quarta-feira, julho 18, 2007

CRÓNICAS DO BAÚ (Out.2002)



Dura realidade...ou como o arco íris perdeu as cores...
Por Paulo Correia
Com o regresso ao Outubro anunciado, eis que as eternas praxes, rituais iniciáticos cíclicos, chegam e ecoam nas capas negras que se espalham um pouco por toda a Invicta.
Para os milhares que agora se confrontam com uma realidade nova e nada virtual, é tempo de descobrir e de se ajustarem a uma dimensão que de cor de rosa neste momento não tem (quase) nada.
O estudante deslocado da sua realidade, longe do seu ponto de origem, é também confrontado com a falta de cantinas, de residências universitárias ou de infraestruturas adequadas.
Os sonhos legítimos são confrontados com uma realidade cinzenta e disfusa, feita de ambiguidades e de eternas injustiças. Os tons rosa ou laranja são proibidos, pois lembram de forma sublimar que o arco íris tem por vezes tons nada condizentes com o conceito de segurança no desenvolvimento sustentado de um percurso educacional de cinco anos (no minímo...) . Vale por vezes os tons negros das capas e da praxe para esquecer agruras de um dia a dia difícil com inúmeras batalhas para vencer.
De facto a (boa) praxe, ou a (boa) integração do novo aluno, surge como uma forma de solidariedade e cumplicidade entre os eternos caloiros e os "austeros" doutores; um jogo de afinidades em que afinal, com papéis diferentes dos jogadores, todos se encontram no barco de uma educação que navega entre mares nunca antes navegados (parafraseando obviamente o poeta...) e por isso assustadores e incertos.
No Porto as ruas conhecem não somente a realidade de um Port(o)gal de remendos e buracos mas a alegria e incerteza de milhares de rostos novos que são afinal caloiros na cidade, na vida e numa perspectiva praxistica na sua instituição de ensino.
Força viva, representam anualmente um novo alento para a revitalização económica da cidade.

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