Em espanhol apaixonado "vagabundear", em alemão hermético e frio "wandern"; em doce mas arrogante francês "errer", em inglês bocejante "wander". Com toque italiano furioso podemos dizer "vagabondare". Mas no conceito lusitano ensinaram-me que vagabundear é viver em pleno, no ritmo silábico enquadrado no conceito "fast and furious". Beber da vida no dia a dia o que ela de melhor dá de forma por vezes intermitente como por exemplo as manhãs como esta em que o sol se mistura com a chuva inconstante e refinada; tal como açucar fino a diluir-se no café da manhã ou sal áspero a tocar na pimenta exótica, qual pele de uma mulher sensual a nos impregnar de desejo forte. A própria vida é uma catarse constante feita de intermitências nada subtis, mas cativantes no que toca a redescobertas e novos caminhos para percorrer qual vagabundo sem destino. Nada é certo, nada é garantido, tudo está em permanente aberto contínuo, como uma linha espaço-temporal na qual a relatividade não é teoria mas prática do mundo que nos aproxima mas também nos afasta. Só nos resta mesmoa condenação errática da arte doce do saber vagabundear.
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