Não conheço, na minha caixa de memória recorrente, um Belga que possa designar como alguém que marque a existência universalizada da história do mundo global.
Lembro me do grande Preud´homme que defendeu a baliza do Benfica, e duma música festivaleira (made in eurovisão) cantada por uma Kim "qualquer coisa" (lembrei-me que talvez a Kim seja suíça ...o segundo povo mais aborrecido do mundo...) com o refrão irritante "Je aime la vie".
No entanto, como cidadão do mundo, fiquei enojado com o facto do terrorismo islâmico ter atacado o povo mais pacato e aborrecido do mundo: Os Belgas. Sim...je suis Belga aussi...nas tardes de preguiça no café, nos dias em que escorro ao sol numa qualquer esplanada; nas noites em que sou aborrecido e melancólico ou nos períodos em que me apetece apenas e tão somente ser um Belga anónimo no mundo sem que ninguém repare na minha existência.
Em Bruxelas o mundo de todos nós morreu mais um pouco; salpicado pelo sangue martirizado de gente anónima, de pessoas iguais a nós nos dilemas do dia a dia. Não poderemos evocar para estilização literária e alivio de consciência que o vermelho derramado sangrou da alma da pátria Proust ou Piaff; que a tragédia amarga emergiu no pais de Luther King ou de Jonh Lennon, de Picasso ou Dali e afins.
Dai, e mais a "frio" este texto, desejando que os terroristas fanatizados encontrem no outro lado do limbo existencial 40 virgens desdentadas, católicas devotas e militantes para, até a eternidade flamejante, vivenciarem o verdadeiro pesadelo de fé militante e pudor de febre católica absolutista.
Hoje e sempre serei um Belga e recordarei o dia em que o pais mais aborrecido ao mundo deu 32 razões para que o mundo universal os reintroduza na história mundializada de todos nós...