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quinta-feira, setembro 01, 2011

Loli(pops)


Bronca na Selecção

A recente polémica que levou ao abandono abrupto do conceituado Ricardo Carvalho da concentração da selecção tuga antes do confronto com o Chipre merece-me algumas (poucas) notas soltas.

Ontem ao estar na fila interminável do Pingo Doce, observei uma empregada de caixa a ser ironicamente (violentamente) agredida de forma verbal por um idiota que barafustava sobre o preço exorbitante dos pepinos; destilando fel sobre a pobre funcionária, como se dela viesse a lógica/directriz da marcação do preço proibitivo dos legumes mencionados.

A "coitada" (leia-se heroína) bem deve ter tido uma férrea vontade de abandonar o seu posto de trabalho ou responder à letra à besta que vociferava teorias várias sobre a lógica economicista do pepino. No entanto o valor de preservar o seu posto de trabalho, a sua ética e profissionalismo falaram, certamente, mais alto.

Tudo "isto" (afinal não foram tão poucas palavras...) para puxar as orelhas ao Ricardo Carvalho: Abandonou o seu posto de "trabalho", pela simples birra de não ser titular no confronto em solo Cipriota. 

Haja pachorra para entender as vedetas que ganham milhares de euros por mês; louvem-se as empregadas pacientes do Pingo Doce e critiquem-se os idiotas que julgam perceber de pepinos...

Céu d'Agosto

Final do dia com o céu a tomar cor e rumo invulgar. Pinceladas rosa como cenário teatral, nuvens carregadas de chuva a fazer amor com um arco íris sugestivo. Ao fundo - no fundo dos fundos - duas gaivotas voam em círculos perfeitos, ensaiando um voo picado sobre coisa nenhuma.

O sol ainda surge escondido, transmitindo  força de luz camuflada a um cenário surrealista mas belo na essência que "algo" existe lá fora além deste bailado mortal de corpos, desejos e invejas fúteis que nos percorrem nos dias terrenos da nossa existência mortal.

Contenho o desejo dum cigarro pecaminoso e calço as sapatilhas para arrepiar estrada e correr um pouco tendo o céu como guia e suporte dos meus pensamentos. Instintivamente, levanto novamente o olhar para o firmamento  e faço uma pausa antes da grande corrida. Um céu assim só pode intuir e adivinhar que algo de bom vem a caminho. De todos nós.


Diário dum Saltimbanco

Ouço Dido a cantar "Here With Me" e detenho-me no refrão "I Am What I Am". Recordo-me dos 18 anos em Faro no Algarve; qual saltimbanco de circo "emigrei"(com "i) para 5 anos em Matosinhos para viver um tempo único na faculdade onde cruzei experiências e passei mais tempo em camas alheias, serões em bares e discotecas do que propriamente em salas de aulas.

Não me arrependo. Bebi da escola da vida e cresci como pessoa; na retina deste texto mal pontuado, relembro-me das tardes passadas no bar da faculdade a ouvir acordes de guitarra e a discutir filosoficamente com os professores aos quais, de forma provocadora, faltava às aulas ou saia de "fininho" no intervalo das aulas massacrantes de 3 horas.

Lembro-me das batalhas associativas para a AA UFP em que combati com orgulho por causas que me pareceram justas e em que aprendi um pouco o valor do sacrifício e da força e fé para mover montanhas. Devo muito a todos aqueles que tocaram a minha vida nesse período.

Ainda não defini um lugar a que possa chamar "casa", mas, confesso, gosto do meu trajecto de saltimbanco itenerante: 18 anos em Faro, 5 em Matosinhos e (por agora) 11 no Porto. A vida tem a maravilha abençoada que, independentemente dos cenários, a partilha de experiências e recordações permitem-nos avançar rumo a novos desafios.

Dia 15 Setembro iniciarei um dos maiores desafios da minha carreira, e irei pensar em todos aqueles que passando na minha vida, contribuíram activamente para eu ser a pessoa que sou hoje. 

Em suma: Um nómada em crescimento, com o desafio do novo amanhecer a aparecer já ali...ao virar de qualquer esquina, seja em Faro, Matosinhos, Porto ou no canto mais improvável que a imaginação (desejo) possa materializar...


quarta-feira, agosto 31, 2011

Paraiso ou Liberdade?


Nós e os Ricos

Imaginem um aquário repleto de peixes garridos de várias cores. Dentro do aquário existe uma linha invisível que divide os peixes maiores (melhor alimentados) e mais garridos, dos  peixes menores e com cor mais pálida. Todos tentam sobreviver dentro do aquário, sendo que a força dos mais poderosos e fortes prevalece.

Arremetidos duma súbita generosidade, os peixes maiores cedem um pouco do seu espaço aos menores, deixando-os ultrapassar (aparentemente) a linha invisível que divide o aquário global. Em síntese: O peixe grande não deixa de ser grande e o pequeno não deixa ser pequeno. A diferença reside no facto psicológico de que os grandes dão um ar de generosidade estóica e os pequenos deixam-se seduzir.

Tudo "isto" a propósito da discussão da taxação mais elevada acerca dos rendimentos dos mais ricos e poderosos. Tanto em Portugal, como no mundo, uma tentativa de acalmar as massas contestatárias enquanto nos limpam a nós, peixes pequenos, as escamas e nos tiram o brilho e (pouca) força existente. 

Enquanto a manobra de diversão ocorre, vamos todos cantando e rindo como se o mundo fosse uma quimera dourada e o equilíbrio tivesse sido reposto. Tal como num aquário com sua linha invisível.

"Chuta-Chuta"

Recordo a alcunha que o jogador Bruno César do Benfica possui ("Chuta-Chuta") e não posso deixar de sorrir. O talentoso médio brasileiro (autor dum super golo contra o nacional da madeira) granjeou o apelido designado pela "fome" de tentar inúmeras vezes o golo; sendo amiúde acusado de egoísmo e excesso de...tentativas.

Faço a analogia com a vida real: Chutamos muito e erramos ainda mais: Bolas à trave e ao lado são "pão nosso de cada dia"; no entanto o que seria do sal da vida senão a pimenta voraz da arte de acreditar que o destino se constrói pela teimosia de tentarmos sempre e sempre...mesmo que muitas vezes a bola saia ao lado ou beije suavemente a trave...

terça-feira, agosto 30, 2011

Sexy Plain...


Sangue & Liberdade

Continuo a seguir com particular interesse a revolução popular ocorrida (em decurso...) na flagelada Libia, eterno mosaico de tribos e correntes islâmicas diversas no conteúdo ora radical, ora moderado com "cheiro" ocidentalizado.

O "fogo árabe" que no último ano varreu o planeta, apanhou (quase) todos desprevenidos, resvalando para a arrogância colonialista que as grandes potências mundiais emanam no alto da sua pretensa superioridade moral e intelectual. 

Como os movimentos dos sem terra brasileiros e mexicanos; como os movimentos independentistas africanos da década de 60; o mundo árabe do cidadão comum e revoltado contra o "estado das coisas" pegou fogo e ateou nas massas colectivas o desejo da liberdade e o quebrar das grilhetas da servidão.

Kadafi, Saddam Hussein, Mobarak (e mais tarde ou mais cedo Saddat) representam o velho mundo que ninguém quer: A repressão, ditadura sob a capa de fanatismo religioso. Mas Zapatero, Merkl, Obama ou Sarkozy, representam novos ventos e rumos? Ou apenas uma fina máscara disfarçada de democracia para ser diariamente  servida nos media globais?!


segunda-feira, agosto 29, 2011

Verdade & Mentira (digital) II

Criamos, por vezes, na teia dos nossos perfis "facebokianos" por exemplo, realidades próprias. Reinventamos o que somos de forma não inocente para transmitirmos aos outros uma lógica ora de poder, ora de sucesso pessoal, amoroso ou profissional.

Ao fim ao cabo, tornamo-nos prisioneiros das (i)realidades que criamos e que incutimos nos destinatários de tudo o que publicamos. Sucedem-se regularmente episódios rocambolescos para quem usa massivamente as diferentes redes sociais: A ex que se vinga com perfis falsos, o ex que ameaça violentamente os possíveis "caçadores"; a troca de "galhardetes" entre amigos desavindos entre todo um leque vário de situações.

Li algures que cerca de 30% dos divórcios no Reino Unido são causados pelo uso do facebook. Confesso-vos fiquei atónito...no entanto acredito nos números e factos, perante a evidência diária do que me deparo na Social Networking cá do burgo. Brevemente partilharei com vocês algumas histórias e continuarei a destilar texto sobre um tema que me parece e pertinente e interessante na sua génese: As Verdades e as Mentiras do Digital...

Tripoli


Verdade & Mentira (digital) I

Com o passar dos últimos anos, tendencialmente, as plataformas digitais e suas diferentes nuances ocupam espaços crescentes ora para divulgação de produtos e serviços corporated, ora para o explanar da extensão da vida pessoal de todos nós.

A tendência subliminar que é somente "pessoa completa"quem  possui "morada" no universo internet ganha consciência na mente das massas (todos nós no individual, diluidos na consciência colectiva). Qual a surpresa quando perguntamos ao amigo/a "x": Não tens facebook?!

Passámos gradualmente duma tipologia de informação condicionada para um alargar massivo do leque de opções. Depois, veio o boom da internet e seus diferentes estágios de evoluções. Estamos agora na etapa em que todos nós somos fontes e produtores de informação variada, nem sempre fidedigna, nem sempre benigna e positiva na ética e moral inerente.



domingo, agosto 28, 2011

A Primeira Vez...

Lembro-me do ontem há 20 anos, como se fosse o hoje do presente. O sabor da primeira vez em que a carne se cruzou com a carne e (re)descobriu-me novos caminhos. Recordo-me que era dia 18 dum mês qualquer perdido no verão Algarvio, e o cenário teve areia e mar como fundo.

Sorrio ao relembrar a minha atrapalhação e nervosismo de puto a querer dar o passo definitivo rumo à vida adulta. Foi bom e especial mas sem fogo de artificio ou estrelas cadentes reluzentes que sonhava na minha cabeça de adolescente. Foi melhor na segunda e terceira vez...Como em tudo na vida a prática é o melhor dos caminhos sensitivos, rumo à (im)perfeição sempre inacabada.

Durante semanas aquele sorriso estupidificante nos lábios e o olhar de pretensa "superioridade moral" perante os meus amigos. Longe estava de saber que afinal a vida é feita de muitos rituais de passagem, inerentes a idades e - essencialmente - a estágios permanentes de maturação psicológica....

Nunca esqueci aquele dia e ano em que o meu primeiro ritual de passagem ocorreu...e quem esquece?!

sábado, agosto 27, 2011

Pés - Leopardo


Alice

Recordo o encontro de ontem com a "minha" doce Alice, no final de tarde frio em Santa Catarina. A cumplicidade de sempre com uma menina de 8 anos em que os problemas da paralisia cerebral parecem passar ao lado; resvalando num rosto aberto que transmite a paz que nos falta - por vezes - no dia a dia violento e competitivo.

Palavras soltas com os país Ezequiel e Célia, e o sentimento colectivo de injustiças e promessas por cumprir. Mundo cão, tranvestido de animais vestidos de pessoas que alimentam esperança e destroem (momentaneamente) sonhos e quimeras desejáveis.

A Alice cativou-me desde a primeira hora em que a conheci. Num dia solarengo de "corre-corre" para Lisboa em direcção aos estúdios da SIC, em que a frontalidade do seu olhar de criança me transmitiu um sentimento de amor universal.

Agora, mais do que nunca, a Alice para mim é uma causa, uma bandeira, uma forma de me colocar em paz comigo mesmo e com o mundo. Afinal o que vem dentro de mim verte forte, e pelo sorriso desta Criança-Guerreira, apetece-me hoje e sempre dar o melhor de mim...

3

Férias mortas e (quase) acabadas e o mês de Setembro a destilar em escolha de opções profissionais várias. Final de semana escolhido para retiro sabático e selecção entre três convites que me chegaram às mãos e que  estou a analisar "ao pintelho".

Vinho tinto alentejano para amadurecer as ideias com telemóveis em off silencioso para poder avaliar os "prós e contras" de cada proposta apresentada.

Pés descalços na parede, portátil no chão frio da varanda, com o vento de verão, ainda quente, a sacudir o corpo e a colar - juntar - os pensamentos como que a impelir os neurónios na escolha derradeira...

sábado, agosto 20, 2011

Notas d'Verão

Verão a destilar de forma agradável e lânguida, com sol praia e areia deslizante por baixo dos pés já negros do bronze Algarvio. Leituras várias a olhar para as ondas, jantares divididos entre família e amigos, com a alegria sincera de quem nos ama pelo que nós somos.

A vida é um jogo de reconstrução constante em que as batalhas, por vezes (muitas vezes), são duras e longas. Somente os fortes prevalecem na força mental do acreditar (sempre) do que somos e do que valemos. Na parte das considerações metafisicas do "real significado da vida"; estas férias tem sido um bom ponto para uma nova partida aliciante.

Daqui a 3 dias a (re)descoberta do Porto, com uma passagem rápida por Viena. Depois o mergulho nos novos desafios e o rever do ciclo vasto de amigos. 

Minha vida: O eterno retorno entre vários pontos, com múltiplas paragens e estações. Afinal a eterna satisfação/insatisfação da viagem que progride...

sábado, agosto 06, 2011

O Circo (e os anões...)

Tarde bem passada entre ex colegas do projecto da Sonho d'Afectos para convívio salutar e resoluções importantes de quem luta pelos seus direitos básicos.

Lembrei-me, de forma subliminar mas consciente, quando era "puto" e ia ao circo ver os palhaços e anões e me maravilhava perante o espectáculo de cores garridas e na ilusão ditada pela verdura da tenra idade.

Com o avançar do relógio biológico, perdemos a ingenuidade acerca dos palhaços e anões e habituamo-nos a lidar com a verdade (nua e crua) de que nem os palhaços são tão coloridos nas tonalidades, nem os anões tem a graça e encanto que pensamos na génese da nossa ingenuidade infantil.

Todas estas metáforas, para dedicar estas linhas adornadas (nem todos irão perceber o português aqui derramado...mas enfim...) a todos aqueles que durante mais dum ano me acompanharam na Sonho D'afectos. 

Agora os desafios profissionais apontam-nos, individualmente e colectivamente, para outras paragens  e formas de viver mais condizentes com a nossa ética e valor (pessoal e profissional).

Numa perspectiva bíblica e católica, tudo tem vingança (leia-se justiça) justa e retribuição proporcional ao mal semeado e efectivado. Hoje, ao falar e conviver com um grupo de gente boa e ética, intui o futuro e visionei que nem os anões nem os palhaços tem a inteligência e a impunidade que a meu imaginário infantil formatava.

Ao fim ao cabo a verdade é realidade incontornável e a vida ensina-nos que a verdade escorre como o azeite e deriva à tona, mesmo contra as calúnias pessoais e profissionais de quem nos tenta deitar abaixo de forma torpe.

Post Scriptum: Altura de ir a banhos, de abraçar aqueles que eu amo e me amam e voltar em meados de Agosto para novas batalhas e desafios aliciantes. 


...Reafirmo...estas  linhas dedico-as a quem me acompanhou profissionalmente de forma digna e séria no último ano e meio: Aos bons profissionais com os quais tive orgulho de privar, às boas pessoas com as quais criei amizade e vínculos positivos. 
Dos "outros"...não reza a minha história nem a minha escrita...

quarta-feira, agosto 03, 2011

Siria

Com o crescente levantamento popular ocorrido que nem rastilho (rápido) de pólvora em diversos países islâmicos, eis que as atenções se voltam para a Siria.

Milhares de cidadãos nas ruas gritando liberdade a serem literalmente chacinados por forças leais a um antigo regime parado no tempo e enriquecido pelos milhares de petrodólares que o ocidente generosamente paga pelo ouro negro do petróleo ansiado.

Curioso a imagem que nos venderam durante anos, sob a qual os islâmicos seriam apenas massas fanatizadas a nível religioso sem massa critica para se rebelarem contra regimes totalitários e ditatoriais. 

Os movimentos iniciados no Egipto e Líbia provam o contrário, e a força com que em solo Sirio morrem centenas diariamente, prova que afinal nós ocidentais julgamos de forma arbitrária uma realidade que somente conhecemos pelo "vending" dos media e das potências poderosas deste velho-novo mundo.