domingo, novembro 14, 2010

O Estado (da nação)


Madrugada de 25 de Abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:
"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"
Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas da forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguíram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.

Continuo com a "puta da mania" de opinar sobre tudo e não me calar quando vejo happenings no jour a jour que me parecem ter a pertinência de uma "posta" de palavras tranvestidas num post lido por ávidos leitores que generosamente, dia após dia, tem a divina paciência de lerem o que escrevo.

Lembro-me das palavras simples mas sábias de Salgueiro Maia no golpe dos cravos de 74, e não deixo de fornicar a mioleira pensante numa comichão inquieta ao verificar que mudam os actores, mas o palco de enganos e de crise agudizante ainda se faz sentir na cabeça de todos nós.

Pasmo com a "generosidade" made in China ao comprar parte da divida tuga. Supreendo-me ainda mais ao ouvir as palavras do Timorense Ramos Horta, namoriscando também a compra de parte do buraco negro público cá da lusitânia praia esburacada.

Afinal o rei vai nu, e nós continuamos a divagar nas palavras de Salgueiro Maia: Afinal tudo se resume ao estado a que esta merda chegou...sem aspas...

Sem comentários: