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domingo, julho 25, 2010

Canção do Engate

Dia de calor aproveitado para uma caipirinha à beira mar, seguida de areia nos pés e leitura, molengona e saborosa, destilada até ao final da tarde solarenga. Verão quente com os primeiros incêndios (deliberados ou não...) a surgirem nos media à beira mar plantados, onde o mundo parece parar e a minha mente encontra paz interior.

O meu olhar desvia-se (nada) subtilmente do livro de ocasião (fugaz)para se fixar de forma compenetrada num casal de idosos também colocados no areal tórrido e quente. Ela, com cabelo ainda grisalho e com uns olhos azuis magnéticos; incrustados simetricamente numa tez morena e com traços da beleza de outrora. Ele, com ar malandro e descarado, bigode branco e farto; sinais de vida bem vivida e com maneirismos de uma viuvez de longa data, já aceite na tranquilidade das pedras que povoam o caminho da vida.

Não contenho o riso (in)discreto pela troca de palavras amenas no ocaso das idades; em que o "macho" faz  a corte à "femea". Ela timidamente recua satisfeita pela insistência determinada do "bigodes". Ele solta um riso sedutor e recomeça a "canção do engate". Bom chegar ao limiar do sol e da lua e ainda pensar na arte complexa da conquista. Arrumo a tolha e o livro, e discretamente deixo os love birds sozinhos no areal denso e  já quase deserto.