sábado, novembro 24, 2007

FILHOS DO PÓ






















Desgrenhados, gretados na alma que dói de forma intensa e flamejante qual oásis de fome e ânsia pelo que nunca terão. Caminham parados no tempo e espaço, sonhando com apetites de comidas existenciais que nunca conhecerão. São meninos-soldados, escravos sexuais em guerras fúteis e alheias. São amantes forçados, karmas adiados sem designio próprio manietados por monstros humanos. Todos os dias fingimos não os ver nos leads dos jornais, nos ecrãs da tv ultrasónica ou em uma qualquer pesquisa macabra na internet global. Somos aquilo que comemos, somos aquilo que vestimos ou comunicamos. Mas também,tendencialmente, somos cobardes vivos que teimam em esquecer, nas suas agruras insignificantes do dia a dia, que existem aqueles que à muito perderam a inocência e foram apelidados de filhos do pó e da desgraça colectiva, bafejados apenas pelos ventos de deuses esquecidos e com instintos negros no seu coração de aço retorcido.

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