Sempre me habituei desde puto cabeludo com sorriso aberto, a ser rodeado por aquela película invisível chamada Amor.
Recordo-me da forma como o meu avô "tajano" me sentava em seu colo e desfazia aquele ar grave e (aparentemente) duro e ria das minhas macacadas de miúdo traquina e tagarela. Guardo de meu avô Correia o cheiro de torradas frescas com azeite caseiro (ainda hoje petisco que venero) e seu riso e voz doce ao me ralhar e me chamar "menino menino".
Minha mãe me agarrava contra o peito num abraço sem fim e, ao frio e ao vento, percorria km a pé para me levar ao berço d'amor de minha avó Polidória (minha avó de criação). Ao final do dia trocava de braços por outro amor sem limites: A minha avó Irene com seus queixumes mas com o mel de me considerar entre todos (injustamente) o seu neto preferido.
Aos finais de semana, de 15 em 15 dias, dias destilados no regaço de minha avó Bárbara: Mulher dura mas doce e tímida no alto de seu metro e meio. Ainda hoje aos 92 anos continua com seu ar de menina-mulher, que me cativa eternamente, no eterno do amor sem barreiras.
Do meu pai, sempre o amor das conversas abertas e sorrisos malandros aquando da minha passagem ritual para a puberdade. Ainda hoje aquele olhar penetrante no meio das rugas de guerra de uma vida de luta em labuta dura.
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