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segunda-feira, julho 08, 2019

Jangadas de Pedra: Do mediterrâneo á América do Norte.

Assobiamos para o lado, revoltamo-nos momentaneamente com fotos choque mas entre mortos mediáticos e afogamentos em massa, seguimos a nossa vida diária, sofrendo momentaneamente, aliviando a nossa consciência de cidadãos do mundo com posts nas redes sociais e mensagens de indignação.

Do mediterrâneo á América do Norte circulam jangadas de pedra com pessoas de carne e osso; rostos uniformes no sofrimento e na ânsia de uma vida melhor longe das paredes esburacadas com o sangue de guerras alimentadas mundialmente á escala politicamente correcta de conflitos denominados como"regionais".

A massa política (a radical) alimenta o discurso de que não podemos receber estes migrantes sem pátria aparente, do perigo de terroristas camuflados na turba sofredora, de "encostados sociais" que somente desejam viver á custa do erário público europeu e americano.

Nada de mais (no global) errado. Entre milhares de deslocados existem obviamente um número de indivíduos potencialmente perigosos e danosos para a potencial sociedade de inserção. No entanto a amálgama formativa da multidão revê se no desespero do salto do escuro perseguindo um foco de luz de esperança para um futuro melhor.

Não existe senso (estado)  racional  que constitua como arguidos pessoas que se preocupam com pessoas, pessoas que salvam pessoas de morrerem sozinhas no escuro de um mar gelado ou abraçados aos filhos num leito de rio fronteiriço. Não existe lógica do nominal social de que por não termos (nós mundo) condições económicas e sociais para recebermos uma multidão de desamparados e fugitivos do horror os deixemos a afogar e a assobiar alegremente para o lado.

Concordo em absoluto que as políticas de entrada de cidadãos tem de ser legisladas, (re)formatadas e feitas em concordância com um equilíbrio que permita a a todos terem acesso á dignidade, ao alimento, educação e segurança. Concordo de que não é possível na Europa e nos States (infelizmente tão Trumpianos nos dias que correm), recebermos sem lei nem roque "tudo e todos". Reforço que os potenciais terroristas e elementos nocivos para as sociedades de inserção devem ser identificados e sujeitos a controle absoluto e apertado.

No entanto condenar heróis que salvam, reprimir de forma selvagem, construir muros intransponíveis não resolve o problema, somente o radicaliza e o agrava.

Urge o (re)encontro de conceitos e políticas que permitam que pessoas como Miguel Duarte ou Carola Rackete não sejam considerados míseros criminosos apenas tão somente por salvarem o seu semelhante.

No complemento da desgraça colectiva, um mea culpa das grandes (e intermédias) potências relativamente a uma política externa com base na premissa do preço do barril de petróleo e da conquista territorial (real, política e virtual no jogo de controles de poderes e sub poderes).

O caminho faz-se caminhando...não cimentando muros físicos e mentais...






terça-feira, maio 28, 2019

Berardo e a Face do (não) Destino

Não poderei dizer que o alto impacto mediático das (não) declarações de Joe Berardo no parlamento lusitano  me tenham particularmente apanhado desprevenido e com a "guarda em baixo". 

Vivemos num Pais onde os grandes (pseudo) banqueiros, os políticos maratonistas de carreira partidária de fundo, ou os gestores nomeados para os Jobs dos Boys, não representam mais do que o sentimento de impunidade que grassa em quem prevarica em alta escala com o dinheiro de todos nós.

Joe representa a face mais sombria da moeda: A velha história (falsa neste caso) do tuga que arduamente singra na vida, qual história da Linda de Suza e sua mala de cartão na versão cor de rosa e não realista da coisa.

Berardo representa o gozo da impunidade sem (com) cor partidária, o humor seco e escancarado no descaramento de quem sabe não ser apanhado na teia da justiça. Tão somente um comércio proteccionista fomentado pelas várias lógicas de aparelhos de poder onde a escala de distribuição de dinheiro ilícito faz paragem obrigatória em muitas igrejas ávidas por molhar o bico sequioso das patacas douradas dos empréstimos colossais que nunca serão pagos (cobrados).

Continuamos a ser o pais do (não) destino, das bifurcações sinuosas que escorregam em negócios de ocasião, em compadrios financeiros sem nexo; em fundações culturais (re)pagas vezes sem conta com a capa da arte pública ao (aparente) alcance de todos.

José Manuel Rodrigues Berardo envergonha os intrépidos Madeirenses que galgaram oceanos para lutar por um futuro melhor nos continentes do mundo globalizado. No geral faz corar de vergonha a imensa legião de portugueses que diariamente lutam honradamente por um futuro melhor para si e para o seu clã.

Mas o cerne da questão é a falta de vergonha não punitiva de quem tem uma fortuna avaliada em seiscentos e oitenta  milhões de  euros e deve cerca de mil (milhões) á banca...



sexta-feira, março 08, 2019

A Propósito de Neto de Moura (ou um elogio masculino...ao feminino)

A recente polémica acerca da arbitrariedade sexista das decisões do Juiz Neto de Moura só apanhou de surpresa os mais incautos e distraídos no que concerne ao estado de regime absolutista e autónomo de que a justiça (e seus executantes) padece em Portugal.

Não sendo infelizmente  caso virgem e único,  idéia transmitida ao grande público (todos nós) é de uma classe autocrática que funciona como um (contra) poder dentro do poder judicial per si. Entre pérolas da literatura destilada em tribunais, citações bíblicas ou o regresso (reverso) a passagens oratórias  da constituição de 1886 (!!!!); Neto de Moura representa o autoritarismo despótico e nada esclarecido que inunda a classe de alguns (muitos?!) dos doutos juízes (e não só...) da lusitânia cá do burgo.

- Neto de Moura é o preconceito fechado em si mesmo -

Em pleno século XXI, inconcebível as sentenças lavradas e as palavras conservadoras e absolutistas desferidas qual punhal em corpo feminino. Chocantes os argumentos pálidos para suavizar as penas dos agressores. Gritante o poder autoritário e  dogmático não da lei mas da verborreia do(s) homen(s) da toga.

Numa sociedade denominada de laica, republicana e aberta é imperativo eliminar da esfera do poder decisório personagens que representam a face oculta do tempo em que as Mulheres eram "parideiras" reprodutivas sem voz, castradas a nível emocional e invisíveis a nível laboral e social; utilizadas, abusadas e vexadas: Tão somente  reconhecer a igualdade na diferença, os méritos pessoais e profissionais; o papel pleno e imenso (intenso) da Mulher em todos os parâmetros do mundo que nos constitui.

A igualdade de género deverá ser acompanhada na práxis da vontade parlamentar e governativa de legislar em prol de leis  uniformes e justas que penalizem quem agride, quem assassina, quem faz morte lenta a nível psicológico e muitas vezes a nível fisico.

Neste dia da Mulher, apenas uma nota final: Tenhamos a percepção que se as Mulheres quiserem parar o mundo no global, não tão somente o dito mundo dos homens, conseguem-no de forma total e plena. Tenhamos a humildade intelectual para intuirmos que a base de "tudo" parte do universo feminino. Tenhamos a habilidade e força para sabermos preservar as diferenças que fazem o "sal e pimenta" das assimetrias positivas que nos unem. Tenhamos a força para combater a barbárie, a selvajaria e não cantar a ode dos selvagens, dos brutos, dos assassinos (morais e físicos).

Que todos nos orgulhemos de sermos diferentes no masculino e no feminino, mas também firmemente iguais nos direitos, oportunidades e no direito á dignidade no nosso curto e efémero trajecto mundano.








quinta-feira, julho 24, 2008

Auto-Censura

Já não me apetece falar do caso Maddie. Estou no meu direito de não falar num caso que cheira a caldo cozinhado por cooks ingleses, servido morno; embalado de forma estridente e aromatizado com perfume fétido de culpas camufladas e não assumidas. Um abraço para o ex-investigador Gonçalo Amaral.
Está tudo dito...da minha parte, claro está