sábado, outubro 25, 2008

Poesia Solta

MONÓLOGO E EXPLICAÇÃO
Mas não puxei atrás a culatra,não limpei o óleo do cano,
dizem que a guerra mata: a minhadesfez-me logo à chegada.
Não houve pois cercos, balas que demovessem este forçado.
Viram-no à mesa com grandes livros,com grandes copos, grandes mãos aterradas.
Viram-no mijar à noite nas tábuas ou nas poucas ervas meio rapadas
Olhar os morros, como se entendesse o seu torpor de terra plácida.
Folheando uns papéis que sobraram lembra-se agora de haver muito frio.
Dizem que a guerra passa: esta minha passou-me para os ossos e não sai.
FERNANDO ASSIS PACHECO

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