segunda-feira, janeiro 22, 2007

Os 100 mais portugueses(?!)


Domingo, dia sempre pachorento...levantar às 9 da matina simplesmente para percorrer 30 longos metros para comprar os jornais e revistas de eleição e voltar rapidamente para o prelongamento da "perguisite" aguda dominical. Leituras rápidas e ensonadas dos leads mais importantes antes de dormitar novamente até as 14 horas. De facto é o dia consagrado aqui pelo je para repouso do mundo exterior e do próprio eu individual ...tento ler nos meus silêncios, não me saturar a mim próprio e passar um dia com uma mentalidade Zen...algo que consigo na generalidade antes de começar a fazer o zaping hi tech na TV. Ontem a pausa Zen foi interrompida pelo excelente programa apresentado pela não menos excelente Maria Elisa; o motivo : A eleição dos 100 (agora já reduzidos ao restritivo Top Ten) dos melhores Portugueses. O que é o melhor Português? Definição errática e subjectiva na qual o Top nunca é do agrado do senso comum individual, ficando sempre nomes vazios e medalhas para atribuir. No entanto o meu momento de paz interior semanal, foi interrompido pela eleição de Oliveira Salazar para o Top dos Tops. Sim...o antigo ditador dos três "fs" (Futebol, Fátima e Fado) está na corrida para ser o melhor dos melhores, o simbolo intemporal do que personifica ser o melhor português (?!). As explicações que encontrei no choque do momento são várias : desde a votação massiva dos extremistas da direita saudosista e pútrida portuguesa, aliada também aos votos dos nostálgicos do antigo regime com a idade para serem o Salazar mumificado na sua infinita pureza virginal. No entanto um telefonema de um jovem madeirense de 18 anos despertou-me a a semente da dúvida já anunciada...um puto de 18 anos, ainda certamente com acne adolescente no rosto e várias edições da playboy debaixo da cama, fez (tentou...) um telefonema com um auto de propriedade no qual afirmava - disparatava - que no tempo de Salazar é que era...confesso-vos...assustei-me com tamanho acto de leviandade, acendi um cigarro nervoso e servi-me de mais um café, enrosquei-me no sofá e pensei que a loucura dos tempos permite nomes sem nexo votados por pessoas sem nexo regressem que nem fantasmas fatalistas a assombrar o que Abril conquistou...debrucei-me sobre o tema e fiquei a pensar que estamos no apogeu de uma época louca em que o saudosismo e fatalismo de um pais se reflecte num regresso ao passado e a um abismo de ignorância...de facto a iliteracia voltou para ficar...

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