Páscoa, lugar limbo em que , um pouco por todo o globo, as celebrações religiosas celebram ritos ancestrais e desventuras terrenas. Data também marcada pelo crença desmesurada num amanhã melhor e pela resureição de valores e atitudes vivenciadas em tempos já idos. Homilias moralistas, desajustadas do evoluir voraz dos tempos, pregadas por deuses terrenos que se mascaram de falsos profetas. Eu por mim, renuncio aos prazeres castos do espirito e entrego-me á imoralidade dos tempos corruptos. Sou um pecador virtuoso que ama o cheiro da pele de uma mulher, o som da revolta do mar ou o som de uma garrafa de vinho pecaminoso aberta entre amigos intemporais. Amanhã regresso a Faro para umas mini-férias confortantes na alma de quem apenas quer chegar rápido a porto seguro, para depois voltar quase tão rapidamente como chegou, a partir rumo ao desconhecido e ao sabor selvagem de novas conquistas. Desculpem-me os moralistas tradicionais, mas na Páscoa festejo a minha própria resureição entre aqueles que realmente amo sem limites, sem barreiras, sem restrições. Isso somente faz de mim um pecador mais crente no amanhã em Deus do que muitas vestes douradas da Igreja que se mascaram de homens.
sexta-feira, março 30, 2007
terça-feira, março 27, 2007
Mocidade Portuguesa (I)
Acerca de toda esta panóplia Salazarista dos últimos tempos, recebi um post extremamente bem redigido em Português escorreito e geometricamente (des) medido. De forma educada e correcta o autor desse post (vêde artigo "Insanidades dos Tempos" ) (des)fundamentou a tese de que Salazar afinal foi um iluminado que brilhou, qual farol de sapiência, no nosso pais durante cerca de 40 anos. Carinhosamente o autor desse post tratou-me por rapaz, portanto presumo que o autor de tais linhas seja um senhor com uma idade provecta e a (i)reflectir a sua opinião positiva e positivista sobre o Grande Ditador (com D grande claro...). Sendo um "rapaz" de 32 anos orgulho-me de ter amigos pelo que esse conceito realmente significa : AMIZADE e TOLERÂNCIA. De variados quadrantes politicos, de várias "clubites" diferentes e com concepções de vida completamente diferentes. Esse facto chama-se na democracia da amizade : ACEITAÇÃO.
Sendo um animal social, nunca me limitei a ler os manuais oficiais da história. Procurei factos, opiniões diferentes. Bebi da experiência de vida daqueles que me são próximos, e a partir dai tirei minhas notas de rodapé e servi-me a mim próprio da minha própria essência e progressão na vida, facto que me orgulho de ser um ponto - a minha vida - de partilha de experiências e de opiniões. Esse facto chama-se em democracia PARTILHA. Todos sabemos o estado lastimoso em que este pais se encontra. Todos (quase todos...) vivemos e vivenciamos o dia a dia como uma luta constante contra contrariedades e adversidades várias. A geração de Abril ( a geração politica ) pode ter falhado em quase tudo pós 25 de Abril, mas definitivamente deu-nos a capacidade de podermos ter azia a céu aberto. De podermos blasfemar a linguagem da democracia e apregoar aos 7 ventos o nosso contentamento descontente. Evitou também que aqui o "rapaz" servisse de carne para canhão nos trópicos do inferno africano colonial.Essencialmente permitiu-nos uma coisa que em democracia se chama ESCOLHA MÚLTIPLA (como aquela história dos orgasmos...) e capacidade para errar e errar e errar pelos nossos próprios actos e pensamentos. Mantenho a minha opinião e convicção que Salazar foi pura e simplesmente um Demagogo (com D grande) e um Ditador (outro D grande) que conseguiu manter a lusitânia na ignorância, no analfabetismo e na pobreza extrema (pobres com p pequeno); levou-nos para uma guerra (com g pequeno) fraticida. Um estadista?!Um visionário?!Um democrata?!Um ser de luz e bondade?!Pior cego é aquele que efectivamente não quer ver...
Valha-nos a Selecção
As fintas sensuais de Ronaldo, as trivelas mágicas - Qual Harry Poter - de Quaresma; a clarividência elegante de Moutinho ou o muro de aço - com elegância de cisne - de Carvalho. O pais está de rastos. Nós estamos de rastos pela mediocridade da classe politica, pela nossa incapacidade de reinvindicar o direito de sermos mais do que os filhos bastardos de um deus menor. Melhores tempos virão, pensamos nós em nossos suspiros cansados de tanta crueza trazida pelos tempos inóspitos que sopram frios e avançam parados na letargia geral e global.
Valha-nos a selecção competitiva, a Mariza que conquista novos mundos ao mundo. Também Saramago ou Lobo Antunes que guerreiam na escrita com penas de aço aguçadas e plenas.
Afinal meus amigos porque nos deixamos sistematicamente abater por um fado que não é o nosso? Respondam-me vocês...eu não sei...
A Vitória da Menoridade
Resume-se tudo á vitória de Oliveira Salazar na votação do programa televisivo "Os Grandes Portugueses". De forma crua, analítica e sintética : É a vitória feita de uma miscelânia constituida por diversas camadas de barro cru e rude na sua forma, complexo e profundo no seu conteúdo e resultado perturbador na sua génese criadora. Obviamente que me repugnou profundamente que os ventos fétidos da história tenham trazido o cheiro podre de esgoto a céu aberto, fazendo ode a tempos de ditadura, censura e analfebetização pardonizada em doses letais e industriais, servidas durante mais de 40 anos ao povo Português.
Seja por mobilização da extrema-direita tuga, seja por um voto de protesto contra o estado (ireal) da nação, seja por saudosismo sincero ou ignorância amnésica; a vitória de Salazar significa - cruamente - o avanço para terrenos perigosos em que as antípodas da democracia e do autoritarismo repressivo terão que se tocar, e acertar em definitivo contas com a história.
sábado, março 24, 2007
Alberto João no seu Melhor (Pior)
No dia em que, qual virgem atingida na sua honra falsamente púdica, declara a sua demissão do Governo regional da Madeira, Alberto Jonh assina um cheque de 130 milhões de euros de obras e afins para espalhar o seu encanto pela Madeira. Mais uma factura que os Madeirenses e nós "Cubanos" pagaremos alegremente sem pestajenar como sempre. Agora toca a rufar os tambores de guerra e contra o continente marchar marchar. Lutar contra moinhos de vento e derrotar um inimigo que só Alberto Jonh sabe quem é, ao bom estilo da "Malade Imaginére" de Moliére.
Insanidades dos Tempos
Amanhã acaba na RTP1 o polémico programa " Os Grandes Portugueses". As sondagens "boca de urna" indicam que Salazar segue isolado na liderança com cerca de 52 mil votos contra 20 mil do primeiro Rei Português D. Afonso Henriques. Triste jovem democracia aquela em que um velho e retrógado ditador é eleito como o maior dos Portugueses. Tristes ventos aqueles que sopram frios e cálidos trazendo más novas de saudosismos fora de tempo de figuras cinzentas e sombrias, que deveriam estar cobertas pelas cinzas da vergonha da história já escrita e (re)transformada.
quarta-feira, março 21, 2007
Blood in Iraq
terça-feira, março 20, 2007
Dores Que Não Morrem
Corria o ano de 87 - quente e sereno - quando o vendaval se levantou de forma brusca no mês quente de Julho : O ZéZé tinha morrido. Uma morte anunciada antes de o ser. Uma batalha perdida ainda antes de ser travada. O Alfredo "Zézé" foi uma das primeiras "cobaias" a nível de transplante de coração em Portugal. Problemas crónicos que se arrastavam dentro de um corpo franzino e frágil no alto de 13 primaveras fugazes; mas com uma alma enorme e uma capacidade intelectual acima da média. Confesso : O ZéZé era o melhor de nós. Era - seria - o futuro médico, o futuro arquitecto; o futuro que ele quisesse construir com a sua imensa inteligência humilde mas ávida; discreta mas acutilante. Lembro-me de uma mochila azul horrível gasta pela erosão do tempo e da falta de dinheiro de uma familia unida e feliz, mas parca em recursos do vil e ditatorial metal que limita, castra e destrói imensas vezes objectivos e sonhos de gente humilde e com valor.
Lembro-me que a nossa turma era o 7º FF. Lembro-me também de espreitarmos o vestiário das meninas com uma ousadia respeitosa e enebriante de quem descobre o doce aroma do sexo oposto. A minha mente transporta-me também para uma pauta de notas - póstuma- na qual o nosso amigo foi de longe o melhor - como sempre -
Recordo-me de ter sentido vergonha das invejas mesquinhas que sentiamos da capacidade do Alfredo; da fúria, por vezes mal disfarçada, de sentirmos a dor aguda das suas perguntas desconcertantes no meio de uma aula banal e da sua avidez pelo conhecimento.
Se existe um qualquer lugar onde os bons encontram a paz merecida - uma paz viva em espirito - não tenho a menor dúvida que deves estar sempre a interpelar o criador mor pela sua borrada universal e seu mundo imperfeito. Certamente já lhe (com) provaste, com a tua inteligência calma e serena, onde ele errou. Timidamente - aparentemente - ele reconheceu na sua sapiência que afinal o mundo ainda tem esperança por contar com seres luminosos e ávidos como tu.
segunda-feira, março 19, 2007
News From The Hits
Mais uma semana que passou com mais dois hits a nível de fiestas e eventos (aliás três, mas já lá vamos...) . A noche de Quarta-Feira foi completamente dominada pelas hostes da FEUP que invadiram literalmente o Ribeirinha Bar para uma noite plena e colorida. Presença saudada de muitos históricos da Academia do Porto : Agostinho (Dux Enf. São João), Rabino (Dux Biotecnologia), os veteranos Iuran e Jonhy (Feup) , BUgy (Biotecnologia) e Fred ( Pre. AE ISAI). De especial relevo e destaque também a presença do exmo. Dux Veteranorum da Academia do Porto Américo Martins. Agradecimento especial do fundo do coração ao Veterano (já engenheiro né sr. dr?) João Leitão plea marcação da fiesta e pela amizade e lembrança para um evento de relevo que me deu gosto - mais uma vez - organizar a componente nocturna.
Sexta-feira foi noite de hip hop ritmado, destilado até altas horas também no popular bar ribeirinho. A despedida (até já insisto!!!) do amigo Afonso (adieux portugal shalom Israel!) foi a razão para juntar os melhores do hip hop nortenho rumo a uma noite inesquecível, divertida e sempre com o power up! Para completar uma semana risonha, um desaguar tardio para o carismático Swing rumo aos "Queridos anos 80"; um evento de qualidade com centenas de fiéis organizado pelo amigo Tiago "Scolari" Vasconcelos. Sábado dia de trabajo com as imagens de uma semana risonha na mente livre, encaixada na cabeça um pouco dorida fruto de alguns excessos. Há coisas que a idade já não vai perdoando...
Para Meu Pai
Bem existem estas datas com cunho comercial, mas que servem para nos relembrar dos prazeres simples e essencialmente daqueles que , independentemente da distância física, estão sempre presentes junto a nós nas alturas de doce bonança e de conturbada tempestade.
A cumplicidade que nos une é tal que considero o meu Father simplesmente o meu melhor amigo, parceiro de venturas e desventuras que a vida nos dá de beber de forma doce e amarga; misto de sabores - e dores - que definem os rumos, rotas, portos ou ancoradouros. Companheiros de viagem eterna ou não, um dia saberemos se nos separaremos só momentaneamente até " we will meet again". Espero sinceramente que sim, é que quanto a mim velhos lobos do mar, cúmplices de mil histórias, merecem continuar juntos a viagem eterna.
A cumplicidade que nos une é tal que considero o meu Father simplesmente o meu melhor amigo, parceiro de venturas e desventuras que a vida nos dá de beber de forma doce e amarga; misto de sabores - e dores - que definem os rumos, rotas, portos ou ancoradouros. Companheiros de viagem eterna ou não, um dia saberemos se nos separaremos só momentaneamente até " we will meet again". Espero sinceramente que sim, é que quanto a mim velhos lobos do mar, cúmplices de mil histórias, merecem continuar juntos a viagem eterna.
quarta-feira, março 14, 2007
segunda-feira, março 12, 2007
Hasta la Vista "MM" and Afonso
A vida é feita de partidas e chegadas. O mundo, tendencialmente, é cada vez mais um enorme terminal global no qual todos nós somos passageiros em viagem constante. Sujeitos a tropeções, comida de classe B, lugares de terceira categoria ou ameaças de bomba (i)reais. Depois de o Afonso ter começado a sua contagem decrescente rumo a um ano nada sabático em Israel, é a vez do Dj and friend Miguel Mesquita partir rumo a Hong-kong para um novo desafio profissional. Que siga la fiesta e a vida com desejos sinceros de que nada seja igual em Israel e Hong-Kong...
Its Time to Party
Nos próximos dias irei colocar disponíveis as fotos das melhores fiestas que aqui o je tem produzido. Um arquivo anarquicamente organizado ao sabor dos ventos e sabores das escolhas do momento, ditadas pelo subliminar consciente que remete sempre para as escolhas erraticamente correctas. Portanto apreciem, comentem e sintam-se livres para as acrescentar ao vosso arquivo pessoal de X-Files.
sábado, março 10, 2007
Quarta-feira Feup Night
É já na próxima Quarta-feira 14 Março que a histórica Feup regressa ao Ribeirinha pela mão aqui do je. Uma noite de longa tradição para os lados da Ribeira com a entrega dos diplomas de caloiro aos jovens aspirantes do curso de "electro" da instituição. Com direito a jantar bem regado com sabores mil, bolo e área V.I.P no Ribeirinha Bar. Um agradecimento especial (mais um...) ao Veterano - e essencialmente bom amigo - João Leitão, histórico veterano da sempre grande Feup.
Fiesta de Medicina (parteII)
Uma noite que começou tarde e acabou ainda mais late. Até as 7 da madrugada a (boa) turba académica de Medicina de São João in(b)adiu literalmente o Ribeirinha Bar com a sua alegria contagiante e a irreverência própria da presença de muitos caloiros, animais iniciáticos destas andanças terpidantes e intensas da noche. O tascus-paper da histórica instituição foi assim um sucesso já esperado que me permitiu a organização de uma noite em que (quase) tudo correu bem. Especial sabor de nostalgia ao revêr velhos amigos como o já médico Capucho (dux jubilatus da instituição) ; o também doctor Ricardo - companheiro de lides nos meus tempos de trabalho na FAP (Federação Académica do Porto) e o bonacheirão Dux "Besiro". Um obrigado especial para o André e para o Paulo da organização de Medicina bem como a todos aqueles envolvidos na produção da fiesta.
Cansado mas Feliz
Altura caliente do regresso anunciado das fiestas dos "meus" estudantes. Uma média de 3 eventos semanais no mês de Março fazem o meu spirit ( e já agora a conta bancária...) rejuvenescer. Ritmo duro e alucinante mas como aqueles que me conhecem sabem, adoro a adrenalina e o ritmo rápido e trepidante. Uma questão de velocidades. Faz me impressão andar a 30 km hora quando o céu é o objectivo a conquistar...
quinta-feira, março 08, 2007
E amanhã live music!!!
Dia 16 Março "A" Fiesta!!!
"Mulheres de Conforto"
Hoje é a nível internacional o D day das mulheres em todo o mundo. Homenagem justa para as mulheres, não só pelo papel interactivo crescente que representam na sociedade global, mas também pela sua vertente humana que se complementa conosco homens, a eterna mistura do sal e da pimenta (thank good!!!). Mas neste dia chamou-me tristemente a atenção a noticia que o governo japonês, qual a avestruz teimosa e conservadora, recusa a pedir desculpas oficiais às cerca de 200 mil (!!!) mulheres violentadas pelo exército nipónico na segunda guerra mundial. Essencialmente estas mulheres (que tem hoje cerca de 80 anos) chinesas e sul coreanas foram usadas como escravas sexuais pelas tropa nipónicas. Triste mundo este em que os direitos básicos continuam a ser negadas a muitos milhões de seres humanos (homens e mulheres) e em que a desculpa sincera obrigatória (como no caso mencionado) continua a ser vista como uma fraqueza por parte dos poderosos e teoricamente mais desenvolvidos paises.
quarta-feira, março 07, 2007
Vagabundear
Em espanhol apaixonado "vagabundear", em alemão hermético e frio "wandern"; em doce mas arrogante francês "errer", em inglês bocejante "wander". Com toque italiano furioso podemos dizer "vagabondare". Mas no conceito lusitano ensinaram-me que vagabundear é viver em pleno, no ritmo silábico enquadrado no conceito "fast and furious". Beber da vida no dia a dia o que ela de melhor dá de forma por vezes intermitente como por exemplo as manhãs como esta em que o sol se mistura com a chuva inconstante e refinada; tal como açucar fino a diluir-se no café da manhã ou sal áspero a tocar na pimenta exótica, qual pele de uma mulher sensual a nos impregnar de desejo forte. A própria vida é uma catarse constante feita de intermitências nada subtis, mas cativantes no que toca a redescobertas e novos caminhos para percorrer qual vagabundo sem destino. Nada é certo, nada é garantido, tudo está em permanente aberto contínuo, como uma linha espaço-temporal na qual a relatividade não é teoria mas prática do mundo que nos aproxima mas também nos afasta. Só nos resta mesmoa condenação errática da arte doce do saber vagabundear.
Capacidade de Lutar
Confesso que é daqueles dias que vou acabar exausto mas também com laivos de felicidade de píncaros pincelados da secreta -pública - esperança de um amanhecer mais solarengo sempre com uma seta de fogo apontada ao futuro imediato de luta renhida de quem quer, deseja, sonha e anseia pela alegria da vivência mundana do dia a dia , em seus actos banais e por vezes simples nos processos e diluidos na velocidade vertiginosa de mais um dia em que o mundo parece se erguer para nos barricar em celas de vidro forte, encadeado com correias de indiferença cortante e gélida. Definitivamente vim a este mundo a lutar e ei de sair dele com o fel da insatisfação dos actos inacabados que terei em mãos na hora da minha morte.
terça-feira, março 06, 2007
Fiesta de Medicina com moi design
segunda-feira, março 05, 2007
Mitos Urbanos
Falava-se que percorria a madrugada, rompendo na noite como um espirito inquieto. Roubava o brilho à lua de forma intensa e plena. Descia seguro por ruelas inseguras e cinzentas que iluminava com sua presença atípica de predestinado definido antes do inicio dos tempos, amaldiçoado pelo destino e vetado á categoria de assunto tabu ás mesas mais sérias da cidade global. Comia calado os insultos que lhe destinavam e respondia com aquele brilho cego que define os indefeníveis banidos pelos padrões da sociedade puritana. Poderia falar de alguém....estou apenas a falar de ninguém...de todos nós afinal que percorremos sozinhos perante o frio da madrugada padronizado na nossa mente caminhos por vezes árduos e isolados. Vadiamos sozinhos acompanhados pelo frio das multidões que idalotram todos os que obedeçem, não aqueles que se rebelam e que anseiam sem medo pelo som do aço de batalhas auspiciosas em que o cheiro da revolta e do confronto é adrenalina pura tranvestida em desejo de pulsões arrebatadoras. Somos todos benfica, todos porto, todos sporting; somos todos big brother, somos todos bush ou bin laden. Somos a personificação de nossos medos e de nossos ódios. Afinal descobrimos há muito que o rei vai nu e que a coragem de preservarmos a nossa insanidade saudável passa pela capacidade de sonhar entre ruinas e construir e renovar entre escombros da nossa memória colectiva e individual.
Comédia humana
Entre um bife de novilho suculento maravilhoso com batatas a murro aromáticas no "Constantino", fiz uma pausa pachorrenta para ler no Jornal de Noticias que a Governadora Civil do Porto Isabel Oneto e a Associação de Bares da Zona Histórica do Porto descobriram a pólvora milagrosa e vão fazer um levantamento dos espaços nocturnos da cidade. Pena que esta resolução venha com anos luz de atraso. Agora só resta reinar sobre cadáveres - essencialmente na zona histórica - e esperar o milagre messiânico que nunca haverá de chegar. Entretando a policia municipal vai brincando às multas e aos controlos descabidos e ajuda ainda mais a uma comédia em que a cunha maldosa se impõe aos factos, em que basta um vizinho com más intenções e inveja pérfida para destruir todo o trabalho de anos. Passa-se isso em escala gigantesca na agora Liliputiana Ribeira do Porto. Telefonemas de vizinhos desavindos e com aspirações a cabazes de natal e outras benesses chorudas, que entopem o velho telefone cinzento da idade da pedra da 9ª esquadra primitiva na tecnologia e nos actos. Pousei o jornal, enrolei a última garfada suculenta de novilho e pronunciei mentalmente nomes intragáveis de gente decadente que ri inquieta com a desgraça alheia. Lembro-me de um bom velho amigo de muitas guerras que atravessa periodo dificil devido a um dos muitos chacais que povoam a Ribeira do Porto. Lembro-me que a vida é injusta mas sempre com opções em aberto. Almas de combate sempre prontas a produzir facetas transcendentes. E se bem conheço esse meu velho amigo, as próximas batalhas podem ser bem duras mas ele vai estar lá para as superar...e já agora pode contar sempre com a ajuda de um crente lutador como aqui o je....os velhos guerreiros anseiam sempre por combater novas batalhas...suas e alheias...
PS : A pintura que ilustra este artigo é do mestre Júlio Pomar e chama-se imaginem...comédia humana.
domingo, março 04, 2007
As lendas nunca morrem
Lembro-me com nostalgia do ano de 82. Cheiro a relva dominical e estádio cheio no velhinho São Luis em Faro. Leões de Faro e Águias seculares do mundo jogavam jogo de paixões diferentes mas mesmo assim ambas em ebulição fervilhante. Os de Faro regressavam à primeira divisão após quase terem descido aos infernos da terceira nacional. Os de Lisboa esses ansiavam o titulo lusitano comandados por um tal de Sven Goran Eriksson. Recordo-me com saudade do clube da minha cidade natal - meu primeiro amor futebolistico- pontificarem nomes como o internacional canarinho Gil ou os internacionais lusitanos Ademar e José Rafael. No lado dos Diabos Vermelhos uma ala esquerdista de sonho : Alvaro e Chalana. Meio campo com um Sueco chamado Glenn Stromberg, o calvo mas eficiente Nunes e os carismáticos Diamantino e Carlos Manuel. No ataque as águias voavam com um alto, tosco e eficiente dinamarquês de seu nome Maniche, acompanhado de um rato refinado de área chamado Néné. A defesa não era de aço mas assegurada pelos veteranos Bastos Lopes e Humberto Coelho. Na Baliza não pude deixar de rir com as diferenças entre os dois keepers dos templos sagrados algarvio e lisboeta. Para os lados de Faro um brasileiro alto e elegante chamado Celso, qual vedeta cinéfila, pensava eu no alto dos meus esverdeados 8 anos. No lado do inimigo um homemzinho baixo e cabeludo, com rosto desconfiado e luvas gigantescas que pareciam não se encaixar nas suas pequenas mãos de mortal. 20 mil nas bancadas ecoando no espirito dos 22 em campo. Batalha de deuses pensava eu na qual os leões comeriam as águias. Aos 5 m a primeira explosão de alegria anuncida em minha mente : Pereirinha ganha um ressalto, cruza para a área e o ágil Gil penetra nas redes vermelhas. Caminho fácil pensava eu - puro engano - O baixinho cabeludo vociferou com os seus indo buscar a bola ao fundo do templo violado. Bem...depois...um vendaval de festival ofensivo dos vermelhos que golearam o meu clube de infância e de primeiras mitificações por 6-2. Mas a imagem que me fica naquela tarde solarenga de futebol diabólico foi o factor transcendental ditado por uma figura atípica nas balizas encarnadas. Baixo, ar desajeitado, bigode farto e cabeludo que nos primeiros 20m de jogo "roubou" dois golos ao meu clube do coração. No final do jogo perguntei ao meu pai quem era aquele guarda redes sui géneris . O meu pai indignado olhou-me suprendido com a minha ignorância e disse-me uma palavra que eu não esqueci até hoje : Bento. Assimilei o jogo e a derrota. A partir dai resolvi ter 2 paixões futebolisticas : Benfica e Farense. Até hoje não me esqueço do meu baptismo de futebol ter sido feito numa tarde suprendente em que descobri que o inicio era o verbo, depois do verbo veio a palavra impressa. Depois disso o mito que se escrevia com letras de homem comum chamado Bento. A partir dai soube no meu íntimo que os deuses invejam os homens e seus momentos de glória térrea que os elevam a deuses mortais, mitificados pelos gritos quentes da multidão e por vezes movidos pela inveja da vergonha de suportarem os heróis de aço eleitos pela turba, esses mesmos deuses injustos do Olimpo, nos roubam de forma cruél e repentina os heróis feitos de sangue e aço conquistado a ferros de dor. Aconteçeu isso com Damas, Pavão, Zé Beto e agora com Bento. Talvez no Olimpo os deuses percebam o erro de terem como adversário um keeper baixinho e cabeludo que lhes vai roubar o néctar das vitórias fáceis e programadas. Acautelem-se portanto os deuses : Já se diz baixinho nos balneários do Olimpo...Bento chegou...
Mais uma Quinta mágica...
Quinta 8 de Março mais um evento aqui do je. Agora é o regresso das noches académicas+calientes ao Ribeirinha Ponto de Encontro. A faculdade de Medicina organiza o seu mítico Cascus-Paper e o final promete ser monumental, com casa cheia para os lados da ribeira portuense. Shot´s a 1 euro e bebidas a partir de 1,5 marcam uma noite que se avizinha animada, divertida e com muitas supresas à mistura.
sábado, março 03, 2007
Another Hit!!!
Um agradecimento especial ao Igor e ao Paulo da magnifica Tuna de Medicina por uma noite que ficou marcada pelo 15º aniversário da mitica Tuna bem como por um evento pleno de diversão que esgotou completamente o renovado Academia Bar. Destaque também para a cabine onde o multifacetado Rodri destilou os sons ansiados pela turba estudantil e para o milagre de somente por volta das 5 da madrugada a policia se ter dirigido pela 1ª vez ao Academia a mando do habitual cliente habitual das queixas banais e da maldade pérfida : O sr. (?!) António Ribeiro.
Piadas e desabafos à parte : Uma grande noite e mais um excelente hit que me orgulhei de organizar.
quinta-feira, março 01, 2007
Today is D Day (night)!!!
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