sexta-feira, março 24, 2023

Pais com Humanidade (on Father´s Day)

Existem os "outros" Pais e depois existe aquele turbilhão de emoções chamado José Policarpo dos Santos Correia.
Desde puto fui amado de forma incondicional pelo meu Pai e pela Minha Mãe.
(factor essencial e que recordo e sinto sempre)
Uma educação liberal, com desde cedo, a ser responsabilizado pelas chaves da casa, pelo executar pequenas tarefas e "recados", entre outras nuances.
A paciência da minha santa Mãe Virginia Correia e a rebeldia do meu Pai moldaram me para sempre no que sou e na forma (corajosa creio) com que vou muitas vezes ao limiar da dor para inverter situações negativas e prosseguir lutando.
O meu Pai, por mais que por vezes possa pensar o contrário, ( os nossos feitios "chocam se" pontualmente) é o meu melhor Amigo ( como ele também gosta de mencionar aos seus amigos) e com ele a navegação á vista nesta vida feita de tantos altos e baixos tem sido bem mais confortante e fácil (como se para nós existisse a palavra "fácil").
Homem de olhar olhos nos olhos, pessoa grande na entrega a quem ama, facilmente perdoa e acolhe, facilmente segue e prossegue com a frase desarmante "deixa lá filho seja tudo por amor de Deus".
Só o Policarpo e a Virgínia sabem que a sorte dá um trabalhão do caraças e que a vida é forjada numa luta muitas vezes desigual.
O meu Pai (impossível de dissociar da minha Mãe) ao seu jeito e maneira ensinou me sempre a não ser um desistente, e em cada vitória sofrida ou amolgadela dolorosa eu lembro me desse legado de Amor e força de ferro moldada na doçura de um Pai com humanidade que ama o seu filho.
Como te disse meu cota havemos de ver o Benfica campeão europeu, o Farense na primeira e o Putin a cair.
Afinal tu é que me ensinaste a não desistir...

Amo te hoje e sempre ( para sempre).

Do teu puto
Paulinho

quinta-feira, março 23, 2023

World Music (made in Portugal)

 




Fomos ao Super Bock Arena ver a excelente Ana Moura .

Entre a essência do fado, intercalada com kizombas e sembas,em suma  a mescla da world music que nos une a todos.

Um espectáculo com a presença especial do magnífico Paulo Flores e com o toque de Midas também de músicos e bailarinos de eleição.

Um tributo de 8500 pessoas a uma voz única no panorama musical made in tugolândia.

segunda-feira, março 06, 2023

"Do Baú" (de memórias)





Nos arrumos das fotos e arquivos derivados deparei-me com uma frame sem tempo nem localização geográfica que me ocorra...mas gostei da minha descontração (sem contracção) certamente bem antes deste período atípico que todos tentamos ultrapassar. sem nos espalharmos ao comprido...
( A "coisa" não está fácil mas vamos sobreviver e crescer...uma vez mais).

sexta-feira, fevereiro 24, 2023

Os Filhos do Sangue

 



Lembro me como se fosse ontem que a 24 estava a jantar entre amigos na Ribeira do Porto, saboreando  uma vitela no tacho a derreter languidamente na boca e um vinho do Douro que adornou mais uma noite na Adega de São Nicolau.

Saímos por volta das 23h30 e tive ainda tempo para um cigarro contemplativo numa noite amena, em que a vista, como usual, era (é) um postal nocturno convidativo em que o Rio guarda e delimita as margens entre Porto e Gaia.

Recordo-me da madrugada em que o horror emergiu e ficar horas colado com o meu Pai ao telefone entre o desespero e impotência e a raiva incontida que nos permitiu matar Putin virtualmente (mas de forma convicta) vezes sem conta com requintes de malvadez pérfida e toques extremos de um filme de terror de quinta categoria.

O desespero agudizante dos primeiros dias deu lugar a uma esperança sem aparente lógica racional de que os bravos  Ucranianos iriam prevalecer estóicos contra a máquina de guerra do czar sem trono e saudosista da antiga Rússia imperial em que o direito seria divino de obliterar povos e esmagar a resistência de quem pensa livre e vive em democracia imperfeita mas alicerçada nos valores básicos dos direitos comuns que unem os indivíduos. 

Deixei de ter ilusões e lirismos:  Somos todos filhos do sangue destes tempos angustiantes. No entanto sempre a esperança de que, como em outros tempos do tempo histórico e tangível, a bravura (justiça) e determinação (razão) irá derrotar o cinismo atroz da desinformação e do ódio puro e duro. 

Sempre ouvi dizer que não se combate um bruto ou um rufia com a razão do equilíbrio (infelizmente). Por vezes só a espada pode deter a espada, só o martelo pode responder ao martelo. 


Assim aconteceu (acontece).


Desesperei, revoltei-me, destilei textos de fúria durida , (re)tweets programados em grupo ou na pulsão individual, inundei tudo o que destilasse Putin e sua máquina de terror atroz. Escrevi e (re)escrevi, debati, fui insultado por guardas pretorianas extremistas e mansas no espirito seguidista de matilhas antigas com pastores a soldo  que prestam vassalagem a um decrépito mundo que já não tem lugar nos tempos do presente (aprendi que nas redes sociais existem fanáticos pagos e não pagos...). 

Um ano após o inicio de tempos atípicos, a Ucrânia resiste e insiste no caminho da luta de um direito de nascença de qualquer nação: Ser livre de grilhetas e mordaça. 

Como devem intuir não sou apologista da guerra e da  morte. Nada apagará os mortos, os estropiados e os órfãos de ambos os lados da barricada.  

Nada apagará duas gerações de povos varridas do mapa. 

Nada apagará o ano mais angustiante das nossas vidas. 

Nada apagará o dilúvio obsceno de morte que Putin e seus sequazes lançaram ao mundo (eles e só eles esqueçam lá o resto...) 

No entanto...

Um ano depois a Ucrânia resiste (e insiste). 

Afinal o Czar ia nu... 

Afinal Kiev não caiu em setenta e duas horas... 

Afinal o "presidente-palhaço" não fugiu... 

Contudo... 

Nada está ganho 

Nada está perdido

Tudo está em aberto... 

Ressistiremos à fúria dos brutos, se possível com negociações, se possível com compromisso. 

Mas lutaremos... ao lado dos Ucranianos com a pena e a caneta, com os punhos e com as armas, com a resiliência de quem não se dobra perante o mal. 

(Cada um luta como sabe como pode) 

Ganharemos (muitos)... Perderão (alguns tantos)... 


Nós os filhos do sangue destes tempos malditos. 

Nós os proscritos dum tempo sem lei

Nós os que não calamos (e lutamos) 






quinta-feira, janeiro 26, 2023

Porra Pai... 75?!



Querido Pai 

Porra 75 anos já Pai?!

Não não acredito...o brilho no olhar, a rebeldia a fúria perante as injustiças continua a queimar como se estivesses em início da tua carreira de adulto.

Porra Pai 75 anos a sério?!

Desculpa mas não bate certo...continuas a proteger me, a pegar me pela mão como sempre pegaste, como sempre me protegeste.

Não ... estás a aldrabar me com as tuas histórias de embalar ...75?!

Lembro me bem de correr nas tuas cavalitas para irmos ver o comício da Maria de Lurdes Pintassilgo ...ou como choramos os dois na multidão que recebia o Mário Soares em Faro.

Lembras te Pai?! ( 75... simplesmente não acredito).

Pai...continua a ir a uma igreja vazia rezar pelas Crianças na Ucrânia (vamos ganhar um dia o mal vai perder ... só pode Pai...).

Pai...continua a ser genuíno e com aquele riso de gozo quando me metes a mim e á Mãe com os nervos em franja.

Não...não podes ter 75...

Pai nunca penses que não fizeste o suficiente, que não deste ou apoiaste de forma superlativa...sim Pai eu sou também  um eco do tempo que ainda vive em ti... és "culpado" de eu ser socialista ( não "este" socialismo), benfiquista, farense, és culpado absoluto de nunca me teres cortado as pernas, de naquele final de dia na praia de Faro termos jurado que nada nos desviaria dos nossos objectivos, já na  antecâmara da minha partida para o Porto.

Acho que não te apercebes da importância de simplesmente nos dias de tempestade ter em ti ( e na nossa Virginia Correia ) um abrigo á prova da maldade que inunda o mundo no seu dia a dia vertiginoso.

Alguns conselhos antes de chegares aos 100 anos ( se existe alguém capaz de chegar lá és tu miúdo😁):

Se o Benfica não for campeão o mundo não acaba (é um local pior mas não acaba).

Mesmo que a Mãe não tenha razão ( por norma tem 😁) relativiza e dá a mão a palmatória.

Nunca mas nunca percas a tua fúria e rebeldia ( também minha) pois ensinaste me a nunca me sujeitar ou submeter (luta sempre Pai!!!).

Continua a fazer peixe alimado como só tu sabes e a ser responsável pelo grelhador lá em casa ( de resto deixa os cozinhados para quem sabe).

Não te deixes irritar por quem não merece, ou amargar pelos paradoxos da vida ( como tu e a Mãe me ensinaram " desde que haja saúde tudo se faz").

Ah...já me esquecia... obrigado por me teres ajudado a ter uma voz e identidade própria e acreditares sempre que eu poderia "chegar lá" (continuo a tentar Pai sempre!!!).

José Policarpo dos Santos Correia...Policarpo... Zé...Pai... és um Homem do c...Amo te!!!

Do teu

Paulinho

❤️❤️❤️

terça-feira, setembro 06, 2022

sexta-feira, junho 17, 2022

Gravatas & "Fatos de Macaco"

 



Uma foto com história pintada de fresco hoje em Kiev.

Com os pesos pesados da Alemanha, Itália, França e com a presença resiliente da Roménia...

Uma foto com história, para a história do mundo presente ...se nada mudar e a Ucrânia tombar lentamente, será feita história sem brilho...se este for o ponto de viragem e a velha Europa tiver actos rápidos de coragem será feita ( também) história daquela que ficará para a história do mundo livre que combate os brutos.

Será sempre História...

(com letras douradas no meio do sangue derramado ou com rascunhos negros como a alma de Putin)

Nota: Nunca a repetição da palavra "história" me pareceu tão premente...




quarta-feira, junho 15, 2022

1 de Maio (fora do dia)





|A minha Mãe é a melhor Matriarca do mundo ( ponto final absolutista sem direito a contestação).|
Falar da Virginia Correia é escrever sobre Amor absoluto, incondicional e com o "despegamento" que a emoção pura e volatizada permite.
Mulher de muitos silêncios que dizem mais que as palavras, a Virgínia , Gina Dona Virgínia, foi, é e será sempre o meu ponto de partida e de chegada.
Ávida nas leituras da vida, desejosa de saber e conhecer esta guerreira de luz sincera sempre me estimulou a assumir caminhos, a tomar opções ( por mais dolorosas que possam ser por vezes) e a assumir trilhos sem atalhos duvidosos.
Neste dia primeiro do Maio que antecede o sol de verão, a minha Mãe trabalhadora, a lutadora, a esposa, a filha, a irmã e amiga de todos, brilha pela grande Mulher que me inspira diariamente a ir mais longe.
Na sua humildade tranquila não se apercebe muitas vezes que ela é a cola que faz pontes e estimula a união entre todos.
A Mulher que apanhava panfletos contra o regime derramados no chão sem saber que já estava a resistir á tirania, ou que em conjunto com as colegas incitava á greve momentânea por uma colega se sentir exausta na sua gravidez ao trabalhar na linha de montagem de uma fábrica de cortiça pré 25 de Abril, sempre foi uma pessoa de valores, ética e verdade.
Para ela hoje todo o meu sentimento de agradecimento pelo absoluto desapego de um Amor maior que me permitiu voar sem limites e tentar agarrar o meu lugar do mundo.
Ela por vezes "esquece se" mas o que há de melhor em mim foi (é) doado pela sua luz forte que nas horas mais sombrias me permite continuar pois afinal no somatório dos meus medos e defeitos a catarse do renascimento vem da minha Mãe para mim.
Amo te sempre e para sempre minha querida Mãe!!!
Do teu
Paulinho

Music

 



The Music...Always the Music...


quarta-feira, junho 08, 2022

Bright Light (in Ukraine)

 



Esta foto (confirmada com o cunho da verdade analítica da independência plural) parece "poucochinha"...um homem a apanhar raios de sol em #Azovstal num raro momento de paz aparente|
Para os mais distraídos e confusos com o que realmente se passa na #Ucrania, representa um momento de liberdade de um condenado á morte que decidiu não desistir e lutar até ao fim.
Gostaria que fosse possível bater #putin com flores e palavras doces, mas até os fundamentalistas que defendem que a Ucrânia e o seu povo são todos nazis ( entre outros disparates), devem reconhecer que não existe nada mais nobre do que um homem/mulher que luta pelo direito coletivista de existir como povo.
Já mete um pouco um "nojo filho da putita" os chavões desesperados ( porque os ucranianos não se vergaram nem foram vergados) dos putinistas e afins que culpabilizam os ogres maus das democracias ( imperfeitas ) do ocidente como os causadores desta invasão bárbara.
Não me vou dar ao trabalho de rebater muitas opiniões confusas e algumas mal intencionadas que circulam nas redes sociais e na vida real.
A culpa da velha Europa e do ( por vezes) autista Uncle Sam, é expressada no acto simples de terem baixado as calças quando Putin galopou territórios e "cegarem" a troco de acesso continuo a fontes energéticas e afins.
O resto...resume se a um ditador imperialista que se quer impor pelo medo e pelo sangue de inocentes.
Não passará!!!
PS: Provavelmente Putin será o pior estratega do mundo...vejamos:
-Ter tomado a Ucrânia em 72 horas (a resistência já vai em quase três meses...)
-Ter destruído a aviação lá do burgo numa hora e meia (a "não aviação " Ucraniana voa e destrói alvos).
-Assassinar Zelensky com o cunho dos mercenários da Wagner nas primeiras 24 horas da invasão (......sem comentários).
-Deu nova vida á NATO.
- Acabou com a neutralidade Finlandesa e Sueca (com um "cadinho" de jeito ainda com a Suíça...).
Se não fosse trágico daria para gargalhar...

quinta-feira, novembro 18, 2021

"Na Corda Bamba"










"De coração cheio"
(Alerta: Texto excessivamente longo e lamechas.)

No dia 6 Novembro virei o cabo da boa esperança para as 47 voltas completas ao sol. Foram centenas de mensagens nas suas variadas formas nas redes sociais, uma enxurrada abençoada de telefonemas e a presença física ( no dia e véspera ) de pessoas que moram no meu coração .
A todos um sentimento de gratidão por me fazerem sentir imensamente amado .

"Na antecâmara das dúvidas"
Entre prendas, lembranças e mimos levantava se agora em mim o medo de uma cirurgia que aguardava ansiosamente há cerca de um ano e meio.
Foi assim um aniversário bom e preenchido mas com o pensamento na antecâmara da tarde de 8 de novembro onde uma ida ao ambulatório do CICAP removeria uma catarata (que se revelaria perigosa, traumática, "madura" e altamente inflamada).
Como muitas coisas na minha vida não poderia ser assim tão simples e evidente. Por aqui não existem facilitismos e até no karma da rotina surge sempre algo inesperado.

"Da escuridão á Luz "
O check in borrado de dúvidas, um atendimento de excelência humana e profissional em todo o serviço de oftalmologia Santo António, levou me a uma estranha calma.
Troca de roupa pela bata da praxe, início das hostilidades com gotas de anestesia rotineiras, um cateter colocado á primeira tentativa nas veias salientes e a espera começa...
(metade do pessoal de enfermagem de oftalmologia tem sotaque quente transmontano e isso foi reconfortante)
Troca para uma maca numa sala mais resguardada , mais anestesia nas veias, tubos no nariz para mais um aroma de relax...mais...mais e mais ..
Voz suave da anestesista ...agulha 6 cm abaixo do olho ..."para você ter poucas ou nenhumas dores...vai demorar mais um pouco ... 15 ou 20 minutos para fazer efeito".
A adrenalina dispara um pouco mas a pressão do medidor arterial e das ventosas para o ritmo cardíaco, dão me sinal mental para não me cagar nas calças e ser forte e determinado...estou ali para não f...a vida a quem vai tentar tratar de mim.
Assim Seja Assim Será
Nova volta rápida para o bloco operatório (isolado)...um formigueiro com sete elementos com simpatia desarmante e a preparar o procedimento . Olho "bom" tapado, o danificado só vê sombras e já altamente sedado. Cabeça ligada entre um molde para mexer o mínimo possível e a dança começa.
Olho sempre húmido com a voz firme da Cirurgiã de serviço ( firme, profissional e empática no vigor dos trintas e poucos especulo).
Uma hora de ansiedade com a calma com que as drogas nos tomam e a firmeza superlativa nas vozes mesmo quando quase tudo foi diferente do expectável ( existem interjeições que ficam no templo sagrado do bloco operatório assumo firmemente). Ao longe ouço música baixa talvez resistência e heróis do mar...talvez seja uma alegoria do meu imaginário...talvez...
Tudo acaba em trinta segundos (começou há 1 hora fora a panóplia de preparo anestesista com mais sessenta minutos...) implante do cristalino feito, catarata removida.
Rapidamente passo para um sofá azul com rodas sólidas....visível a satisfação de todos corporizado na voz firme da Cirurgiã que extenuada mergulha no sofá encostado á parede branca do bloco e no carinho de alguém que me quer colocar rapidamente a comer bolachas e a beber um chá quente e aromatizado com esperança.
Solto um obrigado cansado mas sincero e sou empurrado para um canto confortável onde uma das anestesistas me chega o almejado chá enquanto que nas minhas mãos já caminham bolachas Maria ( eterno clássico tuga) rumo a um estômago esburacado ( estou sem comer e beber desde as 09 da manhã...são agora 18 e 53).
Visto me o mais rapidamente possível já com a Fernanda vigilante á minha espera e o João no carro preparado para zarpar e preparado para me levar a casa.
( Todos os que me deram força foram transbordantes mas os meus pais, a Fernanda e o João foram heróis decisivos na paciência e ânimo que me transmitiram e apoio prestado).
Alívio, alegria ( sinto me verdadeiramente feliz), e uma vontade de chegar rapidamente a casa para me afogar num abraço aos meus pais e devorar avidamente comida quente e apetitosa rumo a um descanso eufórico.
"Tinha tudo para correr muito mal...acabou tudo por correr muito bem"
Três dias com luz e visão em crescendo...rumo mais calmo a consulta no salão Neo clássico do Santo Antônio.
A simpatia já expectável ( agora com sotaques tugas e africanos com a mesma doçura açucarada e cuidado).
Exame rápido e medição das lentes para os óculos. Consulta com a Dra Luísa (a Cirurgiã obstinada e que galgou o imprevisto de última hora com mestria e gosto pelo desafio apresentado).
Reforço de gotas, prescrição de comprimidos e a mesma voz firme e empática : "Tinha tudo para correr muito mal...acabou tudo por correr muito bem".
( Mais uma vez refaço o código não se conta tudo o que se ouve no bloco, não se revelam todas as palavras de uma consulta pós cirurgia).
Esperança na recuperação e mais uma dança no dia 6 de Dezembro.
Como em muito na minha vida... alicerçado na fé na esperança...na superação e resiliência.
Nunca sozinho...nada sozinho... absolutamente acompanhado... absolutamente e radicalmente amado.
Tentarei sempre que a esperança da (na) minha alma seja maior imensamente que o somatório dos meus medos.

De dentro de mim para vós

Paulo Correia

quarta-feira, junho 09, 2021

Posing Act

 




|Mini break at lunch time (com a surpresa bem positiva de rever um velho amigo)|
Seguimos juntos e com esperança neste tempo sem tempo lutando por dias melhores que já estão aí ao virar da esquina.

quinta-feira, maio 13, 2021

Conversas na Praia (made in mothers day)




Seria bastante banal (mas real 😁) destilar umas palavras escorreitas a mencionar que a minha Mãe guerreira é a melhor matriarca de todo o universo mas prefiro contar vos uma pequena história... ...na véspera da minha partida para o Porto rumo á faculdade e a mil sonhos por realizar, recordo me de estarmos os três ( Mãe, Pai e eu) sentados no areal da Praia de Faro a contemplar o Mar em silêncio quase absoluto, somente interrompido pelo barulho das ondas a morrerem nos grãos da areia sem tempo.
Medos e receios, altura de conjetura não muito favorável no contexto econômico para nós por factores que me recuso a acrescer aqui em palavras ( existem coisas que morrem connosco e que o tempo encarrega de sarar); a minha Mãe quebra subitamente o silêncio e diz me olhos nos olhos "meu filho um dia de cada vez, o que conseguires dia após dia será uma vitória"...
Nunca me esqueci do sentido destas palavras que somente nós os três percebemos na íntegra. Ainda hoje tudo o que fui conseguindo no prete á porter da vida não é fruto de uma falsa humildade ou de uma sensação de inferioridade ou submissão perante ninguém...o que a minha Mãe me quis dizer naquele final de tarde algarvio foi que dia a dia, grão a grão, sonhando e lutando diariamente podemos indo somando vitórias "pequeninas" que se traduzem numa glória mais saborosa e conseguida.
Nunca nos vergarmos, nunca nos rendermos, nunca deixarmos de lutar por um amanhecer melhor e nunca mas nunca deixarmos os sonhos morrerem dentro de nós ... Para ti Virginia Correia ♥️ que és o melhor do que trago dentro de mim um Amo te profundo por tudo o que o tempo não apaga: Como uma frase num final de dia fez de mim o homem que hoje sou...
Do teu Paulinho 💪🙏❤️

sábado, abril 24, 2021

24 (do nosso Abril)

 




Nasci em 1974, ano numérico da revolução do nosso contentamento de sair das entranhas de um obscurantismo totalitário em que a miséria dos três efes (fado, futebol e Fátima) ditavam as regras com que os pastores regiam manada.

Sou fruto desse amor por Abril, de uma mulher simples mas forte e decidida que trabalhava numa fábrica de cortiça detida por um alemão e onde inconscientemente se fez uma das primeiras greves solidárias em Portugal  por uma funcionária grávida à beira da exaustão. 

Também a seiva rebelde de um homem inquieto mas leal que preferiu combater numa guerra que não era a sua do que renegar o amor e presença daqueles que lhe aqueciam o coração. 

Ironicamente (e sortilégio feliz) os meus pais casaram a 27 de Abril do ano da revolução dos cravos pelo registo civil numa cerimónia simples, num ano onde um maravilhoso mundo novo parecia nascer.  Nunca acharam pertinente a bênção da madre igreja independentemente da sua fé enraizada num deus de tolerância e liberdade que também adoptei por meu. 

Nasci desta mescla, misto do desastre de um período de dores pós coloniais, extremismos de direita e esquerda mas também do milagre do rumo desarrumado avançando para  um mundo livre com acesso à esperança de um amanhecer melhor. 

Podemos voltar sempre ao fado fatalista que Abril não se cumpriu, que o sistema político não funciona e que os Sócrates e Salgados desta vida geraram o descontentamento com que se pariram  os demagogos do Chega encabeçados pelo vendedor da banha da cobra  barata que dá pelo nome de André Ventura. 

Prefiro alinhar de ânimo livre que mais vale uma democracia com assimetrias gritantes pela qual vale a pena lutar do que uma ditadura cinzenta com o nacional seguidismo de um rebanho envolto na mansidão letargica de uma noite sem fim. 


Nota final:Como homem de esquerda custa me "engolir" o veto com fraco pretexto que os organizadores das cerimónias oficiais vetaram a IL... esperava muito mais do coronel Vasco Lourenço... 











quinta-feira, fevereiro 25, 2021

"A Falta dos Afectos que Mora em Todos Nós"

 Uma das novas realidades que a pandemia que nos açoita a todos me tem revelado no dia a dia tem sido a carência afectiva óbvia e evidente que mora em todos nós sem excepção.

Como assessor de comunicação da Sopro de Carinho Associação e com um contacto diário com dezenas de doadores individuais e empresariais, as conversas arrastam se agora para um campo mais pessoal e de mutualidade compreensiva.

Com mais de vinte anos de trabalho na área global da comunicação, sempre considerei uma das chaves base do sucesso de cada projecto o trabalho de equipa e respeito pelas individualidades dentro do colectivo, bem como o "acesso" ao factor individual de cada cliente, fornecedor e parceiro de negócio.

Há já uma década a trabalhar na área do marketing social na componente infantil e pré adolescente para mim é impossível não existir um envolvimento afectivo forte com todos os que directa ou indirectamente contribuem para o meu (nosso) trabalho.

Já atravessei (atravessámos) fases com nuvens e sombras com o expoente a ser a perda da primeira Criança ligada aos apoios gerados na Associação. Sensação de murro no estômago e de impotência colectiva que nos deu (ainda) mais força para continuar mesmo na dor mitigada de uma perda que considerámos como um dos nossos.

O novo confinar das nossas vidas pessoais e laborais leva-nos inevitavelmente para o (re)pensar o somatório dos nossos medos quotidianos, inseguranças e zonas menos seguras.  A falta de um café entre amigos, um vinho aromatizado em cada rosto conhecido, bem como o odor do nosso escritório de sempre e os cheiros de quem o percorre, são alguns dos bons momentos que nos dão segurança para transpor a insegurança diária.

A falta dos afectos mora mesmo em todos nós...por quanto mais tempo?!