Páscoa, lugar limbo em que , um pouco por todo o globo, as celebrações religiosas celebram ritos ancestrais e desventuras terrenas. Data também marcada pelo crença desmesurada num amanhã melhor e pela resureição de valores e atitudes vivenciadas em tempos já idos. Homilias moralistas, desajustadas do evoluir voraz dos tempos, pregadas por deuses terrenos que se mascaram de falsos profetas. Eu por mim, renuncio aos prazeres castos do espirito e entrego-me á imoralidade dos tempos corruptos. Sou um pecador virtuoso que ama o cheiro da pele de uma mulher, o som da revolta do mar ou o som de uma garrafa de vinho pecaminoso aberta entre amigos intemporais. Amanhã regresso a Faro para umas mini-férias confortantes na alma de quem apenas quer chegar rápido a porto seguro, para depois voltar quase tão rapidamente como chegou, a partir rumo ao desconhecido e ao sabor selvagem de novas conquistas. Desculpem-me os moralistas tradicionais, mas na Páscoa festejo a minha própria resureição entre aqueles que realmente amo sem limites, sem barreiras, sem restrições. Isso somente faz de mim um pecador mais crente no amanhã em Deus do que muitas vestes douradas da Igreja que se mascaram de homens.
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