terça-feira, dezembro 13, 2011
"Feathers Fall"
Portugal
United States
5 minutos (a menos)
Acordo 5 minutos adiantado. Rapidamente recupero e atraso-me 5 minutos a mais na cama quente que nem fornalha do inferno dos justos. Assino rapidamente a minha sentença do dia: Correr sem recuperar os minutos perdidos.
Por 5 minutos não me cruzo com o carteiro na primeira entrega do dia; pelo mesmo período de atraso "apanho" a primeira fornada apetitosa de pão crepitante no café de sempre. Zarpo, acumulando atrasos, e lanço-me furiosamente na entrada do metro onde cada alma representa o mesmo purgatório de minutos por (re)contar.
Desço-me no sitio do costume. Chove miudinho e a ida rápida à Igreja da Trindade é ritual muito meu e já indispensável. Mais do que nunca um crente em reconstrução constante. Vale o que vale mas sinto (me) assim.
Sinto muito, mas mais minutos acumuláveis no atraso padrão dos "5 minutos". Um café rápido numa tasca de ocasião e o primeiro cigarro do dia fumado rapidamente a ritmo elevado. Chamo o elevador e a eternidade prende-se na espera: Mil pensamentos sem ordem aparente.
Pouso a mochila na secretária e despejo os portáteis - antes o primeiro "bom dia" bem humorado aos colegas de "faina". Mais um dia em que a lógica aponta para tentar vencer, fazer melhor e transcender-me. Mas a porra dos 5 minutos...já não os apanho...
domingo, dezembro 11, 2011
Um Copo de Vinho
Exercicio recorrente: Quando me quero concentrar para escrever um pouco, nada melhor que um bom (meio) copo de vinho para começar a aguçar as ideias e derrama-las ora para o papel, ora para a tela cibernética do portátil.
Lembro-me do cheiro a medronho doce carregado, da acidez do bagaço corrente e das doses de vinho tinto de garrafão que observava no tasco da "ti rita" quando puto o meu pai me ia levar à escola ou a minha mãe me carregava à minha avo de criação. Por entre o vidro fino, observava os rostos e sentia os cheiros da cidade - rostos - a tomar vida.
Nunca percebi o real sentido do ritual até que, passados muitos anos, quando era relações públicas de vários estabelecimentos nocturnos na ribeira portuense, me deparei com clientes como as stripers...sim stripers...que após a hora de expediente deambulavam ora para relaxar após uma noite de trabalho, ora para "caçar" um cliente (mais...intimo) para repor a (má) facturação da jornada de trabalho.
Aos poucos entrei nas vidas (muitas vezes dramas) destas mulheres. Sempre com o tema recorrente das drogas e álcool como escapatória para mais um dia de crua realidade, ora como factor de desinibição para mais uma table dance, para mais um strip sugestivo.
Intui então a carga emocional e física "Dum Copo de Vinho"...
terça-feira, dezembro 06, 2011
domingo, dezembro 04, 2011
"Democracia Corintiana"
Uma amiga de longa data informa-me directamente de Curitiba que o "Dr Sócrates" morreu. Jogador de excelência do futebol brasileiro, médico diplomado e dotado de inteligência acima do comum, Sócrates deixa um legado e um lição de democracia em tempo da ditadura dos generais no Brasil.
Além dos golos e fintas estonteantes, Sócrates instituiu no Corintians (seu clube de sempre) a "Democracia Corintiana" na qual um homem correspondia a um voto.
Ironia suprema, nos tempos da ditadura o futebol unificar e permitir que - internamente - um dos maiores clubes do brasil elegesse o capitão de equipa, discutisse salários e até elegesse o treinador (!) e presidente (!) fomentando um fluxo democrático no meio da ditadura institucionalizada.
Sucumbiu hoje ao alcolismo (problema assumido desde sempre), não diluindo o homem que foi e o que representou na sociedade brasileira.
Vaya con Dios Sócrates!!!
Mediocridade(s)
Dia de relax após final de semana "social" entre amigos. Telefonemas para ajustar alguns trajectos - rotas - profissionais, misturados com chamadas pessoais para o mel da sempre no campo pessoal.
Lembrei-me do falecido professor Amílcar Quaresma que me incutiu o "bichinho" do jornalismo e comunicação. Ao oferecer-me o Guia Alfabético da Comunicação de Massas (de Jean Cazeneuve) vociferou-me de forma carinhosa: "Com defeitos e virtudes, nunca sejas mais um na multidão".
Tenho tentado seguir essa norma de vida no campo profissional e pessoal. Relembro com intensidade essas palavras dum homem bom e sábio que toda a vida se dedicou ao ensino e aos mais jovens; e que me ensinou que as palavras - ditas e escritas - são tão válidas como os actos e vivências.
Após meses longos de luta árdua, contemplo a ironia que, após ditos e desditos, calúnias e ataques à minha vida pessoal e profissional, ainda "estou cá".
Ao olhar para o caminho que se avizinha, ao "sentir" o projecto da Sopro de Carinho (e suas crianças); além da confiança de todos aqueles que me depositam valor através de avenças e projectos vários; verifico que o que o "prof" Quaresma me procurava transmitir é que, independentemente, do que os outros pensam de nós (sinceramente ou não...), a "prova dos 9" não é mais o que a nossa consciência ética nos dita.
Essencialmente contra anões e autístas de postura e atitude...ao fim ao cabo sou um homem (eternamente) incompleto mas feliz pelo que tenho, pelo que sou, pelo que luto...
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