A globalização - como qualquer fenómeno de natureza vasta e complexa – assume uma estrutura de dois blocos antagónicos : Os que a defendem de forma intransigente como a Meca dos tempos modernos, e aqueles que a criticam com a ferocidade da luta eterna entre o bem e o mal. Por um lado temos a definição lata do fenómeno pela qual, segundo Thomas L. Friedman :
“A globalização é um processo de interacção e integração entre as pessoas, empresas e governos de diferentes nações. Processo esse impulsionado pelo comércio e investimento internacionais, com o auxílio da tecnologia de informação. “.
Por outro, novamente segundo Friedman, existem :
“Os defensores da globalização afirmam que ela permite que os países pobres se desenvolvam economicamente, aumentando os seus padrões de vida. Por outro lado os seus opositores argumentam que a criação dum mercado livre sem restrições tem beneficiado empresas multinacionais do mundo ocidental, em detrimento das empresas locais. A resistência à globalização tem, por conseguinte, tomado forma tanto ao nível popular como governamental.”
Voltando novamente ao cerne da questão debatida; a globalização assume ainda no presente um papel vital no elo de Portugal no mundo. De facto com o surgimento dos denominados mercados emergentes, o factor língua mater faz-se sentir de forma assaz positiva em mercados apetecíveis como Angola ou Moçambique. O elo criado há 500 anos torna-se assim factor de sinónimo de penetração facilitada nestes mercados, permitindo uma vantagem competitiva sobre os demais países que procuram o novo “el dorado” empresarial/negocial.
A questão no entanto, abarca também a massificação (leia-se abrangência de posicionamento e penetração) positivista da cultura portuguesa no mundo e sua própria renovação afirmativa. Afinal a prova viva que a língua de Camões e seus pares é viva, fluida e com carácter dinâmico. Poderemos assim aferir, de forma sintética, que o fenómeno da globalização tem constituído um importante pólo aglutinador da língua e cultura no mundo, sendo também um flash back no carácter de afirmação comercial e empresarial. Em nota conclusiva, poderemos referir de forma segura que no caso especifico da realidade Portuguesa e seu enquadramento na denominada “Aldeia Global “ (conceito pioneiro de Marshall McLuhan), o caminho prevê-se longo e com desafios aliciantes.
Cabe à sociedade Lusitana no seu vasto património tridimensional (Passado-Presente-Futuro) agarrar de forma segura as oportunidades que a abertura de fronteiras e constante avanço das tecnologias da informação possibilitam; sendo que a essência cultural nunca deverá ser descurada e prostituída, em troca de meros ditames de interesse empresarial e corporativo. O segredo ? O eterno (re)equilíbrio com a regra do bom senso como matriz…