exóticas desnudadas em branco e amarelo fortes na intensidade de quem caminha nas telas da pintura como nas pinceladas da vida: Com paixão.
Lembro-me das "férias grandes" na casa de minha tia quando era puto imberbe; passadas entre o café com leite escuro e carregado da minha avó Irene, as traquinices que colocavam todos em sentido e o final do dia em que, como falso anjo renascido, fitava a minha mãe nos olhos com aquele olhar cúmplice e malandro que ainda hoje lhe carrego.
Por vezes a minha crença de católico não convencional é seriamente abalada pelos eventos que abalam o mundo global de todos nós. No entanto, entre a mortandade obscena, por vezes surgem os laivos pincelados de sol que afinal por detrás do negro carregado existem raios de esperança.
Hoje bastou-me ver a reportagem na SIC com uma menina chamada Safira, para (re)acreditar que a mão sábia de deus e a vontade universal do amor andam de mãos dadas...
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segunda-feira, outubro 24, 2011
Chuva
A chuva cai lá fora de forma ávida anunciando a chegada de laivos de Outono e o final dum Verão há muito fora de horas.
Na Libia ensaguentada Kadafi morreu a morte (natural) dum ditador, perante a hipocrisia das organizações humanitárias que se indignam pela (mais que provável) execução sumária do "cão raivoso" (R.Reagan dixit) que provocou durante 4 décadas morte, fome e terror.
Rio-me com "essa" moral falsa de algumas forças do ocidente. É crime executar um ditador. Que dizer dos milhões que todos os dias "morrem" perante esta crise louca e galopante que nos atinge a (quase) todos, como uma faca afiada a desvirginar manteiga?
As gotas da chuva molham-me suavemente o rosto enquanto pulo furtivamente para a varanda para um último cigarro. Pés descalços, t-shirt fora d'época e a sensação que o mundo anda mesmo ao contrário. Tal como as estações do tempo.
domingo, outubro 16, 2011
Indignados
Observo duma varanda com vista para a Rua Santa Catarina, a descida de milhares de "Indignados". Tendencialmente, os movimentos cívicos (com e sem partidos...) sucedem-se acompanhando o destilar de medidas hitlerianas que nos fodem o bolso (a moral...) a todos nós.
Curioso, espreito os primeiros direct views televisivos que cobrem Lisboa e Porto, na vastidão de vozes roucas com berros de quem quer pão e razão. Pensativo, mecanizo no sentimento a revolta que nos corrói a todos perante o paradoxo deste (já) não pais à beira mar sepultado.
O governo assobia para o lado e justifica o "estado de sitio" da nação pela conjectura internacional e pelos erros do anterior governo de Sócrates. Tipicamente português o síndrome da culpa alheia e o sentimento usado para lavar consciências e pregar a moral.
Indigno-me no final do dia a circular entre cadáveres adiados (Fernando Pessoa dixit), com os passeios da baixa juncados de mendigos a dormitar entre mantas fora d'época. Indigno-me ao pensar nos milhares de compatriotas que já passam fome. Indigno-me ao relembrar que muitas mulheres já foram obrigadas a enveredar pela prostituição para darem de comer aos filhos.
Sem mais palavras, sem mais linhas. Arrepio caminho rumo ao metro e, curiosamente, a sensação de alivio por ser daqueles que ainda traz o pão para casa, é substituída pelo repúdio do estado a que esta "porra" chegou. Acendo um cigarro indignado e olho para o horizonte cinzento. Onde está o arco irís e o sol luminoso que os políticos nos prometeram?!
sexta-feira, outubro 07, 2011
Linhas Soltas
Descalço-me na varanda e derramo o corpo sobre o chão frio, ondulando as mãos para a subjectividade das teclas do portátil e pensando nas palavras que irão espontaneamente surgir.
Li em algum sitio, que a escrita é um acto (quase) cientifico em que o autor escreve quando está preparado para tal, qual movimento espartano disciplinado. Não concordo. Para mim a escrita - para quem gosta de escrever - não é mais que o demonstrar dos padrões da alma que sofre, sangra, ri, se alegra ou entristece.
Já escrevi peças jornalísticas "secas" e desprovidas de sal com a maior concentração. Por outro lado, os meus melhores textos - os subjectivos e críticos - surgiram após um bom copo de vinho, após uma noite de paixão ou na reconstrução de períodos onde as nuvens e as gotas de chuva cinzenta imperavam.
Escrever: Derramar linhas. Uma maldição. Um Tesão doce de prazer. Talvez - por vezes - um tormento viciante como longas e pausadas passas num cigarro lânguido após uma noite de carne de alma d'amor. Como muita coisa na vida: Simplesmente Talvez...
segunda-feira, outubro 03, 2011
Vilões & Bandidos
Dias em que Portugal tem amanhecido louco, na normalidade da insanidade já banal de crimes por condenar, personagens sem vergonha e o sentimento da impunidade que protege os ricos, poderosos e corruptos.
Detenho-me na prisão de Isaltino Morais, e penso na sua libertação: após 24 horas de cárcere por alegados erros processuais. Contemplo a (quase) culpa provada do assassinato (por razões económicas) da já tristemente famosa Rosalinda às mãos (morais e/ou físicas...) de Duarte Lima; e leio (já sem muito interesse) a milésima declaração de Alberto João Jardim a tentar explicar o...inexplicável ocultamento do buraco financeiro da Madeira.
Nada já me espanta neste pais mal amado, mal estruturado e mal amanhado. A única coisa clara é que 180 mil estiveram na rua (em Lisboa e Porto) escamando o sentimento de repulsa ante o estado a que esta merda toda chegou.
Portugal
Porto, Portugal
terça-feira, setembro 27, 2011
Na Luta (longos os dias...curtas as noites)
Na marra, ferro e fogo a latejar na pele e na alma. Dias longos, com noites escorridas curtas e fugazes. Sem tempo (quase) para respirar. Longos são os dias de sol brilhante. Curtas as noites de fantasmas cinzentos. Frases curtas ditadas pelos instintos dos momentos.
Rezo aos deuses para que as runas da bonanza e boa fortuna continuem fortes e vigorosas. Acendo um cigarro e remato mais alguns textos para serem digeridos amanhã. Falta-me a força para uma escrita mais clara - hoje no amanhã penetrado - com o cansaço bem humorado a imperar.
Mais uma luta "cara na cara". Cada vez mais, assumindo o que sou e como sou. Na varanda um gato negro dita a boa sorte, após uma caçada furtiva às minhas plantas. Sorrio e no meio do cansaço atendo mais um telefonema de "graxa" após o revelar de mais alguns projectos - trajectos - comunicacionais.
Penso que os amigos (falsos e verdadeiros) e inimigos aparecem sempre nas alturas mais positivas: Ora para apoiar sinceramente, ora para engraxar para tentarem ganhar "pontos"; ou - no caso dos inimigos de "estimação" - para tentarem derramar fel no...mel...
Rio-me um pouco da ironia da vida: O circo, os anões (e "anoas") e os palhaços que impregnam a nossa (doce) ilusão. Seduzindo-nos para o abismo que a nossa boa fé (por vezes) conduz. Prisioneiros de seus dogmas, (quase) que nos arrastam para o cadafalso da guilhotina do nosso (des)contentamento.
Resistir é preciso. Amar é vital. Envolvermo-nos esencial. Crucial? Sermos nós próprios...mesmo contra os fantasmas dos outros que nos querem mascarar de travestis iguais a soma de seus medos e imperfeições: Uma forma de cuspir para "cima" e "atirar barro à parede"....
segunda-feira, setembro 26, 2011
Olha o...Colar...
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Mãe
Dia de aniversário da minha MÃE. Pulvilhado pela nostalgia de 650 km a nos separarem e a imensa saudade que me invade no inicio de noite (ainda a trabalhar). Também a alegria imensa de ainda contar com a presença sempre presente (já sei fui redundante...) da mulher que me enche as medidas pelo seu amor universal e profundo.
Dia de alguma tristeza, de saudade imensa. Saudade imersa no mar de recordações que varrem o rio da minha memória. Dia em que a noite chega mansa mas profunda. Dia que queria estar bem perto da minha Dona Virginia; no alto do seu metro e 55. Parecendo ter sempre a resposta - atitude - calma de quem domina todas as questões existenciais da vida; mesmo quando a dúvida também assola e consome.
Alegre mas triste, qual saltimbanco de circo: Rindo por fora. Chorando por dentro. Hoje foi - é - assim. Dia de santas alegrias e algumas tristezas. Amanhã - hoje - a sensação normal que o AMOR que tudo vence e que me "obriga" a esta mistura agridoce de sentimentos.
Bebo um copo de vinho, imaginando que estou perante a minha princesa. Sorrio, perante a tentativa fútil dum cenário - hoje - não real. À minha MÃE. Sorrio na face. Choro por dentro. Brindo à vida e ao AMOR. Nunca?!Sempre!
domingo, setembro 25, 2011
Ribera es Biba
Com o novo grupo "facebokiano" da Santíssima Trindade, oportunidade de rever fotos, vídeos há muito guardados no album (não) virtual de memórias individuais e colectivas. Seis anos da minha vida em que as noites eram longas no meio de festas e eventos e os dias amanheciam selvagens e ainda com a carga da noite anterior.
Recordo-me que no período mencionado marquei e organizei mais de 1500(!!!) festas das cerca de 53 instituições existentes na área do grande Porto e afins. Não esqueci nomes, situações hilariantes, momentos menos bons e factos, que contados, resvalam para a imaginética de filmes de drama, comédia, humor negro, aventura ou qualquer outro género cinéfilo sem formatação e "cutes".
Parte do que sou hoje devo a esses anos loucos e doidos em que a lógica do "comer antes de ser comido" impunha pensamentos rápidos e decisões firmes. Guardo na mente o que aprendi, o que cresci e o que interiorizei acerca da bondade e maldade que constitui a amálgama de qualquer ser humano.
Afinal, como diz o velho ditado indio, "Em todos nós existe um cão bom e um cão mau; ganha a luta aquele que for melhor alimentado".
Filosofias à parte; sigam o link e divirtam-se na partilha de memórias e situações: http://www.facebook.com/groups/154325244653924/
sábado, setembro 24, 2011
Mistérios & Revelações
Dia que amanheceu com frio ensolarado e café duplo para arrebitar - estimular - a adrenalina que entesa a produtividade que potencia os novos projectos e caminhos.
Reuniões sucessivas e lançamento primário das estruturas comunicacionais da Sopro de Carinho Associação, em pleno coração da Invicta nas ruas fervilhantes de vida de Santa Catarina. Mistérios (em parte) revelados e revelações das runas que irão trilhar caminhos laborais nos próximos tempos.
A maturidade profissional e pessoal parecia já adivinhar alguns telefonemas mal explicados (intencionados) bem como tentativas vãs e infantis de saber "algo mais" sobre um projecto que me tem levado tempo longo no último mês e meio.
Quem me conhece bem, sabe que só revelo o que quero revelar na altura em que considero o timing adequado e justo. Um agradecimento especial, simples e sincero a todos aqueles que me tem apoiado nesta nova fase de ambições, desejos e desafios.
domingo, setembro 18, 2011
Cidade de Babel
Sempre me fascinou pousar as malas em destino incerto e descobrir por mim mesmo os cheiros, pulsões e ritmos próprios de qualquer cidade ou lugarejo perdido no mapa mundo global.
O Porto, pouso fixo de há vários anos, permite-me (ainda) a descoberta quase diária de novos ritmos e cheiros; a vantagem das vielas estreitas e acentuadas em que o livre arbítrio da escolha do caminho a tomar, revela-nos sempre novos sitios e pessoas.
Cheiro de bifanas logo pela manhã, antes de chegar a meu gabinete em plena rua de Santa Catarina, intercalado com pregões das bocas "picantes" das vendedoras de ocasião que já madrugam e vendem uma colecção de relógios e óculos de sol a roçar a perfeição de falsificações tendencialmente mais próximas do original.
Corto pela Igreja da Trindade e galgo passos pela rua "vermelha" (versão mini do "bairro vermelho" de Amsterdão), sabendo que a "torre de Babel" de prostitutas de várias nações vai se atravessar em meu caminho.
Acendo um cigarro e faço um telefonema de ocasião; sei que basta um olhar de mera curiosidade para o que me rodeia (e logo eu que olho "olhos nos olhos" sempre...) e será a "morte" do artista para o desafio de frases açucaradas e propostas indecentes.
Quase que passo incólume na rua de apenas 100 metros; mas no final não resisto em olhar para trás e observar furtivamente as figuras femininas presentes na rua. Naturalmente, surgem as "bocas" e desafios. Sorrio educadamente e arrepio caminho até desaparecer na multidão que procura o primeiro café fumegante da - na - manhã já em pulmão da rua de Santa Catarina.
Dou valor a quem trabalha honestamente e não aos artistas que se gabam e pavoneiam sem nada produzir. Quer seja um lixeiro, padeiro, ou uma simples prostituta na torre de Babel que constitui o mundo. Por trás de cada rosto uma história, uma mágoa, uma dor, vários caminhos...
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Bronca (na Madeira)
Não constitui surpresa as recentes manchetes bombásticas que dão conta da derrapagem (escondida durante anos) das contas da Madeira de Alberto João Jardim: O rei absoluto do desnorte despudorado dos ilhéus da tugolândia.
Num país onde a classe politica, corrupta e permissiva, marca pontos diariamente; eis que as reacções de timidez comprometida de Cavaco Silva e Passos Coelho somente (re)demonstram que o "rei" vai nu e que a falta de vergonha (e de atitudes) não conhece limites.
No seu trono do Funchal, Alberto João Jardim ri e sorri. Afinal o máximo que poderá acontecer ao ditador (eleito democraticamente frise-se...) da Madeira é uma multa de 25 mil euros...
País estranho este Portugal das Bananas e dos Bananas...
domingo, setembro 11, 2011
9/11
Lembro-me claramente onde estava no 11 de Setembro de 2001. Ainda ensonado, chegava a minha ex-faculdade para beber um café rápido com um dos meus melhores amigos. O café fugidio tornou-se num dia de emoções fortes em que fomos todos espectadores do rosto da besta da destruição e terror global colectivo.
Café após café, cigarro após cigarro; rapidamente nos apercebemos do drama e amplitude dum dos maiores happenings (real e mediático) do segundo milénio. Recordo-me de pensar nas mães que perderam os filhos, das mulheres que perderam os seus maridos; em suma: Do quebrar trágico de laços afectivos e efectivos.
Com uma década passada, nada ficou igual neste "mundo novo". Nada será igual quer para os que perderam subitamente elementos do seu jogo pessoal d'afectos, bem como para todos nós. Afinal somos no colectivo uma massa global (e globalizante) que sentiu na pele a impotência do terror potenciado no seu braço sanguinário mais maquiavélico.
Que os muertos "vayan con dios"; que os vivos nunca esqueçam e recordem o dia que mudou o mundo...o nosso mundo...
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Educação e a Teoria do Caos
Sinceramente, este país cada vez mais parece um barco naufragado com rombos em demasia para continuar a navegar e chegar a porto seguro e sereno. Lendo as noticias dos últimos dias constato que o tema tabu da educação (o "outro" será a saúde...) tem "pano para mangas" neste inicio de ano lectivo.
Entre escolas sem condições para abrir, estabelecimentos encerrados definitivamente e falta de verbas para financiar a alimentação e manuais escolares dos mais carenciados, venha o diabo e escolha na lusitânia pátria um caminho e rumo que nos permita ter esperança nas crianças de hoje e futuros homens e mulheres do amanhã.
Um pais que forma "analfabrutos" ora não dando condições mínimas aos estudantes, ora facilitando a vida dos "putos" até ao 12º ano com o objectivo de preencher quotas e estatísticas da União Europeia. Começo a pensar que estamos, inevitavelmente, na mão tentacular do vento das vontades de políticos duvidosos e agentes da educação passivos e banais.
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Em Familia
No global tenho uma relação bem sólida com a maioria da minha família de "carne". Respeito, carinho e consideração relativamente à minha pessoa, sentimentos ás vezes um pouco exagerados por ter sido o "nómada" da família e ter apostado tudo numa vida fora do meu Algarve de nascimento e ser o primeiro do clã a ter concluído um curso universitário.
No entanto, a 650 km de distância das minhas origens, criei necessariamente uma segunda família, constituída pelos amigos imbuída na base de mel do conceito forte criado e necessário para suportar as "caganeiras mentais" do dia a dia.
Hoje, entre marisco e bifanas divinais, com cerveja e vinho a compor o "retrato"; mais uma vez sorri para mim mesmo e vejo que na antecâmara dos nossos sucessos está a base do que "bebemos" dos que nos rodeiam...
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segunda-feira, setembro 05, 2011
"Meio Cheio - Meio Vazio"
Final de tarde a fugir para o negro da noite. Observo o copo de vinho "meio cheio - meio vazio" e sorrio ao me recordar do meu "fetiche" de guardar religiosamente (dezenas) de rolhas de todas as garrafas abertas no meu confortável apartamento.
Cada rolha, representa um evento especial: Convívios entre amigos, jantares a 2 ou a antecedência de noites de paixão; sinónimos que afinal todos os objectos tem dentro de si uma história, um aroma, e um estilhaço de memória do que já foi.
Vagarosamente, encho o copo lânguido e retiro a rolha para os arquivos. Mais uma história, mais um pensamento, mais uma batalha a travar. Como na estrada da vida: "Meio Cheio - Meio Vazio".
domingo, setembro 04, 2011
Desafios
Com o aproximar de 15 de Setembro, reformato documentos, preparo novos conceitos, desdobro-me em telefonemas aos "aliados do costume", e perco horas a "beber" da leitura alheia para sedimentar formatos para o novo projecto que me irá, certamente, preencher os próximos tempos na órbita profissional.
Ontem, após chá preto e reunião produtiva no Café Estoria (no Hotel Inter Continental no Centro do Porto), a convicção instintiva que a melhor opção foi tomada nesta fase de meu trajecto profissional. A segurança de muito trabalho para produzir de "raiz" e o desafio aliciante de equilibrar pesos com as diferentes avenças comunicacionais que possuo em mãos.
Como um pedreiro ou simples picheleiro, a aritmética dum profissional da comunicação passa pela inovação, criatividade, sedimentação de conceitos adquiridos em outros projectos e a tentativa - humilde mas não "pedante" - da confiança na ética e conteúdo técnico do nosso trabalho.
Confusos de me comparar a um pedreiro ou picheleiro?!Bem...quem me conhece sabe obviamente que não renego donde vim e, sobretudo, tenho a capacidade de procurar aprender com todos aqueles que interajo no mundo real.
Um assessor "vive" também da imagem que constrói mas, no cerne da questão, do trabalho prático que produz: Com todos os amores e ódios (invejas) acumulados...
Feira de Custóias
Sábado à tarde tirado para, entre amigos, vagabundear pela popular feira de Custóias e sentir o cheiro a fritos, ouvir os pregões de venda e "sentir" o vasto diverso da multidão que dá colorido e conteúdo a uma das feiras mais populares da zona norte.
Adoro ouvir a "ladainha" dos ciganos a venderem o seu "peixe", e gosto de regatear e travar conhecimento com pessoas que nunca vi na vida: Entrar no seu mundo, vivenciar suas histórias e tentar sobreviver na arte - tentativa - de (re)baixamento de preços de artigos vários.
Rapidamente fujo para a banca dos relógios de contrafacção (ou roubados), detendo-me num Armani (quase) perfeito na sua simplicidade de formato e linhas modernas e herméticas. Travo conhecimento com a cigana de serviço: 50 e tal anos, rosto bronzeado pelo sol forte e cicatriz profunda na face esquerda.
Começámos a licitação nos 35 euros, acabando o acordo, em 25 longos minutos, por 10 euros. Sorrateiramente, aceitando a verba acordada, chama-me "belo mas esquisito"; sorrio e arrepio caminho para a densidade da feira. Esperam-me mais vozes, cheiros e cores para percorrer. Tal como na vida: Caminhos por galgar.
sexta-feira, setembro 02, 2011
Corte & Cortes
Confesso-vos: Estou quase a desistir de ler jornais e ver noticiários. Todos os dias as letras derramadas e as imagens em desfile televisivo falam da crise - puta real em forma de bête noir - e na sua influência "cientifica" - (tudo bem "explicadinho" claro está) na vida de todos nós.
Desde a teoria de como no Natal não iremos comer bacalhau mas sim atum, passando pelos preços (proibitivos) dos manuais escolares ou pelo aumento do desemprego para 2012. Sinceramente, se não fosse careca, ficaria diariamente com os cabelos em pé perante os cenários (reais) apresentados.
Todos nós sabemos, sentimos e respiramos a porra desta crise maldita e voraz, que dia após dia nos obriga (aos conscientes) a tentar reduzir custos e encontrar malabarismos para pudermos cumprir com as nossas obrigações (sejam elas quais forem) e mantermos um nível de vida digno e com alguma qualidade.
Sempre apreciei as coisas simples (não confundir com banais...), mas nesta fase ainda mais reforço o gosto dum copo de vinho entre amigos no final do dia em Santa Catarina, um café derramado sob a praia no sol de Matosinhos ou jantares com palavras ( e de preferência bom vinho tinto alentejano daqueles da promoção Pingo Doce...) destiladas até que o sono venha e as garrafas pinguem apenas miragens do liquido tragado pelas goelas sedentas de esperança para afugentar o fantasma da crise e reconstruir as teias do positivismo que devem pulvilhar a vida.
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quinta-feira, setembro 01, 2011
Bronca na Selecção
A recente polémica que levou ao abandono abrupto do conceituado Ricardo Carvalho da concentração da selecção tuga antes do confronto com o Chipre merece-me algumas (poucas) notas soltas.
Ontem ao estar na fila interminável do Pingo Doce, observei uma empregada de caixa a ser ironicamente (violentamente) agredida de forma verbal por um idiota que barafustava sobre o preço exorbitante dos pepinos; destilando fel sobre a pobre funcionária, como se dela viesse a lógica/directriz da marcação do preço proibitivo dos legumes mencionados.
A "coitada" (leia-se heroína) bem deve ter tido uma férrea vontade de abandonar o seu posto de trabalho ou responder à letra à besta que vociferava teorias várias sobre a lógica economicista do pepino. No entanto o valor de preservar o seu posto de trabalho, a sua ética e profissionalismo falaram, certamente, mais alto.
Tudo "isto" (afinal não foram tão poucas palavras...) para puxar as orelhas ao Ricardo Carvalho: Abandonou o seu posto de "trabalho", pela simples birra de não ser titular no confronto em solo Cipriota.
Haja pachorra para entender as vedetas que ganham milhares de euros por mês; louvem-se as empregadas pacientes do Pingo Doce e critiquem-se os idiotas que julgam perceber de pepinos...
Céu d'Agosto
Final do dia com o céu a tomar cor e rumo invulgar. Pinceladas rosa como cenário teatral, nuvens carregadas de chuva a fazer amor com um arco íris sugestivo. Ao fundo - no fundo dos fundos - duas gaivotas voam em círculos perfeitos, ensaiando um voo picado sobre coisa nenhuma.
O sol ainda surge escondido, transmitindo força de luz camuflada a um cenário surrealista mas belo na essência que "algo" existe lá fora além deste bailado mortal de corpos, desejos e invejas fúteis que nos percorrem nos dias terrenos da nossa existência mortal.
Contenho o desejo dum cigarro pecaminoso e calço as sapatilhas para arrepiar estrada e correr um pouco tendo o céu como guia e suporte dos meus pensamentos. Instintivamente, levanto novamente o olhar para o firmamento e faço uma pausa antes da grande corrida. Um céu assim só pode intuir e adivinhar que algo de bom vem a caminho. De todos nós.
Diário dum Saltimbanco
Ouço Dido a cantar "Here With Me" e detenho-me no refrão "I Am What I Am". Recordo-me dos 18 anos em Faro no Algarve; qual saltimbanco de circo "emigrei"(com "i) para 5 anos em Matosinhos para viver um tempo único na faculdade onde cruzei experiências e passei mais tempo em camas alheias, serões em bares e discotecas do que propriamente em salas de aulas.
Não me arrependo. Bebi da escola da vida e cresci como pessoa; na retina deste texto mal pontuado, relembro-me das tardes passadas no bar da faculdade a ouvir acordes de guitarra e a discutir filosoficamente com os professores aos quais, de forma provocadora, faltava às aulas ou saia de "fininho" no intervalo das aulas massacrantes de 3 horas.
Lembro-me das batalhas associativas para a AA UFP em que combati com orgulho por causas que me pareceram justas e em que aprendi um pouco o valor do sacrifício e da força e fé para mover montanhas. Devo muito a todos aqueles que tocaram a minha vida nesse período.
Ainda não defini um lugar a que possa chamar "casa", mas, confesso, gosto do meu trajecto de saltimbanco itenerante: 18 anos em Faro, 5 em Matosinhos e (por agora) 11 no Porto. A vida tem a maravilha abençoada que, independentemente dos cenários, a partilha de experiências e recordações permitem-nos avançar rumo a novos desafios.
Dia 15 Setembro iniciarei um dos maiores desafios da minha carreira, e irei pensar em todos aqueles que passando na minha vida, contribuíram activamente para eu ser a pessoa que sou hoje.
Em suma: Um nómada em crescimento, com o desafio do novo amanhecer a aparecer já ali...ao virar de qualquer esquina, seja em Faro, Matosinhos, Porto ou no canto mais improvável que a imaginação (desejo) possa materializar...
quarta-feira, agosto 31, 2011
Nós e os Ricos
Imaginem um aquário repleto de peixes garridos de várias cores. Dentro do aquário existe uma linha invisível que divide os peixes maiores (melhor alimentados) e mais garridos, dos peixes menores e com cor mais pálida. Todos tentam sobreviver dentro do aquário, sendo que a força dos mais poderosos e fortes prevalece.
Arremetidos duma súbita generosidade, os peixes maiores cedem um pouco do seu espaço aos menores, deixando-os ultrapassar (aparentemente) a linha invisível que divide o aquário global. Em síntese: O peixe grande não deixa de ser grande e o pequeno não deixa ser pequeno. A diferença reside no facto psicológico de que os grandes dão um ar de generosidade estóica e os pequenos deixam-se seduzir.
Tudo "isto" a propósito da discussão da taxação mais elevada acerca dos rendimentos dos mais ricos e poderosos. Tanto em Portugal, como no mundo, uma tentativa de acalmar as massas contestatárias enquanto nos limpam a nós, peixes pequenos, as escamas e nos tiram o brilho e (pouca) força existente.
Enquanto a manobra de diversão ocorre, vamos todos cantando e rindo como se o mundo fosse uma quimera dourada e o equilíbrio tivesse sido reposto. Tal como num aquário com sua linha invisível.
"Chuta-Chuta"
Recordo a alcunha que o jogador Bruno César do Benfica possui ("Chuta-Chuta") e não posso deixar de sorrir. O talentoso médio brasileiro (autor dum super golo contra o nacional da madeira) granjeou o apelido designado pela "fome" de tentar inúmeras vezes o golo; sendo amiúde acusado de egoísmo e excesso de...tentativas.
Faço a analogia com a vida real: Chutamos muito e erramos ainda mais: Bolas à trave e ao lado são "pão nosso de cada dia"; no entanto o que seria do sal da vida senão a pimenta voraz da arte de acreditar que o destino se constrói pela teimosia de tentarmos sempre e sempre...mesmo que muitas vezes a bola saia ao lado ou beije suavemente a trave...
terça-feira, agosto 30, 2011
Sangue & Liberdade
Continuo a seguir com particular interesse a revolução popular ocorrida (em decurso...) na flagelada Libia, eterno mosaico de tribos e correntes islâmicas diversas no conteúdo ora radical, ora moderado com "cheiro" ocidentalizado.
O "fogo árabe" que no último ano varreu o planeta, apanhou (quase) todos desprevenidos, resvalando para a arrogância colonialista que as grandes potências mundiais emanam no alto da sua pretensa superioridade moral e intelectual.
Como os movimentos dos sem terra brasileiros e mexicanos; como os movimentos independentistas africanos da década de 60; o mundo árabe do cidadão comum e revoltado contra o "estado das coisas" pegou fogo e ateou nas massas colectivas o desejo da liberdade e o quebrar das grilhetas da servidão.
Kadafi, Saddam Hussein, Mobarak (e mais tarde ou mais cedo Saddat) representam o velho mundo que ninguém quer: A repressão, ditadura sob a capa de fanatismo religioso. Mas Zapatero, Merkl, Obama ou Sarkozy, representam novos ventos e rumos? Ou apenas uma fina máscara disfarçada de democracia para ser diariamente servida nos media globais?!
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segunda-feira, agosto 29, 2011
Verdade & Mentira (digital) II
Criamos, por vezes, na teia dos nossos perfis "facebokianos" por exemplo, realidades próprias. Reinventamos o que somos de forma não inocente para transmitirmos aos outros uma lógica ora de poder, ora de sucesso pessoal, amoroso ou profissional.
Ao fim ao cabo, tornamo-nos prisioneiros das (i)realidades que criamos e que incutimos nos destinatários de tudo o que publicamos. Sucedem-se regularmente episódios rocambolescos para quem usa massivamente as diferentes redes sociais: A ex que se vinga com perfis falsos, o ex que ameaça violentamente os possíveis "caçadores"; a troca de "galhardetes" entre amigos desavindos entre todo um leque vário de situações.
Li algures que cerca de 30% dos divórcios no Reino Unido são causados pelo uso do facebook. Confesso-vos fiquei atónito...no entanto acredito nos números e factos, perante a evidência diária do que me deparo na Social Networking cá do burgo. Brevemente partilharei com vocês algumas histórias e continuarei a destilar texto sobre um tema que me parece e pertinente e interessante na sua génese: As Verdades e as Mentiras do Digital...
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Verdade & Mentira (digital) I
Com o passar dos últimos anos, tendencialmente, as plataformas digitais e suas diferentes nuances ocupam espaços crescentes ora para divulgação de produtos e serviços corporated, ora para o explanar da extensão da vida pessoal de todos nós.
A tendência subliminar que é somente "pessoa completa"quem possui "morada" no universo internet ganha consciência na mente das massas (todos nós no individual, diluidos na consciência colectiva). Qual a surpresa quando perguntamos ao amigo/a "x": Não tens facebook?!
Passámos gradualmente duma tipologia de informação condicionada para um alargar massivo do leque de opções. Depois, veio o boom da internet e seus diferentes estágios de evoluções. Estamos agora na etapa em que todos nós somos fontes e produtores de informação variada, nem sempre fidedigna, nem sempre benigna e positiva na ética e moral inerente.
domingo, agosto 28, 2011
A Primeira Vez...
Lembro-me do ontem há 20 anos, como se fosse o hoje do presente. O sabor da primeira vez em que a carne se cruzou com a carne e (re)descobriu-me novos caminhos. Recordo-me que era dia 18 dum mês qualquer perdido no verão Algarvio, e o cenário teve areia e mar como fundo.
Sorrio ao relembrar a minha atrapalhação e nervosismo de puto a querer dar o passo definitivo rumo à vida adulta. Foi bom e especial mas sem fogo de artificio ou estrelas cadentes reluzentes que sonhava na minha cabeça de adolescente. Foi melhor na segunda e terceira vez...Como em tudo na vida a prática é o melhor dos caminhos sensitivos, rumo à (im)perfeição sempre inacabada.
Durante semanas aquele sorriso estupidificante nos lábios e o olhar de pretensa "superioridade moral" perante os meus amigos. Longe estava de saber que afinal a vida é feita de muitos rituais de passagem, inerentes a idades e - essencialmente - a estágios permanentes de maturação psicológica....
Nunca esqueci aquele dia e ano em que o meu primeiro ritual de passagem ocorreu...e quem esquece?!
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sábado, agosto 27, 2011
Pés - Leopardo
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Alice
Recordo o encontro de ontem com a "minha" doce Alice, no final de tarde frio em Santa Catarina. A cumplicidade de sempre com uma menina de 8 anos em que os problemas da paralisia cerebral parecem passar ao lado; resvalando num rosto aberto que transmite a paz que nos falta - por vezes - no dia a dia violento e competitivo.
Palavras soltas com os país Ezequiel e Célia, e o sentimento colectivo de injustiças e promessas por cumprir. Mundo cão, tranvestido de animais vestidos de pessoas que alimentam esperança e destroem (momentaneamente) sonhos e quimeras desejáveis.
A Alice cativou-me desde a primeira hora em que a conheci. Num dia solarengo de "corre-corre" para Lisboa em direcção aos estúdios da SIC, em que a frontalidade do seu olhar de criança me transmitiu um sentimento de amor universal.
Agora, mais do que nunca, a Alice para mim é uma causa, uma bandeira, uma forma de me colocar em paz comigo mesmo e com o mundo. Afinal o que vem dentro de mim verte forte, e pelo sorriso desta Criança-Guerreira, apetece-me hoje e sempre dar o melhor de mim...
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