Começo pela primeira vez um texto com um vídeo. Imagem em vez de letras, som substituindo palavras escritas; acordes dedilhados censurando as frases derramadas no papel cybernetico. Escolhi um vídeo ainda made in avi mode, forma directa de recordar as cassetes vhs em que gravei temas intemporais do pequeno grande gênio do funk-soul-pop-jazz e afins da modernidade antiga da minha meninice pre adolescente.
Prince significa muito para a malta da minha geração ( também e não só); forma de libertação pela música, desejo de uma nova estética profunda modernista interlacada com as raízes funk da rebeldia inovadora.
Prince e Prince e Prince...significa tudo menos repetição ou monotonia; representa na música a escrita (Não) pontuada de forma padrão de Saramago. Confesso a minha desilusão (ilusão) com o chorrilho de palavras não perfeitas esteticamente que me ocorrem para tentar descrever (rescrever?!) a lenda irônica (desculpem...iconica...)dos anos 80.
Morreu Bowie, morreu Prince...o meu coração musical assim não aguenta...explode de overdose dramática...vão se os corpos mas fica a alma intemporal polvilhada em vídeos de vhs, em cassetes piratas regravadas até a exaustão...em vinil riscados e em CDs perdidos no tempo, afinal Prince é modernidade presa na tradição das raizes da origem de tudo...acho que ja o escrevi...paz ao seu corpo...a alma que continue por aqui a gravitar de forma electrizante entre o funk do inferno e a pop cristalina do paraíso...