quinta-feira, maio 13, 2021
Conversas na Praia (made in mothers day)
sábado, abril 24, 2021
24 (do nosso Abril)
Nasci em 1974, ano numérico da revolução do nosso contentamento de sair das entranhas de um obscurantismo totalitário em que a miséria dos três efes (fado, futebol e Fátima) ditavam as regras com que os pastores regiam manada.
Sou fruto desse amor por Abril, de uma mulher simples mas forte e decidida que trabalhava numa fábrica de cortiça detida por um alemão e onde inconscientemente se fez uma das primeiras greves solidárias em Portugal por uma funcionária grávida à beira da exaustão.
Também a seiva rebelde de um homem inquieto mas leal que preferiu combater numa guerra que não era a sua do que renegar o amor e presença daqueles que lhe aqueciam o coração.
Ironicamente (e sortilégio feliz) os meus pais casaram a 27 de Abril do ano da revolução dos cravos pelo registo civil numa cerimónia simples, num ano onde um maravilhoso mundo novo parecia nascer. Nunca acharam pertinente a bênção da madre igreja independentemente da sua fé enraizada num deus de tolerância e liberdade que também adoptei por meu.
Nasci desta mescla, misto do desastre de um período de dores pós coloniais, extremismos de direita e esquerda mas também do milagre do rumo desarrumado avançando para um mundo livre com acesso à esperança de um amanhecer melhor.
Podemos voltar sempre ao fado fatalista que Abril não se cumpriu, que o sistema político não funciona e que os Sócrates e Salgados desta vida geraram o descontentamento com que se pariram os demagogos do Chega encabeçados pelo vendedor da banha da cobra barata que dá pelo nome de André Ventura.
Prefiro alinhar de ânimo livre que mais vale uma democracia com assimetrias gritantes pela qual vale a pena lutar do que uma ditadura cinzenta com o nacional seguidismo de um rebanho envolto na mansidão letargica de uma noite sem fim.
Nota final:Como homem de esquerda custa me "engolir" o veto com fraco pretexto que os organizadores das cerimónias oficiais vetaram a IL... esperava muito mais do coronel Vasco Lourenço...
quinta-feira, fevereiro 25, 2021
"A Falta dos Afectos que Mora em Todos Nós"
Uma das novas realidades que a pandemia que nos açoita a todos me tem revelado no dia a dia tem sido a carência afectiva óbvia e evidente que mora em todos nós sem excepção.
Como assessor de comunicação da Sopro de Carinho Associação e com um contacto diário com dezenas de doadores individuais e empresariais, as conversas arrastam se agora para um campo mais pessoal e de mutualidade compreensiva.
Com mais de vinte anos de trabalho na área global da comunicação, sempre considerei uma das chaves base do sucesso de cada projecto o trabalho de equipa e respeito pelas individualidades dentro do colectivo, bem como o "acesso" ao factor individual de cada cliente, fornecedor e parceiro de negócio.
Há já uma década a trabalhar na área do marketing social na componente infantil e pré adolescente para mim é impossível não existir um envolvimento afectivo forte com todos os que directa ou indirectamente contribuem para o meu (nosso) trabalho.
Já atravessei (atravessámos) fases com nuvens e sombras com o expoente a ser a perda da primeira Criança ligada aos apoios gerados na Associação. Sensação de murro no estômago e de impotência colectiva que nos deu (ainda) mais força para continuar mesmo na dor mitigada de uma perda que considerámos como um dos nossos.
O novo confinar das nossas vidas pessoais e laborais leva-nos inevitavelmente para o (re)pensar o somatório dos nossos medos quotidianos, inseguranças e zonas menos seguras. A falta de um café entre amigos, um vinho aromatizado em cada rosto conhecido, bem como o odor do nosso escritório de sempre e os cheiros de quem o percorre, são alguns dos bons momentos que nos dão segurança para transpor a insegurança diária.
A falta dos afectos mora mesmo em todos nós...por quanto mais tempo?!
segunda-feira, fevereiro 22, 2021
Em Roma...
terça-feira, fevereiro 09, 2021
A Dualidade que nos Mantém
Lembro me há alguns anos atrás de uma queima das fitas memorável em que fiquei alguns dias sem falar com os meus pais (eu no Porto, eles no Algarve). O Vareta recebeu uma chamada da minha Mãe, preocupada pelo telemóvel sem bateria permanente, e transmitiu-me a mensagem passados três dias (!!!) do final de mais uma semana de todo o contentamento da puberdade quase adulta onde o deus baco e a alegria da imortalidade efémera imperava.
O tempo do tempo indiscutivelmente muda-nos. Não há dia que não fale com os meus pais meia dúzia de vezes, entre telefonemas e chamadas de video, entre conversas profundas e tiradas de humor, entre emoções sempre fortes e intensas.
A vida muda não os sentimentos (quando são daqueles bons e que nos aquecem o coração) mas transfigura a forma como corporizamos a presença e o amor por aqueles que por vezes não estão tão próximos como desejaríamos a nível geográfico.
Somos todos independentes, viajamos até paragens longínquas, corremos mil (des)aventuras, mas existe sempre aquela dualidade que nos mantém: "Olá bom dia meu filho"...tão bom...sempre...para sempre...mesmo que saibamos que o "para sempre" um dia habitará somente o nosso horizonte de memórias mas que nos empurrará para a frente.
quinta-feira, fevereiro 04, 2021
Barcelona
quarta-feira, fevereiro 03, 2021
"Até que as Urnas nos Separem" (parte I)
Optei por fazer um compasso de espera para destilar mais a frio algumas linhas soltas (mas ponderadas) acerca das presidenciais made in 2021 (com selo covid) em Portugal.
A par da vitória mais que esperada do "candidato de todos" (tantas foram as colagens ao sucesso de Marcelo...) o fenómeno preocupante centra se na direita extrema e populista que ás costas de Ventura galga meio milhão de votos e ameaça a práxis democrática, dando azo a uma direita oca e de extremos bem perigosos e demagogos.
Por mais que possamos analisar a derrota comunista e bloquista, o segundo lugar de Ana Gomes (saberá aproveitar o seu score no futuro próximo?), e as votações interessantes do candidato da iniciativa liberal e até de Tino de Rans (mais de cem mil votos...); tudo resvala de como foi possível um candidato oco, demagogo e alicerçado em fontes de financiamento no mínimo duvidosas, ter ganhado terreno no campo democrático.
Das duas uma: Ou estamos a assistir a um voto de protesto desesperado em que o medo, raiva e afins triunfaram e desmontaram a total deserção do sistema politico vigente que não responde ás expectativas geradas (esperadas) ou estamos num pais que algum fascismo encoberto durante décadas afiou as facas longas e ganhou coragem para finalmente ter um partido que corporizasse a sua forma redutora e radical de encarar o modus vivendi individual e colectivo.
Gostava como democrata e filho da democracia de Abril que fosse apenas o desespero a resposta para esta radicalização, mas temo que a resposta seja bem mais vasta e preocupante...retomarei o tema brevemente...
terça-feira, fevereiro 02, 2021
"73 Road" (and going...)
quarta-feira, agosto 26, 2020
O Inferno do Nosso Céu
A nossa vida prévia era perfeita e nós não sabíamos (ponto afirmativo absoluto e sem discussão).
Esplanada cheia, com copos agudos de líquidos vários, risos estridentes intercalados por vozes múltiplas no orgasmo de uma noite de convívio. Na Tv as noticias habituais, formatadas na tendência global de um mundo sempre a explodir na torre de Babel da não tolerância.
Um tema comum introduzido quase á surdina toma forma de zumbido crescente: Um vírus misterioso nasceu na gigante e longínqua China. Noticia quase de rodapé mas repetida na exaustão intuitiva que algo se aproxima para inquietar almas e alterar comportamentos.
Está um calor anormal em Fevereiro numa qualquer noite onde vivemos numa falsa sensação de segurança, em breve tudo mudará numa onda de choque que irá varrer o globo de forma impiedosa e ditará os passos que transformarão as nossas vidas colectivas para sempre.
Entre as teorias da conspiração e as origens de um mal enigmático, dormitamos num sono inseguro que nos afastará do mundo tal e qual o conhecemos e intuímos. Brevemente apartamentos e casas se transformarão em locais de isolamento laboral e pessoal. Termos como "confinamento", "quarentena" , "teletrabalho" (trabalho remoto) se unirão ao impacto de "corona vírus" (mais tarde "covid19).
Os gigantes económicos que ditam os nossos passos no dia a dia absorvem-nos com uma benevolência falsa com o slogan dos vendedores da banha da cobra: "Paguem (um pouco) mais tarde" afirmam.
Em cada lar uma fortaleza, em cada alma a inquietude da saudade, em cada olhar o medo flamejante do gelo do futuro outrora certo.
Poderíamos vociferar que este é apenas mais um ano, mais um vírus, mais uma barreira (invisível), suspirar num optimismo de que "tudo irá ficar bem" mas lá no fundo da nossa alma inquieta sabemos que nada será como outrora no antigamente de um passado sempre presente na memória.
Tão somente vivenciamos o Inferno do Nosso Céu...apenas não o pressentimos a tempo...
segunda-feira, junho 01, 2020
A Criança (que ainda há em mim)
sexta-feira, maio 01, 2020
Diário de um Quarentão (em "quarentena") Parte III
quarta-feira, abril 29, 2020
"Feijão & Feijão lda"
domingo, abril 26, 2020
Flower(s) Power
❤️🙏🌹🌹
sábado, abril 25, 2020
Simplesmente...Abril
quinta-feira, abril 23, 2020
Diário de um Quarentão (em "quarentena") Parte II
Chuva com gotas lentas e escorridas que morrem em ondas curtas de sol forte e pleno no tempo (do tempo sem tempo) que custa a passar. O mês de Abril tem trezentos dias e trezentas noites, com o comprimento de um qualquer muro interminável no qual fixamos o olhar e nos sentimos derrotados á priori (o caminho faz-se...escalando...não?!).
Não resisto de adulterar o destino...pego com cuidado no meu lento novo amigo, altero a trajectória e vicio o jogo. Agora o santuário animal da lentidão está num vaso da minha varanda no meio do verde rotundamente verdejante, mesclado na terra húmida e forte, negra como uma noite escura sem estrelas que pintem o céu (no meio do negro irromperá a esperança).
Longos dias tem Abril e este não ano da nossa (re)descoberta; sim...não não irá ficar tudo bem ou igual, nada será como o amanhecer da esperança de janeiro nem como os ciclos das renovações firmadas num qualquer pacto de objectivos anuais.
Cresceremos entre a chuva e o sol, entre as gotas que caem do divino ao qual nos agarramos e o calor arrebatador que nos dá a esperança do escoar destes tempos com tempo a mais.
Trago a última gota de vinho alentejano, apago um cigarro profundo e olho pela última vez pra um qualquer caracol forte e firme que viu o seu trajecto subvertido (com a melhor das intenções). O Beiças vem me tranquilizar docemente entre quatro patas de carinho e afecto sincero no seu olhar profundo. Acho que me quer apenas latir no seu dizer de que não ficará tudo bem mas no inicio no meio e no fim o AMOR (com letras garrafais) sem fronteiras, os beijos e os abraços triunfarão.
quarta-feira, abril 22, 2020
Dia (da) Criatividade
quinta-feira, abril 16, 2020
Diário de um Quarentão (em "quarentena") Parte I
sábado, abril 11, 2020
Eanes: O Último dos Moicanos
Para mim Eanes merece um titulo de filme de sucesso: Certamente o "último dos (bons) moicanos"....